Quem te manda a ti, sapateiro, tocar rabecão?
(Ditado popular)
As motos têm uma forte componente estética e visual e no caso dos modelos com autocolantes essa dimensão é ainda mais importante uma vez que permite uma infinidade de conjugações com custos reduzidos e resultados muito interessantes.
Como alguns se recorda, aquando da crónica sobre a icónica DT 125R mencionei que a mesma estava bastante próxima do original (estamos sempre a falar de uma moto com mais de 30 anos) e que um dos aspetos a melhorar era aplicar um conjunto de autocolantes réplicas dos originais, vindos de Inglaterra uma vez que os que tinha não eram do meu agrado.
Adiei o projeto de troca por algum tempo por uma razão óbvia: não sou sapateiro e nem sei tocar rabecão, com pena minha! Ou seja, depois de ponderar bem decidi que a melhor opção era pedir ajuda a alguém com mais competências que eu. Não sendo uma tarefa de complexidade extrema o facto é que requer técnica e muita destreza manual para que o resultado corresponda às expetativas
Troca de autocolantes: antes, durante e depois
Tenho que fazer aqui um agradecimento público ao Luís da ALC Publicidade pela disponibilidade e simpatia em fazer a aplicação dos autocolantes que nem sequer foram por ele comercializados.
Da minha parte assumo que pouco mais fiz do que remover os antigos (parte mais fácil) e ir trocando com ele algumas impressões de como seria o resultado final, incluindo mostrar uma foto de um modelo original de 1991.
Vamos ser claros! Para muitos de vocês poder ser e é uma tarefa simples, mas depois do que vi sou o primeiro a assumir que não é bem assim!
Foram cuidadosamente limpas todas as áreas onde vão ser colocados os autocolantes e só depois se começa, meticulosamente, o processo de colagem que parece simples, mas não!
Começou-se pelas tampas dos radiadores, que não são exatamente iguais e, para piorar, no meu caso não são originais, mas antes umas réplicas da HP e cujo recorte lateral é ligeiramente diferente das originais e implicou um pequeno corte no autocolante da tampa esquerda.
Depois a colagem nos autocolantes das tampas laterais/malas implica cuidados especiais e medições uma vez que não são assimétricas, sendo que a do lado direito é mais curva por estar moldada para a ponteira de escape que passa por baixo.
Mesmo na mica dianteira (também conhecida por babete) foram feitos vários ensaios antes de escolher o posicionamento em definitivo para depois colocar ainda outro autocolante, tal como no guarda-lamas traseiro com o nome YAMAHA.
Até me causou alguma impressão ver que, em dados momento, o Luís fazia estrategicamente pequenos furos aqui e acolá, mas a explicação para tal opção, como forma de prevenir a formação de bolhas, fazia todo o sentido.
No final só posso dizer que adorei o resultado, mas sugiro que avaliem por vocês o “antes” (com os autocolantes que trazia desde que a adquiri), “durante” (completamente despida em que fica com um look mais triste) e o “depois”, ou seja, resultado final!
Texto e fotos: Pedro Pereira