Esta é a crónica “Que moto Comprar” número 52, a derradeira deste ano que em breve termina.
Um especial agradecimento a todas e a todos os que tornaram possível a realização destas crónicas. Sem vós não teríamos conseguido.
Agradecemos, uma vez mais, todos os vossos comentários, partilhas e gostos, nomeadamente na nossa página de Facebook e Instagram.
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Aventuras TT e algumas viagens a baixo preço
“Olá,
Ando à procura de um moto, já com uns aninhos largos, para fazer algumas viagens misturando o offroad com o onroad. Não será nada de muito complicado, mas não quero andar com um atrelado ou carrinha atrás pelo que tem também de dar para viajar com tralhas atrás, mas nunca serão grandes viagens. No limite, sonho com uma viagem a Marrocos
A minha moto favorita é, de longe, a KTM 690 Enduro ou mesmo as suas irmãs Husqvarna ou GasGas, mas o meu dinheiro não dá para tanto! Tem de ser relativamente robusta e ter alguma potência ou então pensava numa coisa mais leve, tipo Suzuki DRZ 400 ou mesmo Honda CRF 300L, mas quero mais.
pretendo gastar uns 4000€ e há duas motos que penso que vão ao encontro do que procuro: a Suzuki DR 650 e a Yamaha TTRE 600. Gosto também muito da Honda XR 650, mas não ter botão de arranque é o suficiente para a meter de parte. Não quero andar a dar ao pedal! Já passei essa fase há muitos anos…
Sugerem mais alguma moto?
Dinis”
Alguns comentários
O Dinis está a sentir o chamamento da aventura. Talvez até tenha amigos que façam também este tipo de utilização com as suas motos e agora quer ter uma para os acompanhar e que permita também tiradas em alcatrão sem demasiadas complicações, ou seja, uma dual purpose. Um moto de dois propósitos diferentes.
Tendo presente os valores que definiu para o seu orçamento e pré-requisito do motor de arranque, as suas duas sugestões cumprem com praticamente todas as suas exigências e certamente que não o vão deixar ficar mal.
Tal como refere, a Honda XR 650 poderia ser uma excelente opção também, mas o facto de em Portugal não ter existido uma versão com motor de arranque (XR 650L) acaba por fazer com que deixe de ser uma opção.
Começando pela Suzuki DR 650SE, que testámos na Crónica Recordar da MOTOS deste mês de dezembro, assenta bem nas suas escolhas. Ainda se encontra com relativa facilidade no nosso país e há abundância de material para essa moto, que ainda hoje se comercializa em alguns mercados.
Equipada com um monocilídrico de 644 cc, refrigerado a ar/óleo debita 43 cv às 6500 rpm e um binário de 54 Nm às 4600 rpm. Fácil de conduzir, muito robusta e ágil, mesmo algumas das suas limitações como a autonomia (13 litros de origem) ou roda traseira de 17 polegadas são facilmente ultrapassáveis. Tem ainda um elevado número de fãs por esse mundo fora.
Uma alternativa do mesmo género e na mesma gama de preços, talvez até ligeiramente mais recente, é a Yamaha TTRE 600, em que o E representa a abreviatura de Electric para distinguir da versão sem motor de arranque, que não lhe interessa, mesmo que tenha melhores credenciais para o fora de estrada.
Também da mesma época e mais uma vítima das emissões, temos também a Kawasaki KLR 650. Mais uma moto de perfil aventureiro, monocilíndrica e já com algumas capacidades de sair fora do asfalto, para pequenas ou grandes aventuras.
Já tem refrigeração líquida e os seus 651 cc debitam 48 cv às 6500 rpm e um binário de 53 Nm às 5500 rpm. São menos comuns que as duas anteriores e existe uma versão similar mais radical, a KLX que é mais direcionada para o TT. A KLR é um pouco mais pesada que as outras duas, mas vem com logo com um depósito de mais de 20 litros de capacidade.
Uma alternativa europeia pode ser a KTM 640 LC4. Também ela é mais ou menos da mesma altura e tem um perfil similar, mas com superiores capacidades para uma utilização mais off-road, sendo bastante leve, pouco mais de 160 kg em ordem de marcha.
Também está equipada com um monocilíndrico a quatro tempos, de refrigeração líquida, com 624 cc, capaz de debitar 54 cv às 7500 rpm e um binário de 52 Nm às 5500 rpm. É igualmente fiável, mas exige maiores cuidados na sua manutenção, sendo a única com arranque elétrico e por pedal. Destaque para o enorme tanque de combustível, com capacidade de para cerca de 25 litros.
Por último, uma proposta mais inesperada, mas que lhe pode interessar e permitir adquirir uma moto muito mais recente, mas ainda assim de perfil similar ao das anteriores, com a mesma vertente de dualidade e numa usada talvez encontre uma dentro do seu orçamento: SWM 650 Super Dual X.
A SWM utiliza os motores da Husqvarna, quando ainda estava fora da alçada da KTM e está equipada com um monocilíndrico de refrigeração líquida de 600 cc, capaz de debitar 54 cv às rpm e um binário de 53 Nm às 6500 rpm, tudo com um peso em ordem de marcha menos de 190 kg, incluindo um depósito de 18 litros de capacidade e vem com caixa de seis velocidades.
Já fica aqui com um possível leque de escolhas bastante alargado. Se puder subir um pouco orçamento, talvez próximo dos 5000€, já vai ser possível encontrar uma das primeiras KTM 690 Enduro, modelo que começou a ser comercializado em 2008.
Festas Felizes e um ótimo 2025, melhor ainda se for com moto nova.