As nossas sugestões
O Sandro já restringiu bastante o seu leque de opções pelo que agora a decisão será mesmo entre os “Big Four” do Japão. Deste modo já ficam de parte as marcas europeias, caso da BMW, Aprilia, Ducati ou Mv Agusta.
Não vale a pena estar a recomendar as 600 cc porque já percebemos que não é o que procura, mas os custos de aquisição e de utilização são bastante diferentes, como sabe. Ainda que mais numa perspetiva de circuito e numa comparação com motos novas, este vídeo do nosso Diretor, Domingos Janeiro, é de visualização quase obrigatória.
Há alguns anos atrás as super-desportivas de 750 cc eram bastante populares, mas acabaram praticamente por desaparecer do mercado e mesmo as de 1000 cc foram muitas vezes trocadas por maxi-trails, igualmente divertidas, mas menos exigentes e mais confortáveis. Ainda assim, por exemplo uma GSXR 750 das últimas, tipo 2015 em diante, pode ser uma escolha possível. Mais ágil que uma 1000 e menos exigente em termos de condução, mas igualmente divertida e com um motor muito cheio. Não a coloque de parte sem a experimentar.
Focando-nos agora nas super-desportivas com um litro de cilindrada, a primeira sugestão é óbvia: tente comprar a moto mais recente que lhe for possível e que esteja em ótimo estado, além de original. Pode até ter um escape diferente, mas é crucial que tenha o de origem, até por causa das mais que prováveis inspeções periódicas obrigatórias.
Por exemplo, na GSX-R 1000 faz todo o sentido procurar modelos a partir de 2012, uma vez que nesse ano a moto sofreu importantes atualizações e uma cura de emagrecimento que a tornou ainda mais apetecível e viciante. Se for a Suzuki a sua eleita, saiba que será uma herdeira digna da revolucionária Suzuki GSX-R 750 de 1985 que veio revolucionar o mundo das super-desportivas.
Quanto à Honda CBR 1000 RR Fireblade, também nesse ano sofreu uma importante atualização, coincidindo com os 20 anos da popular designação “Lâmina de Fogo” ainda hoje usada pela marca. Grandes alterações ocorreram, por exemplo, ao nível das suspensões. De referir que foi a Honda, com a sua CB 750 Four, ainda na década de 60, que criou o conceito dos motores 4 em linha de pretensões desportivas.
Quanto à Kawasaki Ninja ZX-10R já tem como termo de comparação a do seu Pai e a recomendação é a mesma de sempre: comprar o mais recente e em melhor estado possível! Se foi a Honda quem criou a arquitetura do motor, a Kawasaki foi quem lhe deu a fama e mostrou as suas reais capacidades, ao lançar no início da década de 70 a sua Kawasaki Z1 900, que muitos consideram a Mãe de todas as superbikes.
Por último e não menos interessante, temos a Yamaha com a sua YZF-R1. Em 2009 a marca começou a usar nos seus motores a tecnologia Crossplane, herdada diretamente da competição, mas se puder procure uma moto mais recente, por exemplo um modelo de 2012 em diante, já com controlo de tração. Caso a sua opção seja a R1, vai adquirir uma pura desportiva, herdeira da inovadora moto que a marca apresentou ao mundo em 1998 e daí para a frente foi colecionando sucessos.
Qualquer uma destas quatro motos vai ser certamente uma boa escolha, mas são motos que, além de muito gratificantes, exigem também muito de quem as conduz e não perdoam muitos erros. Considerando que há uma dúzia de anos atrás, a eletrónica estava bem menos desenvolvida que na atualidade e os pacotes eletrónicos atuais que conhecemos agora, como por exemplo as Unidades de Medição de Inércia (IMU) ainda estavam numa fase embrionária há que ter muita atenção na condução.
Além disso, com motores com valores de potência e binário desta ordem não se pode ser minimamente negligente em termos de consumíveis ou manutenção. Performance máxima exige produtos de qualidade, sendo os pneus um bom exemplo.
Tudo somado, se a sua decisão vai nesse sentido, que seja uma decisão o mais consciente e informada possível, uma vez que uma super-desportiva de 1000 cc acaba por constituir a porta de entrada para um mundo muito restrito.
São elas os “porta-estandartes” das marcas! Com sofisticadas soluções a nível mecânico e ciclístico, geralmente herdadas das competições mundiais ao mais alto nível, ou seja, MotoGP e Superbikes.