Depois de duas semanas de interregno, tivemos nova ronda do MotoGP, desta vez já para além dos Pirenéus, no sempre espetacular circuito de Le Mans.
É local com uma grande tradição nas duas e quatro rodas, sendo que o primeiro MotoGP ali se realizou em 1969, sendo vencedor na categoria de 500 cc Giacomo Agostini, aos comandos de uma MV Agusta. Curiosamente, acabou por ganhar a temporada nas 500 cc e também nas 350 cc.
Já antes da prova os dias tinham sido animados com o possível abandono da Suzuki da categoria rainha. Ainda não se conhece uma decisão oficial, mas a especulação tem sido muita e há muitos pilotos e equipas a fazer contas à vida…
A sétima prova da temporada voltou a não desiludir todos os que a seguem, mas para os franceses era expetável que na categoria rainha fosse possível ouvir a “Marselhesa”, mas tal não aconteceu…
Já se sabia antecipadamente que o tempo iria estar instável, sendo que a possibilidade de chuva poderia baralhar as contas.
Emoção do princípio ao fim
Na categoria Moto E todos correm com motos da Energica e são percorridas apenas 8 voltas (cerca de 33 kms), mas a emoção é cada vez maior e apenas se sente, para muitos, a falta do cantar dos escapes. A vitória foi para o suiço Aegerter da equipa Dynavolt Intact GP MotoE, mas com apenas meio segundo de vantagem para o italiano Casadei da equipa Pons Racing 40. Uma categoria a seguir. O futuro vai passar também por aqui.
Na categoria Moto 3 o espanhol Masia (KTM Red Bull Ajo) acabou por ser feliz e conseguiu uma vitória “tirada a ferros” perante o japonês Sasaki (Sterilgarda Husqvarna Max), tendo acabado separados por menos de duas décimas de segundo! Se as bandeiras vermelhas tiveram influência ou não no resultado é outra história e o que fica é a classificação final.
Na categoria Moto 2 o espanhol Fernandez conseguiu dar também uma alegria à equipaKTM Red Bull Ajo conseguiu impor-se com todo o mérito com mais de 3 segundos de vantagem sobre o seu mais direto rival, o também espanhol Canet que, nesta prova, teve que se contentar com o segundo lugar.
Já na categoria rainha o italiano Bastiani e a sua Ducati (Gresini) estiveram a um nível realmente muito elevado e só mesmo o australiano Miller (Ducati Lenovo) se conseguiu aproximar na bandeira de xadrez, mas ainda assim a uns distantes 2,71 segundos. Até o terceiro lugar acabou para uma moto italiana, a Aprilia Racing, pilotada por Aleix Espargaro que, num duelo titânico, conseguiu superar Quartaro que, frente ao seu público, teve que se contentar com o quarto lugar. Em quinto ficou Zarco, outro francês, neste caso da equipa em Ducati (Pramac Racing).
Miguel Oliveira não teve uma boa qualificação, tendo saído da décima sétima posição, mas ocupava um lugar já mais de acordo com os seus pergaminhos, oitavo, que lhe iria permitir amealhar 8 preciosos pontos quando, a pouco mais de duas voltas, uma queda deitou tudo a perder! A sua KTM “perdeu” a frente e a queda foi inevitável! Um fim de semana para esquecer. Ele próprio afirmou sobre a queda “não sei o que aconteceu”!
Quartaro continua a liderar o mundial, mas a distância é agora de apenas 4 pontos para Espargaro e ainda só foram cumpridas 7 das 21 provas! Já Oliveira desceu mais uma posição, ocupando agora a décima primeira.
A próxima prova é já daqui a duas semanas no Gran Premio D’Italia Oakley no fantástico autódromo de Mugello. Tal como já referimos antes, a prova poderá ser visionada também durante o Lisbon Motorcycle Film Fest, em direto, num ambiente certamente eletrizante. A não perder!