Hoje publicamos o sexto roteiro por um distrito de Portugal Continental e ilhas! A viajar pelo distrito no sentido Sul/Norte, partilhamos com os nossos leitores alguns dos melhores segredos do nosso país para visitar de moto (meramente sugestivos…), com a certeza que muito há por (re)descobrir e nunca conhecemos tudo, às vezes nem sequer a dois passos de casa!*
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Distrito de Lisboa: bem mais que a Capital de Portugal
Depois de na semana passada nos termos dedicado ao Distrito de Setúbal eis que agora chegamos ao distrito de Lisboa e que é muito mais que apenas Lisboa, de tal forma que nos seus 16 concelhos há uma enorme diversidade e tanto para visitar e conhecer que até se torna complexo definir o ponto de partida.
Pela primeira vez temos um distrito que é completamente Além Tejo Norte (não confundir com área metropolitana de Lisboa), como se o Rio Tejo fosse uma espécie de fronteira que corta Portugal Continental. Todos os distritos anteriores, com uma pequena exceção no distrito de Portalegre, ficavam Além Tejo Sul. Para a semana, previsivelmente, será o distrito de Santarém, o último que une as duas margens do rio, tendo concelhos a Norte e a Sul.
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Como não podia deixar de ser, vamos começar pela capital e depois vamos rumar para os restantes concelhos, sendo que Lisboa é uma cidade quase mágica e cada vez mais visitada pelos turistas, sobretudo estrangeiros. A sua luz, o Estuário do Tejo, a sua história riquíssima, a gastronomia única… são apenas alguns dos seus muitos encantos e há sempre algo novo a acontecer, até para quem é fã de motos!
Além de eventos com forte cunho motociclístico, caso do Lisbon Motorcycle Film Fest ou do Motor Clássico na Cordoaria Nacional, as motos acabam por ter um enorme protagonismo em Lisboa por outra razão: são a melhor estratégia para fugir ao trânsito caótico e à escassez de estacionamento!
Dificilmente em mais alguma cidade do país vamos ver tantas motos, de todos os tamanhos e feitios, a circular pelas ruas, mais ou menos bem estacionadas e cruzamo-nos com executivos que vão de moto, estudantes, pessoal das entregas de comida, utilizadores de moto diários ou pontuais… uma verdadeira Babel motociclística!
Ainda assim, para visitar muitos locais em Lisboa a melhor solução é andar a pé. Em muitos deles o trânsito é proibido ou muito restritivo e há muitas armadilhas perigosas, caso do piso de calçada em mau estado ou dos carris que podem ser uma verdadeira ratoeira. Resumindo: para andar em Lisboa… todo o cuidado é pouco!
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Fonte: Arq. Turismo Portugal
Quanto a sugestões do que visitar ou fazer acabam por ser tantas que não cabem nesta crónica, mas fica uma sugestão de uma que podia ser criada, pois não existe e tem imenso potencial: Lisboa merecia um Museu da Moto! Existem alguns espalhados pelo país, mas não existe um único em Lisboa e é pena, até porque seria mais um importante ponto de visita para nacionais e estrangeiros.
Naturalmente que a Baixa Pombalina merece uma visita, mas o melhor mesmo é estacionar a moto cuidado onde o faz) e andar a pé, conhecer um pouco mais das suas 7 colinas, dos seus miradouros, ir ao Castelo, andar de elevador, ouvir Fado, visitar museus e exposições, talvez dar um salto à Feira da Ladra (realiza-se às terças e sábados), passear pelo Monsanto, ir ao Oceanário de Lisboa, ao Jardim Zoológico e tanto mais!
Prepare-se para alguma confusão. O concelho de Lisboa tem uma área de 2761 km², mas aqui residem muitas almas (ninguém sabe bem quantas) e a densidade populacional é superior a 800 habitantes por metro quadrado e com o turismo simplesmente dispara! Uma sugestão: visitas ao fim de semana são uma boa opção!
A não perder
Vamos agora deixar Lisboa e passear um pouco pelos concelhos à sua volta. Podemos, virados para Norte, começar pelo lado esquerdo e depois regressar pelo lado direito, mas é uma mera sugestão que as opções são imensas!
Ao seu lado esquerdo fica o concelho de Oeiras. Um concelho vivo, pujante, cheio de história e de encantos, com o Tejo e o Atlântico por vizinhos. Se o tempo não der para mais, pelo menos o Palácio de Queluz é obrigatório! Logo percebe porquê! Ao seu lado tem o concelho de Amadora que é já é mais interior e não tem acesso direto ao mar. injustamente acusado de ser apenas um dormitório de Lisboa é mais que isso e merece ser visitado, tal como Odivelas, jovem concelho (criado em 1998) e sempre associado ao Convento de Odivelas (Mosteiro de São Dinis e São Bernardo).
