Como prometido e, pela primeira vez nestas crónicas, trazemos até vós alguém que, entre outras coisas, tem uma íntima ligação à cozinha, mas também às motos. Tornou-se uma presença habitual na comunicação social e os seus dotes culinários e de comunicador fazem dele uma pessoa muito querida em Portugal. Até a sua forma caraterística de falar português ou os grandes olhos azuis lhe dão um encanto acrescido.
De seu nome completo Eduardo Andrés López, mais conhecido simplesmente como Chakall, é um cozinheiro, como gosta de ser tratado e não como chef, argentino, que nasceu a 5 de junho de 1972, tem hoje 52 anos, em Tigre, na região de Buenos Aires.
É um verdadeiro cidadão do mundo e as suas origens mostram isso mesmo: ascendentes oriundos de Espanha (Galiza), de França, da Suíça ou de Itália… que convergiram para a Argentina e todos com estreitas e ancestrais ligações à cozinha. Ou seja, ele é um cozinheiro já de quarta geração!
Assim, quando o bebé Eduardo nasceu, entre tachos e panelas e o lume a crepitar, dificilmente poderia ser de outra forma o seu futuro. Trabalhou muito duro no restaurante dos seus pais para chegar à conclusão de que aquele não era bem o futuro que buscava e dedicou-se ao jornalismo, nomeadamente jornal argentino El Cronista, como crítico de música, para depois perceber que também não era aquilo que buscava.
Recordam-se de termos abordado, há cerca de um ano, nas crónicas “10 semanas, 10 filmes” Os diários de Che Guevara? Chakall decidiu fazer algo similar e embarcar por uma aventura de moto pela América Latina, embora tenha optado por o fazer sem pendura o espírito foi similar. Aos comandos de uma Honda Shadow 600, moto de que já falámos, aquando da referência à Virago 535. Essa viagem, que durou quatro meses, serviu para lhe alargar horizontes e mostrar algo que já na Grécia Antiga dissera: “Não sou ateniense, nem grego, mas sim um cidadão do mundo!”
Finda essa viagem atravessa o Atlântico, chega a Portugal onde fica algum tempo e depois e durante cerca de dois anos enceta nova viagem, desta vez por África, ao volante de um 4×4 para descobrir o Continente, as pessoas ou a culinária. Só depois acaba por verdadeiramente descobrir Portugal que acaba por se tornar o seu porto de abrigo, o que não invalida que não continue a ser um viajante compulsivo e a passar muito do seu tempo pelo mundo fora a descobrir novas inspirações culinárias, pessoas, cores e sabores.
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