Scott Flying Squirrel, de 1929
Esta moto, praticamente única, é uma réplica perfeita daquela que o fundador da marca, Alfred Angas Scott, usou para correr na Ilha de Man (The Isle of Man TT). A marca inglesa sempre adotou soluções inovadoras, mas acabou por desaparecer depois da Segunda Guerra Mundial.
Equipada com um motor a 2T, bicilíndrico, de 596 cc, a sua grande particularidade é ter refrigeração líquida, mas o líquido não é movimentado através de uma bomba de água! Tem um sistema rudimentar que obriga a água quente a subir, através da própria temperatura, circular pelo motor e depois descer, repetindo continuamente este movimento.
Sobre esta moto muito especial Jay Leno afirmou:
“For a bike from the 1920s, the performance is amazing. I mean, it’s a great bike to ride.” Ou seja, para uma moto da década de 1920 a performance é surpreendente e é uma moto muito interessante de conduzir.
Norton Commando John Player Special, de 1974
Se a moto anterior é desconhecida para muitos de nós, esta Norton, uma marca mítica, também é uma verdadeira raridade e tem uma história curiosa por detrás. Jay Leno adquiriu-a ainda antes de se tornar famoso (e rico) com o seu programa ““The Tonight Show”. A moto não foi propriamente barata e Leno teve algumas dificuldades financeiras por causa dela, mas hoje é uma moto inseparável da sua coleção.
Caracterizada por uma carenagem completa e integral, remete-nos para a estética dos carros de Formula 750, da época. Destacam-se os dois faróis dianteiros apenas um assento, traseira longa de uma verdadeira moto de competição. Está equipada com um bicilíndrico de 822 cc, refrigerado a ar, capaz de debitar cerca de 60 cv às 6.200 rpm.
A moto veio para os Estados Unidos com os comandos “à inglesa”, ou seja, pedal de travão de pé à esquerda e de mudanças à direita, uma vez que foi construída antes da entrada em vigor nos EUA da lei que obrigava os construtores a comercializar motos naquele país, usando a configuração que todos hoje conhecemos.
Num olhar mais atento, percebe-se que o disco de travão dianteiro da moto de Leno é perfurado e atual, sendo que o original era maciço…
Suzuki RE5, de 1975
Mais uma moto verdadeiramente especial, apesar de nem sequer ser muito antiga e de se tratar de uma marca japonesa que, ainda hoje, continua em plena atividade e com uma forte implementação global.
Aparentemente, esta Suzuki não se distingue das “cafe racers”, muito populares na época, mas olhando com atenção há algo inesperado: o motor é do tipo Wankel, ou seja, um motor rotativo que usa rotores e não pistões, tecnologia que hoje quase desapareceu, com poucas exceções, caso da Mazda que recentemente lhe deu nova vida com o seu Mazda MX30 R-EV.
O motor tem uma cilindrada de 497 cc e produz 62 cv, o que é um valor muito apreciável, embora perfeitamente compreensível uma vez que os motores do tipo Wankel, além da suavidade, conseguem gerar uma elevada potência, apesar de problemas conhecidos em termos de estanquecidade que leva ao consumo de óleo ou gastarem bastante gasolina.
Sobre esta moto Leno afirmou: “It wasn’t a torque monster like a Harley; it was just an incredibly smooth, wonderful riding motorcycle that handled pretty good.” Ou seja, não é um monstro de binário como uma Harley, mas é muito suave, permite uma condução engraçada e conduz-se muito bem.