Alguns comentários
A Honda é conhecida por ter lançado uma série de invenções e desenvolvimentos muito interessantes também no mundo das motos e as motos sem embraiagem manual ou com sistemas intermédios é algo que a marca usa há décadas! Basta pensar no exemplo das pequenas Honda mini-trail ou na Honda CM400 Hondamatic que Prince usava…
Já o sistema DCT (Dual Clutch System) não é uma moto sem embraiagem. Em rigor tem duas que trabalham de forma solidária, ou pouco do que acontece nos automóveis, caso da VW, que ajudou a popularizar as caixas de dupla embraiagem com a sua popular DSG.
Voltando à Honda, que detém a patente da DCT, lançou primeiro o sistema na Honda VFR 1200 Sports Tourer, que chegou ao mercado em 2010. Daí para a frente o sistema foi sendo melhorado e a sua utilização generalizou-se sendo que, na atualidade, a marca o usa numa série de modelos, incluindo a NT (New Touring), cujo motor é basicamente o mesmo usado na Africa Twin 1100, que também pode vir equipado com DCT.
O sistema está muito evoluído e não há como negar que se adapta perfeitamente a todos os nossos gostos pessoais, podendo ser usado em modo completamente automático (um descanso), num modo manual (através das patilhas disponíveis nos comandos do lado direito) ou até, como extra, com o tradicional pedal de mudanças, perfeito para os saudosistas.
A este propósito, recomenda-se a leitura da sua Revista MOTOS deste mês. O nosso colaborador Henrique Saraiva nos seus roteiros “Viagens ao Virar da Esquina” apresenta o sistema de forma detalhada e mostra as vantagens do mesmo em praticamente todas as situações.
Aliás, o também nosso colaborador Paulo Ribeiro fez um extenso teste à moto durante vários dias e é o primeiro a admitir que não só esta moto New Touring é uma excelente companheira para viajar, como o sistema DCT uma mais-valia inequívoca. Ele até chama a esta moto e sistema “A lógica do Sr. Soichiro Honda”.
Quanto à versão normal, faz da NC 1100 uma turística mais “normal” e para quem está habituado às caixas manuais, como é o seu caso, acaba por se sentir mais confortável e mais no controlo das operações, embora esta seja uma moto completamente diferente de uma R, como todos bem sabemos. Ainda assim, é adorada pelos seus proprietários. Veja-se este exemplo.
Qual comprar?
Se fosse uma Africa Twin, mais ainda na versão base, para umas aventuras off-road, tipo ir fazer o Lés-a-Lés fora de estrada ou umas pistas a Marrocos… então a versão com caixa manual fazia mais sentido, até porque os 10 kg, para alguns de nós onde me incluo, fazem bastante diferença!
Agora numa moto de missão eminentemente turística, com ótimas capacidades para viajar, provavelmente com carga e passageiro, não há razões lógicas para não adquirir a versão de dupla embraiagem, talvez até com o tradicional pedal de mudanças, para que em momentos de inspiração possa matar saudades!
Caso ainda pondere alternativas dentro do mesmo perfil de moto e queira mesmo optar pela caixa manual, há diversas escolhas dentro do seu perfil e orçamento. Mencionamos apenas duas, sem querer tornar a sua decisão mais complicada, mas com a certeza de que a NT 1100 pode ser uma excelente escolha, se for a eleita:
Yamaha Tracer 9 GT: equipada com um motor mais divertido (CP3) e com um perfil um pouco mais agressivo, sem que a moto deixe de ser uma sport-touring no mais puro estilo. Tem é que esquecer a DCT porque aqui não existe;
Suzuki GSX-S 1000GT: parte do seu encanto advém do motor. São quatro cilindros em linha e performances de desportiva, quase uma R, mas em formato GT. Mais uma vez, também aqui não há DCT.