The Matrix Revolutions, novembro de 2003
Apenas seis meses depois (sim, é verdade, é mesmo meio ano de diferença e parte das filmagens decorreram ao mesmo tempo) foi lançado o que se previa ser o último filme da saga. Desse modo, iria fechar-se a trilogia de Matrix, sempre com a direção das manas Wachowski e um interessante leque de atores, com destaque para os três dos dois filmes anteriores.
Não conheceu o mesmo sucesso do I e II, mas esteve longe de ser um fracasso de bilheteira e a entrega de Neo, como preço a pagar pela paz entre os homens e as máquinas deixou um sabor agridoce. A própria Oráculo, em resposta à máquina Sati, respondeu à questão de saber se ainda vamos voltar a ver Neo com uma afirmação curiosa:
– Eu suspeito que sim!
Em Matrix III a motos acabam por ter menos protagonismo. Vemos, por breves instantes, duas Harley-Davidson V-Road à entrada do night club da personagem Merovingian e resume-se a isso. O nome da personagem, em associação com os Reis Merovíngios que governaram durante os séculos V a IX a Gália, não é inocente.
A personagem Merovingian, interpretada por Lambert Wilson, é uma espécie de encarnação do diabo e tem neste filme um desempenho soberbo, sinistro e aterrador, mas também sedutor, até pela presença feminina de Monica Bellucci.
Durante mais de uma década tudo indicava que seria mesmo o último filme da série, mas as certezas na Sétima Arte podem ser também revogáveis.
The Matrix Ressurrections, 2021
Quando finalmente estreou o mais recente filme da saga já se sabia que iria ter muitas surpresas, até porque a tecnologia evoluiu muito face à disponível nos anteriores filmes, mas não foi só isso. A equipa que realizou o filme é outra, sendo composta por apenas uma das manas: Lana Wachowski, com o apoio de Grant Hill e James McTeigue.
Surge uma nova geração de atores, mas Neo e Trinity (até dada altura chamada Tiffany) voltam a marcar presença, embora mais envelhecidos, o que é normal. Afinal de contas, passaram 18 anos.
Destaque para o papel de Tiffany, que depois volta a ser Trinity, que revela ser apaixonada por motos e até trabalhar numa oficina que transforma e personaliza motos, mas tudo muda quando “reconhece” Neo e decidem, juntos, fazer uma revolução!
No último filme, pelo menos para já, as motos acabam por ter assim um certo destaque, mas não é tudo. Há um modelo em particular, novamente uma Ducati, que tem um papel importante no filme. Trata-se de uma Ducati 1100 Scrambler X, com algumas modificações e é Trinity que leva Neo como passageiro em mais uma cena de perseguições urbanas, com helicópteros à mistura, “boots” suicidas e incríveis efeitos especiais.
A própria marca italiana, para promover a sua Scrambler 1100 X usa uma frase marcante: “return to the source with Scrambler Ducati”, ou seja, o regresso à origem com a Ducati Scrambler.
De todos os filmes foi, provavelmente, o que conheceu menos sucesso e até os resultados em termos de bilheteira ficaram aquém do previsto, mas não deixa de ser um filme marcante. O facto de ter sido lançado, após algum adiamento, em plena crise pandémica da Covid 19, também não ajudou.
Resumindo, as motos têm o seu apogeu em Matrix II e fica aqui uma boa desculpa para rever o filme, sendo que o vídeo que abaixo se apresenta da perseguição na autoestrada é apoteótico: