Os radares de velocidade média estão prestes a chegar! As velocidades que praticamos têm uma influência significativa na sinistralidade rodoviária. Serão os novos radares um instrumento de promoção da segurança rodoviária ou mais uma forma de caça à multa?
Nos últimos anos temos vindo a assistir a um aumento crescente do número de radares, sendo que até aqui eram de dois tipos:
Radares de velocidade fixos: geralmente sinalizados e que funcionam através de ondas eletromagnéticas, que permitem calcular a velocidade a que os veículos circulam. São programados para “disparar” quando uma dada velocidade prevista é excedida e depois o infrator recebe posteriormente a notificação da infração;
Radares de velocidade móveis: como o próprio nome indica, não se sabe a sua localização. Funcionam de forma similar aos anteriores, mas a sua localização é variável, o que torna a sua deteção mais difícil. Muitas vezes, as autoridades estão logo a seguir ao local onde foi cometida a infração.
Agora, tal como em muitos outros países, vão começar a ser instalados os radares de velocidade média. A lógica é evitar o hábito de reduzir a velocidade antes do radar e acelerar logo a seguir.
Com os radares de velocidade média, cujo sinal tem a designação H42, a lógica é diferente. Entre dois pontos mais ou menos distantes entre si não é calculada a velocidade instantânea dos veículos, mas antes calculam se os mesmos andaram mais depressa do que o permitido e é dessa média aritmética que temos um valor final que pode ou não representar uma ilegalidade.
Como funcionam na prática?
Imagine o seguinte cenário: um troço de via rápida de 10 km que costuma ter bastante tráfego e sinistralidade elevada. O limite de velocidade é de 100 km/h. Até aqui tinha dois radares. O que muita gente fazia era reduzir a velocidade junto aos radares e, no resto do tempo, circular mais depressa.
Agora passa a ser mais complicado porque o sistema lê o valor de entrada nesse troço e o de saída, calcula a velocidade média entre o radar inicial e o final e se exceder o valor limite (os tais 100 km/h), mais a tolerância, o risco de autuação é elevado.
Está previsto que sejam devidamente sinalizados, tal como os radares fixos, mas implicam uma maior atenção por parte dos condutores, até porque vão estar estrategicamente colocados em locais onde não se pode parar para “queimar tempo” e sem entroncamentos e saídas.
A ideia é deitar por terra a possibilidade de circular acima dos limites legais e fazer uma paragem a meio para, desse modo, reduzir a velocidade média ou sair antes do segundo radar e, dessa forma, escapar ao controlo do sistema.
Localização dos radares de velocidade média
Tendo por base a informação da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), para já, serão 10 os radares de velocidade média nas estradas portuguesas, mas tal como acontece com os fixos a sua localização vai variar.
Não vamos conseguir saber, ao passar por eles, se lá estão nesse momento ou não.
Aqui fica uma previsão para a instalação dos primeiros 10 radares de velocidade média nas estradas portuguesas:
Aveiro: A41
Beja: En206 e IC1
Castelo Branco: IC8
Coimbra: A1 e EN109
Évora: A6 e IP2
Faro: EN398
Lisboa: A9, EN10, EN6-7 e IC19
Porto: A3
Santarém: A1
Setúbal: EN10, EN378, EN4, EN5 e IC1
Ainda não se sabe exatamente quando vão começar a funcionar os novos controlos do SINCRO – Sistema Nacional de Controlo de Velocidade – da responsabilidade da ANSR, mas uma coisa é certa: cada vez mais exceder os limites de velocidade é também um risco para os pontos da nossa Carta de Condução, incluindo ao circular de moto.
Já em termos monetários, consoante a gravidade da infração ao Código da Estrada (excesso de velocidade), a multa começa nos 60€ e pode chegar até aos 2.500€, dependendo dos limites e excesso de velocidade a que circular.