As nossas sugestões
O José não deixou nada por indicar no seu perfil, mas há alguns detalhes que se destacam: um deles é a altura que faz facilmente parecer que qualquer moto é baixa e vai implicar sempre algumas concessões em termos de conforto. Por outro lado, a Honda CBF tem um motor muito redondo e suave, dono de uma cremosidade que não será fácil de igualar por muitos motores.
Parte do trabalho de casa já foi feito pelo José ao testar algumas motos, o que já lhe permite riscar algumas da sua lista, incluindo as opções com caixa automática, tipo a DCT da Honda.
Em vez de esperar mais um ano, porque não pensar na compra mais cedo, tipo até abril, de modo ainda ir a tempo de ir ver o MotoGP a Jerez da La Frontera, que será nos dias 26 a 28 de abril, aproveitando o feriado do 25 de abril e fazer logo uma viagem? Ótima desculpa também para comprar moto mais cedo e fazer uma viagem aos Picos da Europa, evitando os meses de julho e agosto!
As motos de perfil mais trail touring são, provavelmente, as que mais vão ao encontro das necessidades e tipo de utilização do José, sendo que o seu orçamento de referência e o facto da compra usada ser um não problema alargam ainda mais o leque de escolhas.
Uma possível escolha pode ser a trail touring Kawasaki Versys 1000. Muito conforto, posição de condução mais vertical e um motor tetracilíndrico que, sem ter valores de potência ou binário referenciais, não o vai deixar desiludido. Existem várias versões na Versys 1000 pelo que é só escolher a que mais se adequa. Além disso, residindo na Grande Lisboa não será complicado efetuar um test-drive e um exemplar zero quilómetros cabe no seu orçamento.
Outra possibilidade pode bem ser a Triumph Tiger 1200, na sua versão mais estradista, a GT. Bons níveis de conforto, motor tricilíndrico muito forte e agradável e uma posição de condução pouco agressiva que pode ser sempre melhorada, por exemplo com uns “aumentos de guiador” (vulgo bar risers). O preço da nova pode estar já um pouco acima do orçamento, mas uma moto de serviço ou recente pode ser uma ótima escolha.
Outra hipótese muito interessante é a novíssima Suzuki GSX-S1000 GX. Está agora a chegar ao mercado e foi testada na MOTOS deste mês. Já pode ser encomendada, tem um motor tetracilíndrico fantástico, boa dotação de equipamento (quando o José começar a viajar mais vai valorizar coisas como o cruise control ou os punhos aquecidos) e uma posição de condução do tipo crossover que também poderá depois modificar para o seu perfil de utilizador.
A Multistrada, preferencialmente na configuração V4, também pode ser uma possível eleita, sendo que o seu estrondoso motor pode ajudar à decisão do José, mesmo tendo valores de potência quase pornográficos. Também aqui a compra de novo acaba por ser inviabilizada, mas uma moto recente cabe perfeitamente no seu orçamento e existem várias versões que podem ir ao encontro do que procura.
Por último, a BMW S1000XR também se pode constituir como uma excelente opção e uma inseparável companheira de viagens, longas ou curtas. O motor tem prestações de desportiva, mas a posição de condução mais neutra, o aceitável nível de conforto para dois e as mais recentes tecnologias de conforto e segurança fazem dela uma possível eleita. A aquisição em novo, mesmo com uma menor dotação de equipamento, vai exceder o seu orçamento pelo que a escolha de uma unidade usada faz todo o sentido.
Nestas cinco motos já está um leque de escolhas diversificado e é importante, se possível, optar por as experimentar a todas antes de decidir e leva a sua companhia habitual consigo porque o teste deve ser feito a dois. Caso nenhuma delas vos satisfaça, então devem ponderar também as ofertas de motores bicilíndrico, como os que refere na sua descrição.
José, comece já a fazer o trabalho de casa. Estamos no início do ano, uma ótima altura para ver o que mercado tem para oferecer, as eventuais promoções e, quem sabe, se não vai ainda a tempo de ir de moto nova a Jerez ver o MotoGP no circuito Angel Nieto!
Feliz 2024 e boa escolha.