Alguns comentários
O nosso leitor, que não se quis identificar, procura uma nova companheira de trabalho, para um uso quotidiano, valorizando muito aspetos ligados aos custos de utilização (consumos, IUC, manutenção…), mas quer mudar, mesmo sabendo que uma Tracer, seja a 7 ou 9, dificilmente pode competir nos gastos de combustível com a sua NC.
Ainda antes de proceder à comparação propriamente dita, lembramos que nos dois modelos existe uma versão GT, nomeadamente com uma maior dotação de equipamento e uma estética mais apurada, mas centremos a análise nas versões base.
Numa perspetiva puramente economicista a Tracer 7 será a melhor opção e quando afirma que é a razão a falar, isso faz todo o sentido.
O bicilíndrico de 689 cc (CP2) é um motor fiável e fácil, que equipa uma série de modelos e o casamento com a Tracer continua a dar excelentes resultados. Oferece 73 cv às 7.750 rpm e um binário de 67 nm logo às 6.500 rpm. O peso da moto em ordem de marcha é de 197 kg.
Consegue ser bastante económica, facilmente médias a rondar os quatro litros, numa condução mais calma e o facto de pagar um valor anual de IUC de 63,62€ é outro argumento a seu favor. O mesmo vale para o facto de poder ir comprar uma unidade nova com 10.000€, tal como destaca.
Tal como referiu, existe uma campanha, pelo menos até 30 de junho, que lhe permite adquirir uma Tracer 7 por 9.350€, mais as respetivas despesas, em que nesse preço está incluído um topcase de 45 litros e respetivo suporte. Se for esta a sua opção, contate um concessionário da sua preferência, escolha a cor, eventuais extras e não olhe para trás.
Já a Tracer 9 é uma moto diferente, embora pertença à mesma à categoria Sport Tourer, mas num escalão acima. A primeira distinção começa logo pelo motor. O tricilíndrico, de 890 cc, também com a tecnologia crossplane (CP3), tem valores de potência e binário bastante superiores, como seria de prever. São 119 cv às 9.000 rpm e 93 nm às 7.000 rpm. O peso, com óleo e gasolina, é de 213 kg.
Continua a ser uma moto muito fácil de usar, mesmo em cidade, muito ágil e que consegue disfarçar muito bem o facto de pesar mais cerca de 16 kg que a Tracer 7, mas há aspetos, nomeadamente em termos económicos que não podem ser ignorados. Por exemplo, o IUC é agora de 138,15€, os consumos serão tendencialmente superiores e o preço de aquisição anunciado é de 12.250€, a que acrescem as respetivas despesas de documentação e afins. Ou seja, mais cerca de 3.000€.
Naturalmente que a Tracer 9, fruto nomeadamente de um motor superior, melhores suspensões, sistema de travagem, mais tecnologia, vai ter performances superiores, o que se nota ainda mais com passageiro e/ou carga. Cabe-lhe a si avaliar se justifica ou não o diferencial enunciado no parágrafo anterior, tendo sempre presente que, numa futura venda, esta terá um valor comercial superior também, como é lógico.
E agora?
No mercado atual não existem motos más, o que não invalida que existam umas melhores que outras, porque existem, mas depende muito dos gostos de cada um, do perfil de utilização, do que pretende fazer com a sua futura moto e do que pode/quer gastar. Sugere-se a leitura desta crónica também.
Se estivesse nos seus planos fazer viagens a dois, com bagagem… então a nossa sugestão iria para a Tracer 9, dada a maior disponibilidade do motor, superior capacidade de carga, entre outros. Era uma decisão fácil.
Para um perfil de uso mais urbano e diário a Tracer 7 faz todo o sentido e pode cumprir perfeitamente face às suas necessidades, além de sobrar muito dinheiro para acessórios, gasolina e manutenção.
Caso considere essa possibilidade, a aquisição de uma Tracer 9 recente, com até um ano ou de serviço também pode ser uma opção interessante e talvez até venha com alguns extras que valoriza. O preço iria aproximar a moto de uma Tracer 7, continuando a ter todas as vantagens da irmã mais velha.
Faça um novo teste, alargado, em ambas as motos. Entre um pouco de razão e coração certamente que vai fazer a escolha certa!