Como previsto, na crónica desta semana trazemos até vós alguém que continua, há mais de 50 anos, a ser capaz de se redescobrir e reinventar para ter sempre forma de nos encantar. Não importa se é na televisão, no cinema, no teatro ou nas redes sociais, Herman José consegue sempre surpreender-nos.
Nasceu em Lisboa, no dia 19 de março de 1954, tem a bonita idade de 70 anos, um bebé de nome Hermann José Krippahl, filho de pai com nacionalidade alemã e espanhola e de mãe portuguesa. Aliás a mãe, Maria Odette Antunes Valada, ainda hoje é o seu porto de abrigo e grande cúmplice da sua vida.
O seu talento para a representação começou muito cedo, mostrando logo que o seu destino estaria, quase de certeza, ligado às artes. Com apenas quatro anos de idade protagonizava os filmes do pai, que além de estar ligado ao comércio de mármores, era também cineasta amador.
Ainda muito jovem adquiriu uma viola-baixo – uma Höfner em segunda mão – numa loja de penhores da Avenida de Roma e que lhe custou, ao que consta, mil escudos. Na moeda atual são cerca de cinco Euros, mas naquela altura era muito dinheiro.
Daí para a frente a música marcou-o indelevelmente, tal como o facto de falar fluentemente várias línguas, além do Português, lhe abriu as portas para ser o cicerone televisivo de muitas vedetas internacionais que visitaram o nosso país.
Como se não bastasse, já tinha um talento nato, uma ótima presença e humor e uma notável capacidade de improviso que ainda hoje continua a desenvolver, sendo que é ainda na década de 70 que o seu talento “explode” e se torna conhecido, em boa medida pela mão do saudoso Nicolau Breyner.
A convite deste, em 1975, participa na rábula Sr. Feliz e Sr. Contente, inserida no programa Nicolau no País das Maravilhas e a sua performance é notável, apesar da juventude. Aliás, tinha apenas 21 anos nesta época e Breyner já era um homem do espetáculo mais que consagrado.
Ainda nessa década, mais precisamente em 1977, lança o êxito que se tornou rapidamente disco de ouro: lança Saca o Saca-Rolhas, no programa televisivo ‘A Feira’. Além de ter sido um sucesso muito grande e de ter dado um empurrão na carreira do jovem músico e ator há uma curiosidade muito interessante na capa do disco e que mostra bem o seu gosto pelas motos: Herman aparece montado numa Harley-Davidson, mas nada como ver a imagem:
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