Ainda melhor que em 2023!
Tal como tínhamos anunciado anteriormente, o nosso país recebeu no passado fim de semana mais uma etapa mundial das Corridas de Areia que, na presente temporada, contempla seis provas, sendo que fica a faltar mais uma para encerrar a época.
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Na edição de 2023, a primeira em solo luso, a prova correu de forma positiva e a Revista MOTOS esteve envolvida diretamente na mesma, ao fazer alinhar uma equipa, em parceria com a CFMOTO. Ao ser a primeira vez, é inegável que havia muitas arestas por limar e a organização, com destaque para o ACP e a CM Vila Real de Santo António, asseguraram de imediato esta ronda lusa, por três anos.
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Principais destaques da edição de 2024
A principal diferença, visível a olho nu e para melhor face a 2023, foi o aumento do comprimento da pista. Ganhou cerca de um quilómetro no extenso areal de Monte Gordo. As vantUma das diferenças mais notórias face a 2023, foi o aumento do comprimento da pista. Ganhou cerca de um quilómetro no extenso areal de Monte Gordo. As vantagens são inequívocas: a areia acaba por sofrer menos impacto das rodas, dada a superior extensão, há mais lugares disponíveis para o público e a reta do arranque é mais extensa, tornando o espetáculo ainda mais vibrante!
O lote de pilotos portugueses voltou a estar em destaque, sendo que muitos deles foram repetentes e quiseram colocar novamente à prova as suas, mesmo sabendo que a sua performance, mesmo sendo excelente, está longe da elite mundialista que figura a tempo integral neste campeonato. Só o facto de participar já revela uma grande coragem e espírito de sacrifício que a prova é particularmente dura e exigente, apesar de este ano a areia estar mais compacta por causa das recentes chuvadas.
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A destacar um nome da esquadra lusa, tem de ser o da piloto Joana Gonçalves que aqui conquistou um segundo lugar na Taça do Mundo de Sand Race na Categoria Senhoras. No sábado terminou como terceira classificada e no derradeiro dia de competição, domingo, fez ainda melhor ao conseguir um segundo lugar. Fantástico resultado para a piloto Jetmar | Husqvarna Portugal que já está a preparar a derradeira ronda do Campeonato Nacional de Enduro Sprint 2024, a decorrer daqui a menos de quinze dias, em Castelo Branco.
O evento não se esgota nas competições propriamente ditas. Também no exterior há muita a coisa a acontecer e aqui também se notam melhorias face à edição anterior. Mais barraquinhas, incluindo com vendas de Natal, algumas de artigos relacionados com motos e, como não podia deixar de ser, o espetáculo das motos de trial.
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Novamente com o patrocínio da marca de bebidas Monster foi montada uma estrutura para que os presentes pudessem apreciar do que são capazes estes pilotos. Assim, o Monster Show Trial foi um verdadeiro sucesso e em todas as sessões, num total de quatro e sempre de assistência gratuita. Mostrou ser um momento muito especial para quem quis assistir.
Também a Fun Zone com vários DJ ou um concerto da banda de tributo aos Rolling Stones, chamada Stoned, foi muito positiva e conseguiu aumentar, ainda mais, o número de pessoas que convergiram para Monte Gordo, incluindo muitos estrangeiros, em especial espanhóis, ou não ficasse a fronteira a escassos minutos de distância.
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Tudo somado, entre corridas fantásticas em duas e quatro rodas, exposição e desfile de motos, fun zone, animação, merchandise e zona de alimentação havia algo que interessava a todos os que rumaram ao Algarve, com destaque também para a presença de muitas crianças, fundamentais para garantir o futuro destas modalidades desportivas.
Suzuki VStrom 800 DE Heritage Adventure: companheira de viagem
Naturalmente que marcar presença num evento destes, situado bem no extremo do Sotavento algarvio, é também uma boa desculpa para fazer umas largas centenas de quilómetros de moto, nomeadamente para quem sai da região de Lisboa ou mais longe ainda.
A parceira de viagem foi uma Suzuki VStrom 800 DE Heritage que nos tem estado a acompanhar num exaustivo teste de longa duração e que, como não podia deixar de ser, nos deixou boas impressões nos cerca de 700 km’s que efetuou em dois dias e com passageiro.
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Inspirada na icónica DR650 Djebel de 1991, a V-Strom 800 DE Heritage é uma edição especial, de apenas 25 exemplares, que combina o design caraterístico com a tecnologia Suzuki, criando uma moto que celebra o espírito aventureiro. Além disso, desperta a curiosidade de muita gente, sobretudo pela bem conseguida decoração, mas também pela elevada dotação de equipamento e a bonita (e quase inaudível) ponteira Akrapovic, desenvolvida especificamente para este modelo.
A viagem foi feita evitando as auto-estradas e só é pena as obras na ponte da Ribeira do Vascão (EN 122) que impediram desfrutar de um magnífico troço de curvas, onde a Vstrom se sente muito bem, apesar da roda dianteira de 21 polegadas, suspensões de longo curso e pneus mistos.
A versão DE Adventure tem nítidas competências para o off-road, mas não se nega a uma utilização mais estradista, embora aqui tenha algumas limitações: reduzida proteção frontal contra os elementos, pousa-pés do passageiro em posição demasiado elevada, banco de passageiro com conforto algo limitado e mesmo um regulador de velocidade dava jeito!
O motor é forte e disponível, embora não goste de circular abaixo das 2500 rpm (ser bicilíndrico em linha não ajuda, aqui a configuração em V da VStrom 650 consegue fazer melhor), a caixa é tipicamente Suzuki: precisa, leve e rápida, sendo que o quick shifter se revela um precioso auxiliar, estando muito bem calibrado, até para uma toada mais desportiva.
Já os consumos, numa utilização a duo e com carga acabam sempre por ser mais penalizadores, mas usando o binário disponível, 78 Nm às 6800 rpm e 84 cv às 8500 rpm, é possível obter valores muito razoáveis, mas esqueçam os 4,4 litros da homologação. O depósito tem capacidade para 20 litros, reserva incluída, pelo que 300 km são sempre possíveis e com margem de segurança, mesmo andando um pouco mais rápido e com carga.
Notas finais
A segunda edição do Monte Gordo Sand Race foi um verdadeiro festival de desportos motorizados no areal da Baía de Monte Gordo. Ao ser a penúltima prova da FIM Sand Races World Cup, numa altura em que já se sabe que há vários países a querer aderir a esta competição, incluindo a vizinha Espanha, mostra bem o seu papel e valor numa competição que está a despertar cada vez mais interesse a nível mundial.
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Tudo se encaminha no sentido de, em 2025, virmos a ter nova edição também aqui em Monte Gordo, mas a fasquia já está muito alta. O Automóvel Club de Portugal (ACP), em parceria com o Município de Vila Real de Santo António, sob a supervisão da Federação Internacional de Motociclismo (FIM) e da Federação de Motociclismo de Portugal (FMP), tudo farão para que a qualidade e notoriedade do evento possam ainda ser superiores ao das duas edições já realizadas.