As nossas sugestões
O João Miguel busca uma companheira para todos os dias e talvez até para umas voltinhas ao fim de semana e tem uma predileção especial por monocilíndricas, uma arquitetura de motores que, com honrosas exceções, como a anunciada Ducati 698 Mono, têm vindo a perder popularidade nos últimos anos.
O motor que equipa a KTM 690 (seja na versão de Enduro, SMC ou na Duke) é um caso muito sério de longevidade. Claro que foi sofrendo atualizações e melhorias, até por causa das normas de controlo de poluição, mas a base é o LC4 (liquid cooled 4 válvulas) que a marca lançou ainda no século passado e tem um palmarés notável, incluindo cinco vitórias no Dakar, antes da chegada dos motores de 450 cc.
É um motor compacto, leve, muito potente, com um nível de vibrações aceitável, sendo que com manutenção atenta é também bastante fiável. Com o seu orçamento é questão de procurar uma moto que responda às suas necessidades que não vai ficar nada desiludido, até mesmo se decidir fazer uma utilização mais radical, apesar de já ter uma moto para esse fim.
Nos últimos anos esta esta unidade motriz também é usada na Husqvarna 701 (Enduro e SM) e na GasGas ES 700 e SM 700, mas por serem mais recentes já devem ficar fora do seu orçamento.
A hipótese de uma KTM 640, de conceção mais antiga, também é possível, mas recomenda-se que opte por uma unidade já com o motor 690, de 2008 em diante. O novo motor é mais potente, agradável e tecnologicamente mais evoluído.
Que moto comprar? Monocilíndrica para uso diário
Em termos de alternativas também existem algumas. Uma possibilidade incontornável é a Yamaha XT 660 Z Ténéré, com o seu popular motor monocilíndrico e uma vocação nitidamente off-road, mas sem comprometer no asfalto. Certamente que consegue encontrar uma unidade que lhe pode agradar e apesar de as performances do motor serem um pouco inferiores à do LC4 não o vão desiludir. A Yamaha XT660R também é uma boa alternativa e puramente asfáltica.
A SWM 600 também pode ser uma alternativa, sendo uma moto mais recente, apesar de utilizar um motor da antiga Husqvarna. A SMW desdobra-se em duas versões: a SuperDual X, com mais competências para estrada, piscando o olho à terra e a RS 600 R de perfil mais off-road. É questão de procurar mais informação e ver se corresponde ao que procura.
De referir ainda a BMW que, com motor Rotax, teve uma declinação de três motos que pode ir ao encontro do que procura, mas a oferta no nosso mercado será mais reduzida: G650 Xchallenge, a G650 Xmoto e a G650 Xcountry, todas usando a mesma base mecânica, que a marca já tinha utilizado na BMW F 650, mas mais atualizada. São todas relativamente pouco comuns no nosso país.
Em contrapartida, a marca “ressuscitou” o conceito com a G 650 GS, esta já mais comum em Portugal e, por exemplo, uma edição especial “Sertão” pode ser uma escolha interessante e dentro do seu orçamento.
Outra possibilidade, também baseada neste mesmo motor, mas numa moto muito recente: a Voge 650 DS. Uma pura trail aventura, com todas as mordomias da tecnologia atual e um motor monocilíndrico com um historial de décadas, que já foi usado, pelo menos, pela BMW, Aprilia e Bombardier. Talvez consiga uma unidade de 2022/2023 e assim fica com uma moto ainda com um longo período de garantia pela frente e caráter de um monocilíndrico, tal como aprecia.
Ou seja, já aqui tem várias possibilidades. Se quiser algo diferente, ainda que um pouco mais antigo, uma Suzuki DR 650 também pode ser uma opção interessante e até mais acessível. Tão válida que ainda hoje é comercializada em vários países com as especificações existentes na segunda metade da década de 90. Para o melhor ou pior, será sempre uma moto sem qualquer tecnologia de destaque, com alimentação a carburador e sem ABS. Em Portugal não devem existir exemplares posteriores a 2000, exceto se tiverem chegado via mercado paralelo.