Esta é a crónica “Que moto Comprar” número 49 e continuamos juntos, cada vez mais próximo das 50 edições, que contamos atingir na próxima semana. Continuem a remeter os vossos pedidos sempre o mais detalhados possível, para tentarmos ajudar a esclarecer as vossas incertezas.
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Escolhida a nova trail de média cilindrada cá para casa
“Daqui é novamente o Gonçalo.
Há cerca de dois meses pedi-vos ajuda sobre a possível escolha de uma trail de média cilindrada, até 750 cc, capaz de me levar a todo o lado, às vezes com pendura, confortável e por um preço ajustado à minha carteira, mas de preferência uma moto já deste ano.
A escolha acabou até por ser mais rápida do que estava à espera. Para tentar conseguir alguma poupança comecei a procurar no mercado de motos usadas e surgiu uma que era mesmo a nossa medida e logo no modelo que era a nossa primeira escolha: uma QJMotor SRT 700X e já com o kit de malas.
Moto já deste ano, com pouquíssimos quilómetros e num estado que parecia acabada de sair do stand, mas a um preço bastante inferior e nos documentos também estava tudo direitinho…
Fizemos alguns contatos por mail e telefone, o dono enviou-me alguns vídeos e rapidamente chegámos a um acordo. Fui com a minha namorada de autocarro para experimentar a moto, ver se estava tudo ok como parecia, ia já com um seguro provisório e fechámos negócio logo ali e já viemos montados nela!
A moto é fantástica, muito fácil de conduzir e económica. O motor, o conforto e os travões nada têm a ver com a 125. Esta só ganhava nos consumos e em não pagar IUC!
Apenas não estou contente com alguns soluços a muito baixa rotação e já marque numa concessão da marca para ir ver o que se passa e na Internet consta que existe uma atualização de software que pode resolver este meu desagrado.
Obrigado pela ajuda e Feliz Natal.”
Alguns comentários
O Gonçalo não perdeu tempo! Foi à procura da moto que procurava, levou consigo a namorada e fecharam negócio na hora, tendo poupado bastante dinheiro face a um moto nova e com matrícula deste ano.
É a chamada situação que acaba por ser benéfica para as várias partes interessadas, geralmente conhecida por win-win.
Virem logo os dois montados na moto é também um ato de coragem e, sejamos francos, até um bocadinho de loucura positiva, mas na realidade quem anda de moto costuma ter um pouco de ambos, o que não faz mal nenhum!
Quanto à QJMotor SRT 700X consegue ser uma proposta bastante equilibrada entre o que custa e aquilo que oferece, estando equipada com um motor bicilíndrico 698 cc, capaz de gerar uma potência 73,5 CV às 8500 rpm e um binário de 67 Nm às 6500 rpm. Além disso, tem uma boa dotação de equipamento, caso da iluminação Full LED, travões do especialista Brembo, suspensões Marzocchi, quadro de instrumentos TFT com ecrã 5″ multifunções, punhos e assento aquecidos, entre outros.
Tudo isto por um preço de 7990€, mais despesas, já com seis anos de garantia e um kit de três malas. Tal como refere, conseguiu um preço um bocado abaixo deste valor, o que torna o seu negócio ainda mais apetecível e permite ter algum dinheiro para equipamento de segurança ou acessórios.
Relativamente à questão dos “soluços” a baixa rotação tem mesmo de esperar pela ida à marca para ser analisada a situação. Por vezes é mesmo necessário fazer uma atualização de software, algo muito comum, mais ainda quando as normas de emissões são cada vez mais restritivas e o ciclo de desenvolvimento dos produtos mais curto.
Importa ainda ter presente que se trata de um bicilíndrico em linha e que alguma vibração, por exemplo até às 2.500 rpm é comum e praticamente inevitável, sendo que se vai notar sempre nesse regime de rotação, que usa muitas vezes no trânsito citadino em que se circula a velocidades mais baixas.
Partindo do pressuposto que a moto está completamente stock, também se pode dar o caso de ter sido usada gasolina de qualidade inferior à recomendada, mas logo que a moto seja vista pelos serviços técnicos competentes poderá ter mais informação.
Pode ainda fazer uma experiência, nem que seja enquanto a sua estiver a ser inspecionada: peça para conduzir/testar uma moto igual e nas mesmas circunstâncias. Rapidamente vai perceber se o fenómeno ocorre também nessa moto ou não. Pode dar-se o caso de não ser defeito, mas feitio!
Esperemos que continuem a disfrutar da vossa moto, seja como veículo de trabalho ou de lazer e que o façam sempre dando prioridade à segurança.
Afinal de contas, o combate à sinistralidade rodoviária tem de ser uma prioridade para todos nós, qualquer que seja o perfil de utilização da moto.