Necessitamos de uma nova abordagem
Diz o ditado “mais vale prevenir do que remediar”, mas será que os radares são mesmo a melhor forma de prevenção? Esta busca desenfreada de receitas não é mais uma forma fácil de conseguir mais dinheiro para os cofres públicos?
Onde andam as campanhas de sensibilização e prevenção? Porque não são feitas na televisão, na rádio, nas redes sociais ou nas escolas? O que falta para integrar estas matérias logo nos currículos escolares das crianças e jovens? Porque não são proporcionados aos cidadãos cursos de reciclagem na condução? Tomando por exemplo a GNR, porque não são muitos mais os cursos gratuitos de condução defensiva? A lista de espera é de anos!
Porque é tão “atabalhoada” e perigosamente fácil a obtenção da equivalência da Carta de Condução? Quantos atestados médicos para a carta de condução são facultados sem sequer o médico ver a pessoa a quem está a atestar que tem condições para conduzir?
Já agora, se as autoridades estão mesmo comprometidas com a sinistralidade porque não tomam uma atitude corajosa e, por exemplo, reduzem a taxa o valor do IVA na aquisição de equipamentos de segurança, como capacetes, luvas, botas, casacos ou sistemas de airbag? Porque é obrigatório somente o capacete para circular de moto? É manifestamente pouco! Luvas, botas e casacos iriam reduzir bastante a gravidade de muitos acidentes que ainda ocorrem, reduzindo valores de indemnização, paragens forçadas, intervenções cirúrgicas, dolorosos e longos processos de recuperação e até óbitos.
Parece que em Portugal se continua a optar pela via mais fácil, aquela que garante melhores resultados em termos de retorno financeiro, sendo menor a preocupação com os reais problemas da sinistralidade rodoviária.
Enquanto a aposta for mais na repressão e menos na prevenção e na formação, os resultados em termos económicos podem ser melhores, mas a médio e longo prazo certamente que não.