REPORTAGEM 16.º Traveler’s Event:
Ano, após ano, Avis e o Traveler’s Event continuam a encantar quem ali vai. Não é por acaso que o número de visitantes continua a crescer. Afinal de contas, os genes da aventura estão em todos nós e ali é o local certo!
Por: Pedro Pereira Fotos: Rui Moreno e Tó Zé Canaveira
Este ano a equipa da Balgarpir, os Motards D’Aviz, a Autarquia, as marcas ali presentes e toda a organização foram mais longe que nunca para oferecer um evento de um nível muito elevado. O que não invalida que haja por ali umas arestas por limar em termos de organização, nomeadamente no que concerne ao controlo de acessos e ao estacionamento.
Quanto ao número de marcas de motos presente, cerca de duas dezenas, foi o maior de sempre e avaliar pela satisfação geral valeu bem a pena. Realizaram-se centenas de test-rides e mesmo a oferta de acessórios e equipamentos era relevante e com margem para crescer.
Também, pela primeira vez, em colaboração com o Rad Raven e a Socialridr, foi dada a possibilidade de acompanhar o evento em direto via YouTube, permitindo assim estar no evento mesmo que a milhares de quilómetros de distância.
Veja também 16.ª edição do Travelers Event, em Avis
Avis: tão perto e tão bonito
Nesta edição, ao contrário de 2022, até a Barragem do Maranhão deu um maior contributo à festa. Ainda que longe da cota máxima, o facto é que o nível da água não estava assim tão baixo, o que acaba por ser positivo por vários motivos.
Por um lado, os banhistas têm a água mais próxima e apetecível. Além disso, mais água dá outro encanto à natureza e acaba por ter um efeito de microclima, ajudando a que a temperatura não seja tão elevada e esteve bastante calor, embora a chuva também tenha marcado presença, mas nada que estragasse a festa.
Já se sabe que a gastronomia alentejana é única na forma como combinam os ingredientes da terra, nomeadamente as ervas e os temperos, as sobremesas ou os vinhos… mais um atrativo da visita e que certamente foi aproveitado por muitos.
As estradas de acesso são outro incentivo. No concelho não há autoestradas ou vias rápidas e diga-se que, em abono da verdade, para um evento desta natureza não fazem falta nenhuma. Chegar a Avis, seja de Norte ou do Sul, do Este ou do Oeste, é para chegar com calma, desfrutar da calmaria e das diversas atividades, incluindo os passeios pela região.
Mesmo os fãs da N2, que são cada vez mais, acabam sempre por percorrer um pequeno troço dentro do concelho, na ligação entre Montargil e Mora. É pouco, mas dá direito a carimbo no passaporte para não faltar nada!
Destaques dos 4 dias
Na edição de 2022 foi dado o mote “porque 4 é melhor que 3” e veio para ficar, como a célebre marca de automóveis japoneses.
Ou seja, muitos dos aventureiros e aventureiras (que são cada vez mais e ainda bem) gostam de chegar logo na 5.ª feira e é fácil perceber porquê. Pouca gente, reduzida confusão, muito silêncio à noite, possibilidade de escolher os melhores lugares (leia-se sombras) no parque de campismo são alguns dos motivos.
Cientes desse facto a organização organizou logo duas tertúlias para esse serão, uma espécie de aperitivo para os dias seguintes e que dias!
No primeiro dia de setembro, sexta, é quando o evento começa a sério e Avis foi positivamente invadido por muitas pessoas.
Começam os test-rides (muitos, cada vez mais) e realiza-se a formação off-road com o Luís Ferreira. Já depois do jantar, teve lugar a formação teórica de sensibilização para práticas de segurança rodoviária da GNR, um “moto momentum” com Stefanie GS Girl Algarve e ainda duas apresentações: uma a cargo de Rodrigo Cunha “Sem rota no inverno” e a outra de André Sousa e a sua epopeia “Ride that Monkey”. Ele que agora vai fazer uma ligação do Polo Sul (Usuhaia) ao Polo Norte (Alasca), substituindo a Honda Monkey 125 por uma Honda Africa Twin 1100.
Sábado é um dia que começa bem cedo e por uma boa causa. São três passeios distintos. Dois off-road (nível 1 e 3) e um mais turístico pelas estradas da região com organização do BMW Motorrad Fans. Quem se deitou mais tarde… pagou depois o preço!
Após o final dos passeios e do almoço, Pedro Sarmento apresentou um workshop sobre fotografia e a Revista MOTOS, na qualidade de “media partner”, conduziu uma tertúlia. Foram abordados temas quentes no mundo das motos, como segurança rodoviária, Inspeções Periódicas Obrigatórias (IPO) ou limites de velocidade. Além disso, serviu para várias aventureiras partilharem um pouco da sua experiência.
Depois teve lugar um workshop por João Bolina denominando “Quiet Mind Fast Rider”, a que se seguiu a tertúlia do Escape Mais Rouco e paragem para jantar.
Já o serão foi longo e variado. Começou com a presentação do livro de João Rolo “A Fundo”, Ricardo Lugris apresentou “Montar e Partir – um Olhar Introspetivo sobre viajar de moto”, seguindo-se um direto online “Sardinhe Motorcycle World Tour” pelo casal Sardinha. O serão de sábado, acabou com “The Fu**ing Adventure”, por Luís Alexandre.
Já o domingo, como habitualmente, é o dia de dia de despedidas. Do regresso a casa, este ano mais ou menos molhado, sendo que para muitos representou o final das férias, mas também a promessa de voltar em 2024.