É comum dizer-se que “não há fumo sem fogo” e o aforismo popular aplica-se perfeitamente a esta situação. De acordo com informações não confirmadas pela marca, a Suzuki V-Strom 650 deve deixar a motorização que lhe conhecemos desde sempre!
Quem acompanha as crónicas sobre motos que marcaram gerações nas décadas de 70, 80 e 90 talvez ainda se recorde que aquando da apresentação da Suzuki DR 350 ter sido mencionado que o monocilíndrico teve uma vida relativamente longa e com diversas declinações que chegaram aos 800 cc. Mais tarde ficou apenas o de 650 cc, que equipou por exemplo a DR 650 SE e só mais tarde a marca lançou um bicilíndrico e logo em V a 90°.
A estreia do motor com 650 cc (645 para ser mais preciso) coube à SV 650 em 1999 e chegou à V-Strom em 2004, sendo que daí para a frente, até à atualidade, foi sofrendo pequenas alterações, caso da injeção em 2003 ou de transformações por causa das emissões, mas é na essência (e na cilindrada) o mesmo motor!
Um caso sério de longevidade num motor que ficou conhecido pela fiabilidade, robustez, baixos consumos, além de um ótimo desempenho numa gama muito diversificada de rotações, o que leva a que continue a ser muito apreciado por esse mundo fora. Eu próprio tive uma e deixou saudades!
Tudo aponta que o motor nos vai deixar agora, provavelmente porque se torna complexa a evolução do mesmo em virtude da necessidade de reduzir as emissões poluentes do mesmo ou simplesmente a marca quer inovar e acompanhar a concorrência.
De acordo com fotos-espia, obtidas no passo Stelvio, e alguma informação ainda não confirmada pela Suzuki, tudo aponta no sentido de a cilindrada subir para os 700 cc e a arquitetura do motor passar a ser um mais simples e fácil de produzir bicilíndrico em linha.
A ser verdade, é previsível que venha acompanhado de um ligeiro aumento de potência e binário, além de outras alterações mais ou menos estruturais, mas que a camuflagem ainda oculta.
Falta depois perceber o que vai acontecer a outras motos que usam o mesmo motor, caso da SV 650A, bem como o que sucederá à irmã mais velha, V-Strom 1050, que foi profundamente “revista” há apenas 2 anos.
Vamos ficar atentos para ver o que ocorre e contar-lhe tudo, incluindo a possibilidade de a nova Strom (faz sentido que perca o V no nome, mas é apenas uma hipótese) ser já apresentada em novembro no EICMA, em Milão.
Texto: Pedro Pereira