Alguns comentários
O Costa e a esposa têm um dilema interessante pela frente e não existe uma resposta para as suas dúvidas. Terão de ser eles a avaliar e pesando os pratos na balança ver efetivamente qual a moto que melhor vai ao encontro do que procuram.
Aliás, a vossa dúvida é a de muitos outros motociclistas. Há quem tenha trocada a 1250 pela 1300 e tenha adorado, quem se tenha mantido na 1250, mesmo depois de ter testado a 1300 e por aí adiante.
Neste momento a 1250 já não é comercializada, tirando na versão GS Adventure, que ainda consta do catálogo da marca, mas isso até pode ser benéfico para vocês, caso a opção seja a 1250. Vão encontrar certamente exemplares praticamente novos e o diferencial de preço face à 1300, nova ou de serviço, será sempre significativo. Aliás, o preço base da 1300 é a partir de 21160€, mais despesas, mas com uma dotação de equipamento algo parca. Pesa próximo de 260 kg a cheio.
Alguns problemas de juventude, nomeadamente em termos de eletrónica, é algo relativamente comum em novos modelos (e a 1300 pode considerar-se assim, dada a quantidade de alterações) e as marcas apressam-se a fazer correções no produto, de modo a garantir que a qualidade do mesmo vai ao encontro das expetativas dos clientes.
A 1250, que chegou ao mercado no início de 2019, vinha com significativas diferenças face à 1200 a todos os níveis, nomeadamente um motor mais possante, mas sempre boxer, com 1254 cc, agora com 136 cv às 7750 rpm e um binário de 143 Nm às 6250 rpm. Ao longo do seu ciclo de vida foi conhecendo algumas melhorias, mas é, face à vossa 1200, uma evolução relevante, sem chegar a ser revolução.
Esta aconteceu com a novíssima 1300 que representa, para o bem e para o mal, uma mudança profunda na família GS, sendo que o próprio motor é muito diferente e a caixa de velocidades está numa posição distinta. Vem agora com exatamente 1300 cc, 147 cv às 7750 rpm e um binário de 149 Nm às 6500 rpm. Estas diferenças acabam por ser mais ou menos significativas, dependendo da sensibilidade e gosto de cada um.
Onde a diferença é notória e facilmente percetível é na cura de emagrecimento do novo modelo. A 1300 perdeu cerca de 12 kg face à 1250. Basta olhar para ela perceber que está mais pequena e na condução sente-se nitidamente mais ágil e até divertida, embora menos “matulona”. Há quem goste, quem odeie, mas dificilmente alguém fica indiferente. Decisão meramente pessoal.
Outro exemplo são os piscas “integrados” nas proteções de mãos. Pode ficar esteticamente interessante, mas é um problema para quem quiser colocar outras proteções de mãos ou, no caso de uma eventual queda, nem que seja a moto “dar ao lado”, poder representar uma grande despesa!
As novas tecnologias de segurança, caso do radar traseiro e dianteiro ou o sistema de altura adaptativo, também podem ser um elemento relevante na vossa decisão, mas é algo que vos cabe avaliar para perceber qual a pertinência.
Ainda antes de decidir, não perdem nada em experimentar uma moto do mesmo perfil, mas de outra marca: a Triumph Tiger 1200, na versão estradista, a GT Pro! Tem também uma excelente dotação tecnológica, onde se inclui também a suspensão traseira que permite baixar eletronicamente e, desse modo, ajudar as pessoas de perna mais curta e transmissão por veio e cardan, tal como a BMW.
Tem um motor de três cilindros, com 1160 cc, que debita 150 cv às 9000 rpm e tem um binário de 130 Nm às 7000 rpm. O seu peso a cheio é de cerca de 245 kg e o preço a partir de 22.000€, mais despesas, já com uma boa dotação de equipamento.
Notas finais
Não é fácil ajudar numa situação destas, mais ainda porque são duas motos interessantes, embora a 1300 represente uma certa “rutura” com a tradicional GS que conhecemos até à 1250.
O diferencial, significativo no preço pode ser atenuado, de certa forma, procurando na 1300 uma moto já matriculada, por exemplo de serviço. Costumam estar em excelente estado e ter uma ótima dotação de equipamento, mas pode ser complexo de encontrar uma que corresponda exatamente ao que procuram…
Optando por uma ou pela outra vão ficar certamente bem servidos, mas podem ainda ser completamente claros com o vendedor, explicar melhor a vossa situação e conseguir um test ride mais alargado para decidir melhor e em condições reais, com malas e tudo. Tornará mais fácil a decisão, tal como poder trocar impressões com proprietários de uma e da outra.
Depois da decisão tomada, seja ela qual for, também podem partilhar com a comunidade virtual da Revista MOTOS qual foi a moto vencedora.