I have a dream
Esta expressão, que ganhou fama mundial, pertenceu ao pastor e ativista Martin Luther King (1929-1968) que lutou e pagou com a vida a sua batalha pelos direitos civis, em especial pelo direito da igualdade e o fim da segregação racial.
O seu mais célebre discurso começava assim: eu tenho um sonho de que os meus quatro filhos pequenos um dia viverão numa nação …
Foi este o mote para Rodrigo Ribeiro começar a defender que as motos eram e podiam ser verdadeiramente “ferramentas de mobilidade” e a sua utilização podia ser realmente generalizada e não apenas para “motards puros e duros”, quase numa lógica de “feios, porcos e maus”.
O que, ao princípio, era uma campanha de um homem só acabou por mudar e em algumas décadas o panorama das motos e dos seus utilizadores transfigurou-se. Basta fazer uma pequena citação do sonho do Rodrigo para perceber melhor que não estava louco:
Nos anos 90′ habituei-me a ser o ÚNICO aluno motociclista da Faculdade de Direito.
De 1995 em diante, habituei-me a ter a ÚNICA mota parada em frente dos Tribunais.
De 2002 em diante, tive a mota ABSOLUTAMENTE SOZINHA na Assembleia da República (onde a PSP veio atrás de mim ao ver a minha Mota a dirigir-se para o estacionamento dos deputados)
O RESTO É HISTÓRIA…
O sonho do Rodrigo, mais do que um sonho, revelou ser a visão de alguém à frente do seu tempo! Basta pensar em como as coisas mudaram de lá para cá. As motos, também graças à denominada “Lei das 125” acabam por ser popularizar como nunca e hoje são usadas por pessoas de todas as camadas sociais, não havendo qualquer restrição por causa do sexo, estatuto social ou idade. Anda-se de moto “porque sim”! Não é preciso ter tatuagens, barba comprida ou fato de cabedal!
O sonho do Rodrigo e de muitos de nós, onde me incluo, tem vindo a cumprir-se, o que não invalida que não haja ainda muito por fazer, nomeadamente em termos de formação dos condutores ou da premente necessidade de uma maior fiscalização e melhoria de algumas vias rodoviárias, incluindo a sinalização, só para dar alguns exemplos.
E as motos?
Contado pelo próprio, as motos chegaram muito cedo à vida de Rodrigo, ainda criança, e logo da forma mais imprevista possível: foi literalmente abalroado (ou será atropelado) por uma! Era o destino e nós nada podemos fazer nesses casos, mas o rapazinho não ficou traumatizado e ocorreu o oposto, de tal forma que o bichinho das duas rodas cresceu dentro dele e de que maneira!
A paixão foi ficando cada vez maior, à medida que os anos foram avançando! Começou devagarinho nas 50 e foi subindo gradualmente de escalão, sendo que ainda hoje usa a sua “Branquinha”, uma já vetusta, mas altamente fiável e performante Yamaha Super Ténéré 750, que é já uma trintona e que o acompanha quase sempre, sendo o próprio que lhe faz grande parte da manutenção, embora assuma que está algo “maltratada”. A quilometragem é incerta, pois aos 99999 volta a zero e já o fez mais que uma vez!!!
Chegou a ser Presidente do Moto Clube de Cascais e usa a moto diariamente, faça chuva ou faça sol! Mesmo os seus tempos de deputado na Assembleia da República serviram para isso mesmo e Rodrigo conseguiu no Parlamento deixar a sua marca no mundo das motos.
Mais do andar diariamente, aproveita também para fazer as suas viagens de fim semana, muitas vezes pequenas viagens terapêuticas ou para defender causas, sejam rails, inspeções periódicas obrigatórias, a memória de um amigo motociclista que partiu ou qualquer outro motivo, como o Portugal de Lés-a-Lés de que é fã, embora muitas vezes nem é preciso motivo para andar de moto. Basta querer.
Além disso, Rodrigo é fã da competição e, como não podia deixar de ser, de Miguel Oliveira, mas desde que Miguel era um miúdo e não apenas agora que é uma estrela e a quem desejamos toda a sorte do mundo, agora na Pramac Yamaha.
O bichinho das motos lá em casa não acaba no Rodrigo
Rodrigo que é um homem nitidamente bem-disposto e humorado, basta olhar para as suas redes sociais para soltar umas boas gargalhadas, está casado há muitos anos com Patrícia Ferreira (o pedido de casamento foi no palco do Congresso da Juventude Social Democrata no Fundão em 2005) e dessa união nasceu a filha, que também adora andar de moto!
Interessante que, ao contrário de muitos de nós, Rodrigo é um homem que não é fã de grandes mudanças: Tem esta moto há mais de 30 anos (nem sei quantas vezes troquei de moto neste período e como eu muitos de nós), está com a Patrícia há décadas e não quer deixar de ser advogado até ao final da vida!!!
Dito de outra forma, a avaliar pelo Rodrigo, o futuro das motos está em boas mãos ele já se imagina, um dia, a ensinar os netos a andar de moto e até, talvez, a deixar-lhes a sua especial “branquinha”, que tantos momentos especiais tem partilhado na sua vida, servindo até de meio de transporte da noiva no dia do casamento…
Para a semana voltamos a ter nova presença nestas crónicas, mas será uma presença feminina e muito conhecida, em especial pela sua ligação à Rádio. Já sabem quem é?