A vida de atleta profissional não são só rosas
Para muitos de nós é fácil de imaginar que a competição de elite é um mundo maravilhoso, cheio de glamour, contratos chorudos de publicidade, convites para eventos, muitas viagens, reconhecimento público…
No caso de Gonçalo o facto de ter feito parte da Seleção Nacional de râguebi durante vários anos, Os Lobos, e ter ajudado a divulgar a modalidade fez com que a sua popularidade e admiração das pessoas crescesse ainda mais, mas essa é apenas uma das faces da moeda.
Atletas de alta competição, para estarem ao seu melhor nível, mais ainda num jogo bastante físico como este, para não dizer logo violento, acabam por ter de fazer muitas concessões em termos de vida pessoal, tempos de lazer com os amigos e a família, tornando-se quase eremitas, passe o exagero, que no caso de Uva é ainda mais premente porque passou boa parte da sua carreira em França.
Um dos lados negros da alta competição é que costumam ser carreiras relativamente curtas e, por outro lado, as lesões ocorrem com relativa facilidade, basta pensar no recente caso de Miguel Oliveira que está a recuperar de uma, e que o ritmo intenso dos treinos e das competições em que participam acabam por cobrar um preço elevado no próprio físico dos atletas.
Uva que o diga. Ainda há pouco tempo foi operado a ambas as ancas. Não é uma intervenção rara, pelo contrário, mas costuma ser feita em pessoas muito mais velhas, ou seja, faz parte da fatura a pagar pelos seus tempos de atleta de elite e as várias lesões que foi sofrendo ao longo da carreira.
E as motos?
Já se percebeu certamente que Uva tem uma ligação estreita às motos, mas é interessante que a mesma já vem de bastante longe e o “responsável”, em boa medida, acaba por ser o próprio Pai que sempre foi tendo moto e já lhe passaram pelas mãos muitos modelos.
Curioso que, ao contrário do que seria de prever, o pai não fez questão que o jovem Gonçalo começasse a andar de moto muito cedo e não lhe foi dando acesso direto às suas motos, de tal forma que, contado pelo próprio, por vezes acabava por ser sentar apenas em cima delas e imaginar-se a acelerar… e a sonhar!
Foi no Alentejo, na casa de família, com os primos e amigos que foram começados os primeiros passos nas duas e quatro rodas, mas ainda de forma muito pueril pelas planícies alentejanas, mas o bichinho já estava lá e nunca mais saiu, embora só começasse a andar de moto de forma mais regular já na idade adulta, ao perceber nomeadamente que a moto é um ótimo meio de transporte em meio urbano, com todas as vantagens que bem conhecemos.
Enquanto atleta profissional é comum serem os próprios clubes a desincentivas a utilização das duas rodas, dado o risco acrescido de lesões… como se já não bastassem as da prática física, mais ainda num desporto de contato como râguebi!
Depois de terminar a carreira profissional, Uva passou a poder dedicar-se mais a esta sua paixão pelas duas rodas. Ainda por cima, a mulher também adora (e sabe) andar de moto, o que é mais um motivo nesse sentido.
Até a filha mais velha, Diana, que tem 10 anos adora motos e anda regularmente com o pai como passageira. Ou seja, está ali mais uma futura motociclista, o que é uma ótima notícia e vai ajudar a garantir a continuidade do motociclismo nas novas gerações, sendo que a própria também já é fã das competições e, tal como o pai, de Miguel Oliveira.
Aliás, sendo cunhado de Tiago Teotónio que também por aqui já passou e é também um fã das motos, há até a possibilidade de andarem juntos e fazerem viagens e passeios em família, o que dá ainda uma maior grandeza e alegria ao uso da moto.
Ainda um destaque para ser atualmente embaixador da marca BMW e de ter inclusivamente feito um vídeo muito interessante sobre o que é um luxo e começa da melhor forma: luxo é ter um teto para a família, mas nada como ver o vídeo (só faltam mesmo as imprescindíveis luvas):
À mulher de César não basta ser, é preciso também parecer!
Esta conhecida expressão tem aplicação direta na vida do casal e até já tínhamos partilhado uma situação com contornos similares, esta relativa à cantora Pink e mais concretamente ao seu marido por andar de moto com o filho pequeno sem capacete e ser alvo de muitas críticas por causa disso.
Quando se é uma personagem pública já se sabe que o escrutínio dos outros é implacável e perde-se muito da privacidade e da facilidade de ser anónimo. Dito de outra forma, quase que se deixa de ter vida própria e as redes sociais são terreno fértil para ser julgado em praça pública.
Numas férias em 2020, algures no Alentejo, para as bandas de Monsaraz, há um vídeo publicado nas redes sociais que mostra a Carolina e Gonçalo Uva, cada um montado em sua moto e com uma das filhas, andar pelos campos, sem que nenhum use capacete.
Não há como negar que, mesmo com muito cuidado e numa zona privada, andar de moto sem capacete é, em primeiro lugar, muito perigoso e se for com crianças o perigo cresce exponencialmente, além de ser uma infração ao Código da Estrada.
Ou seja, algo a evitar e, mais ainda, a divulgar. Não basta ser sério e responsável. É necessário mostrar que também se é sério e responsável!
Para a semana temos nova crónica e voltamos novamente a alguém que liga as motos, mas agora é mais com o mundo do teatro e da representação em geral, sendo também muito popular e já com uma longa carreira. Quem será?