As nossas sugestões
O Diogo já fez o trabalho de casa e também colocou à venda a sua simpática Transalp, sendo que tem o seu leque de escolhas bastante restrito e o facto de não pretender uma moto do tipo trail acaba por tornar mais fácil a decisão. Busca uma moto com caraterísticas de touring e custos controlados, na aquisição e na manutenção.
Começando pela sua Honda XL 650V ou, simplesmente, Transalp, trata-se de uma trail muito agradável e até divertida e que tem procura, apesar de já ter mais de 20 anos. O facto de ter uma quilometragem baixa e estar original também a valoriza e se o valor for ajustado ao mercado certamente que não vai ser difícil de vender.
Apontar para um valor de venda é sempre complexo, mas veja em sites de vendas os valores apresentados e já fica com uma noção. Tenha também presente que é normal haver alguma margem de negociação. Também pode ponderar a venda num stand/concessão já que a sua moto é vendável e pode ser aí mais valorizada na compra de outra e ter o bónus de uma garantia, por mútuo acordo, de pelo menos 18 meses, caso já tenha expirado a garantia da marca.
Quanto às suas duas possíveis escolhas são ambas muito interessantes, mas de forma diferente e uma não é necessariamente melhor que a outra, pelo que tem mesmo de testar as duas.
A Tracer 700, do seu motor Cross Plane de dois cilindros e 689 cc, extrai cerca de 73 cv às 8750 pm e um binário de 67 Nm às 6.500 rpm. É uma moto muito divertida, confortável, bastante ágil e fácil de conduzir. Oferece de origem alguma proteção aerodinâmica, o que é ótimo para viajar e com o seu orçamento certamente que vai encontrar um exemplar recente e talvez até com alguns extras, como malas, punhos aquecidos ou descanso central.
Mesmo numa condução mais viva os consumos são bons, na casa dos quatro litros, o peso total, a cheio, fica ligeiramente abaixo dos 200 kg e os 17 litros do depósito garantem autonomias superiores a 300 km com uma boa margem de segurança.
A NC 750X insere-se na mesma categoria, mas tem um perfil ligeiramente diferente. O seu bicilíndrico de 745 cc oferece 59 cv às 6.750 rpm e um binário de 69 Nm às 4.750 rpm. Logo aqui está uma diferença de relevo: menos potência, mas mais cedo e binário ligeiramente superior. Também oferece boa posição de condução, proteção aerodinâmica e facilidade de condução.
Os consumos são ainda mais baixos, quase imbatíveis e mesmo com um depósito de 14 litros consegue uma grande autonomia. O peso também superior em cerca de 15 kg e a versatilidade de poder colocar um capacete no lugar ocupado tradicionalmente pelo depósito é uma mais-valia.
Só por aqui se percebe que estas duas excelentes opções o podem satisfazer, mas uma permite uma toada mais ágil e desportiva, fazendo mais uso da caixa de velocidades e da superior capacidade de rotação e na outra tudo ocorre de forma mais serena, mas igualmente divertida, com um formato até mais aventureiro.
Para alargar um pouco mais a sua escolha, sugere-se que teste a também a Triumph Tiger 660, numa altura em que a marca tem vindo a alargar a sua rede de concessionários pelo país.
É a única tricilíndrica na categoria e do seu motor de 660 cc são extraídos 81 cv às 10.250 rpm e um binário de 64 Nm às 6.250 rpm. Ou seja, menos binário que as outras duas, mas é, de longe, a que oferece mais cv, ainda que num regime mais elevado de rotação. É também uma moto muito versátil, fácil de conduzir e o caráter do seu motor torna-a diferente das outras duas opções.
Esta proposta de Hinckley tem também uma boa dotação de equipamento, caso da suspensão dianteira invertida ou a conetividade e o peso (204 kg) colocam-na a meio termo entre as outras duas. O depósito de 17 litros também lhe garante boa autonomia e é uma proposta mais exótica, uma vez que as vendas não rivalizam com as suas duas concorrentes de ocasião.
Nestas três propostas deve estar a sua futura companheira. Tem mesmo de as experimentar todas, antes de tomar uma decisão final.
Com o seu orçamento pode não ser possível adquirir um exemplar zero quilómetros, mas vai certamente ser possível comprar uma moto muito recente, sendo de valorizar a existência de extras ou versões mais equipadas.
Por exemplo, a Tracer tem uma versão GT, que faz dela uma verdadeira Sport Tourer, a NC tem packs de equipamento como o Pack Travel Combi e a Tiger tem uma gama de acessórios muito alargada.
Qualquer que seja a sua escolha, nenhuma destas três motos o vai deixar defraudado e vai certamente proporcionar-lhe bons momentos de diversão e, quem sabe, tornar-se numa futura companheira por muitos e bons anos.