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Fonte: Remessa Online
Continuando rumo a Oeste surge-nos Cascais. De há muitos anos associado a uma certa nobreza, com palácios e vistas de cortar a respiração e em que a Marginal é caminho obrigatório, tal como a cidade em si ou a Boca do Inferno ou a região da Praia do Guincho, que tantas vezes usamos para trabalhos fotográficos… não esquecer nunca o Autódromo do Estoril.
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A seu lado e um pouco mais a norte fica Sintra, um concelho singular que tem um centro histórico magnífico e monumentos únicos, mas tem também várias praias, a Serra de Sintra, lendas… e um microclima que nos prega partidas ou uma densidade populacional, com um crescimento acelerado em várias das suas freguesias. Uma ida ao Cabo da Roca é obrigatória, mas com juízo que as tragédias em moto para aquelas bandas já foram demais!
Continuando para Norte surge-nos Mafra. Um concelho já bastante diferente, com uma dimensão mais rural, apesar do seu forte crescimento urbano. Entramos definitivamente no Oeste e na região Saloia, sendo que a estrada à beira-mar é imperdível. No meio de tanto para visitar, claro que uma ida ao Convento e Tapada de Mafra são indispensáveis, tal como uma ida à Ericeira, mesmo que não seja fã de surf! Uma paragem na Aldeia Museu José Franco vale a pena e fica no caminho!
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Fonte: Surf Spots Portugal
Ainda mais a Norte no Distrito de Lisboa temos Torres Vedras. Concelho de fortes tradições no motociclismo, combina praias, com destaque para Santa Cruz, uma vida pujante, agricultura, história e gastronomia. Por fim, no limite do distrito está o concelho da Lourinhã, marcado pela forte componente agrícola, pelas praias ou pelos vestígios de milhões de anos deixados pelos dinossauros.
Ao seu lado, mais para o interior e sem entrar no distrito vizinho, temos o Cadaval, terra de vinhos e pomares, mas uma visita ou várias à fotogénica Serra de Montejunto são obrigatórias, sobretudo se a visibilidade ajudar e o piso estiver seco porque as curvas são tentadoras. Não esquecer de passar pela Real Fábrica de Gelo e conhecer a sua história!
Já rumo a Lisboa temos o vizinho concelho de Alenquer, conhecido também por Vila Presépio e em que as vinhas são das maiores protagonistas, sendo que a visita a uma delas pode ser um belo programa. O mesmo vale para o vizinho concelho de Sobral do Monte Agraço, onde as motos também voltam a ter um importante protagonismo. Arruda-dos-Vinhos vai um pouco mais longe e até tem vinho nome, bem como ótimos trilhos para o off-road e vários fortes erigidos para defesa aquando das invasões francesas…
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Fonte: Flickr – Vitor Oliveira
Ainda mais para Oeste está o concelho da Azambuja, já com caraterísticas marcadamente da lezíria ribatejana e dos seus mouchões. Uma visita, por exemplo, a Alcoentre é uma boa hipótese, mas é de evitar ir à prisão, exceto se tiver mesmo de ser!!!
Mais próximo de Lisboa e já com ligação umbilical ao Tejo temo Vila Franca, “Terra de Touros e Toureiros” e em que os seus passadiços são um dos seus grandes encantos, tal como os momentos da Festa Brava, em especial a Festa do Colete Encarnado que está quase a completar os 100 anos de vida!
Por fim, resta o concelho de Loures, já às portas de Lisboa que, ao mesmo tempo, tem ligação a esta, nomeadamente na zona oriental (Expo) onde decorreram as Jornadas Mundiais da Juventude, mas tem muito mais, misturando campo e cidade, agricultura e indústria. Uma sugestão obrigatória: visitar o Palácio dos Arcebispos em Santo Antão do Tojal, bem como o centro da cidade!
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Fonte: Lisboa Secreta
Tudo somado, o distrito de Lisboa não é o maior de Portugal em área ou número de concelhos, mas é o que tem mais habitantes e muitos motivos para festejar a festa do motociclismo, incluindo os populares breakfast motard que são, na sua maioria, realizados em concelhos deste distrito. Aliás, a gastronomia, doces incluídos, são um prato forte deste distrito e a dificuldade é escolher…
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Fonte: CM Alenquer
*A distribuição geográfica tem por base a Reforma Administrativa de 1835 e, apesar de nos dias de hoje se falar menos de distritos e mais de regiões, o facto é que a regionalização nunca avançou e mesmo tendo sido extintos em 2011 os Governos Civis, essa divisão administrativa ainda faz sentido.
Daremos sempre alguns dados de caráter estatístico, gastronómico, possíveis roteiros, lugares imperdíveis ou qualquer outra informação que seja considerada mais relevante, nomeadamente para os amantes do mototurismo.
Por mera opção pessoal a viagem será feita de Sul para Norte, semana a semana, até se chegar às ilhas que compõem os arquipélagos da Madeira e dos Açores. Continue connosco neste roteiro virtual, que pode sempre tornar real!