The Matrix, 1999
Primeiro filme da saga e um tremendo sucesso à escala global. Conseguiu até o feito incrível ganhar quatro estatuetas nos Óscares de Hollywood: Melhores Efeitos Visuais, Melhor Edição, Melhor Som e Melhor Edição de Som.
Um filme repleto de ação, com animações nunca vistas e uma densidade dramática muito acima do esperado, tudo num universo de ficção “cyberpunk” em que os humanos são subjugados pelas máquinas. A sua função resume-se a estarem hibernados em cápsulas, enquanto o calor e a atividade elétrica de seus corpos são usados como fonte de energia para as máquinas.
Quem tenta fugir e ir para o mundo rural é perseguido pelas máquinas assassinas (as Sentinelas) ou, pior ainda, pelos terríveis Agentes, que assumem forma humana e são praticamente invencíveis.
Destaque especial para a eterna questão das escolhas que temos de fazer e das suas consequências: comprimido azul ou comprimido vermelho?
No primeiro filme as motos, ao contrário do que acontece no segundo, acabam por não ter um grande destaque, com a honrosa exceção de uma Triumph Speed Triple. Trata-se de uma T509, modelo lançado pela marca em 1997 e caraterizada pelos seus dois faróis, lado a lado, injeção eletrónica, monobraço traseiro e um quadro com tubos de aço à vista, em negro, que se enquadra perfeitamente na atmosfera escura do filme.
Aos comandos da moto está Trinity que vê Neo a ser levado pelos agentes. É uma visão fugaz e mal dá para identificar a moto, sendo que este modelo foi também usado por Tom Cruise em Missão Impossível II.
The Matrix Reloaded, maio de 2003
Passaram cerca de quatro anos até à primeira sequela do filme original, sendo que neste caso as motos têm um destaque incrível, em especial nas cenas de perseguição que são um verdadeiro hino ao stunt riding.
Novamente com direção das irmãs Wachowski, conserva os principais atores do primeiro, com o óbvio destaque para Neo, Trinity e Morpheus.
Mais uma vez um sucesso de bilheteira, mas a dimensão que aqui mais nos interessa é ao nível das motos e não há como negar que a Ducati apostou todas as fichas neste filme e quem gosta de motos, mesmo que não aprecie o filme, vai ficar rendido. Logo no início Trinity entra numa esquadra da Polícia com uma MV Augusta F4, marca icónica e que ainda há pouco celebrou os seus 80 anos. Chega ao ponto de usar um capacete como arma, mas o momento alto é a célebre cena da perseguição.
Trinity leva consigo a personagem que dá pelo nome de “Criador de Chaves” e montados numa Ducati 996 verde, cor dominante do filme, a par com o preto, fazem cenas de uma perseguição lendária! Até um camião carregado de motos Ducati faz parte da ação e o resultado é sublime.
A marca italiana, que à data já comercializava a 998 desde o ano anterior, acabou por fazer uma edição especial, em verde, alusiva ao Matrix. Foram apenas cerca de 150 unidades e consta que Keanu Reeves tem uma.
Face à sua antecessora, a 996 do filme, tinha um aumento de potência, agora com cerca de 122 cv, mas o facto é que a marca não quis explorar demasiado o filão Matrix e as unidades num número tão reduzido fazem dela uma raridade.