Depois de na semana termos apresentado o ator Manuel Sá Pessoa eis que esta semana vamos ter novamente uma cara bem conhecida, nomeadamente por ser um humorista que nos cativa e encanta há muitos anos: o Nilton!
De seu nome completo Nilton Rodrigo Farinha Rodrigues, mas conhecido apenas pelo primeiro nome tornou-se ao longo dos anos, numa cara e sorriso incontornáveis que nos faz rir como se não existisse amanhã e dono de um talento com múltiplas facetas!
Nasceu em Angola, veio para Portugal com quatro anos e rumou a Proença-a-Nova onde viveu a sua infância e adolescência, antes de rumar a Faro onde viveu e trabalhou mais de uma dúzia de anos e acabou por se tornar um cidadão do mundo. Esta vila, no Distrito de Castelo Branco, será em breve também alvo dos nossos roteiros, sendo que o Vizinho Portalegre já foi visitado.
É hoje um jovem com 52 anos, tendo nascido a 4 de junho de 1972 e tem ainda muito caminho a percorrer, sendo que a sua relação com as motos começou há muito tempo, mas já lá vamos.
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Uma longa carreira, com muito humor à mistura
Chegado a Portugal vindo das “ex-colónias” como “retornado”, deve ter sido um tremendo choque para o pequeno Nilton, mais ainda quando foi aterrar na pequena vila de Proença-a-Nova, mas foi crescendo e acabando por perceber que esta, apesar de todos os seus encantos, era demasiado pequena para si.
De certa forma, deu razão à máxima “terras pequenas não fazem homens grandes”. Já fazia uns papéis de DJ por lá e quando viu um anúncio de procura de DJ no Algarve decidiu que valia a pena arriscar. Concorreu, foi selecionado e mudou-se de armas e bagagens para o Algarve onde permaneceu muitos anos, antes de rumar à capital.
Com um talento inato para o humor e representação, já em Lisboa, começa a representar a partir de 1997 e a dar nas vistas, de tal forma que o saudoso Raúl Solnado e o seu colega de profissão e amigo Júlio César acabam por o convidar para ir trabalhar no Casino Estoril. Ficou para trás o sonho da arquitetura (chegou a ter uma empresa de decoração de interiores) e a aposta foi mesmo na standup comedy.
Nilton estava agora lançado e tinha o mundo à sua frente, antes sequer de chegar aos 30 anos! Uma enorme capacidade de trabalho, uma criatividade sem limites e a forma empática como se aproximava e tocava as pessoas acabaram por se tornar na sua marca de água.
Programas humorísticos como Levanta-te e Ri, K7 Pirata ou o seu programa da Rádio Comercial As Teorias do Nilton (que também deu em livro) vieram afirmar o seu talento e criatividade, mas há muito mais.
O programa da RFM chamado Há pessoas que dizem subrecelente ou Pastilhas para a tosse ainda hoje despertam em nós gargalhadas, sendo que publicou vários livros humorísticos, caso do imperdível Não bebo café, não fumo, não me drogo. Sou um totó!
Na atualidade o multifacetado humorista está um pouco mais calmo, dedicado à família (tem dois filhos ainda pequenos), mas continua a trabalhar freneticamente, até com incursões no cinema, a fazer dobragens de filmes e ainda sobra tempo para o BTT, de que é fã.
E as motos?
Na primeira pessoa é Nilton que conta que tudo começou, como muitos de nós, numa fantástica Yamaha DT LC 50! Este ciclomotor dispensa apresentações e era o verdadeiro sonho de consumo de muitos jovens, mais ainda se fosse numa pequena região da Beira Baixa em que toda a gente se conhece e ter uma DT é o topo. Perfeita para conquistar miúdas e causar inveja aos amigos com as suas Famel, Casal ou Sachs!
Ele próprio refere que com a DT metade do trabalho de seduzir miúdas já estava feito! Era como se fosse a simpática motorizada a responsável pelo seu sucesso junto das raparigas, tipo um descapotável flamejante.
Mesmo quando foi trabalhar para o Algarve optou por despachar a moto de comboio (prática muito comum à época) e esta servia de meio de transporte pelos Algarves, mesmo que já não fosse necessária ajuda para conhecer miúdas. O seu trabalho como DJ já devia ser mais que suficiente!
Nunca teve grande apoio dos pais para comprar uma moto, mas também não se opuseram e o pai até emprestou (ou deu) o dinheiro em falta para comprar a DT, mas depois Nilton acabou por fazer o seu caminho nas duas rodas e foi subindo gradualmente de escalão, quando tirou a carta de condução…
Uma 125 e assim sucessivamente, sendo que hoje continua a andar regularmente de moto e já perdeu conta às motos que experimentou e embora adore maxiscooters, caso da Yamaha TMax 530 ou motos mais puristas, tipo café racer, a sua escolha pessoal vai mais no sentido das turístico-desportivas, em especial a sua Yamaha FJR, perfeitas para viajar e até para o dia-a-dia. O facto de ter uma ligação especial com a Yamaha ajuda e dá-lhe a possibilidade de testar muitas motos diferentes.
Define-se como um condutor altamente cuidadoso e atento, que tudo faz para prevenir e evitar o acidente e, ao longo da sua vida, ao contrário de muitos de nós, nunca teve um acidente grave, tipo ossos partidos e idas ao hospital!
Aliás, anda frequentemente com a mulher de moto que até confia na sua condução e também se costuma fazer acompanhar pelo filho mais velho, que já adora as duas rodas!
Anda de moto sempre que lhe apetece, mas sem chegar a extremos de ser o seu único meio de transporte e lamenta não ter ainda tido tempo para fazer viagens longas. Por enquanto têm sido apenas viagens por Portugal, em especial com um seu amigo. Costumam fazer viagens a dois, sem destino, apenas pelo prazer de viajar e descobrir o nosso país, sem programas ou reservas.
É também fã confesso de motos de caixa automática e afirma até, por graça, que motos de caixa manual deviam ser proibidas!!!
E daqui para a frente?
Com uma carreira de créditos mais que firmados, Nilton continua a atirar-se de cabeça para os papéis em que se envolve e a adorar o que faz, mas já pode se seletivo e ser guionista, criar textos, contar histórias, abraçar novos projetos… é algo que lhe está no sangue… tal como dar sangue!
Terminamos com uma partilha de um conhecido sketch seu, em especial junto da comunidade motociclística no seu programa 5 para a Meia-Noite, da RTP que é de ir às lágrimas, mas envolve algum risco e coragem:
Nilton passa ao lado de uma moto em que o dono já tem o motor da moto ligado, mas ainda não iniciou a marcha (está, por exemplo, a colocar o capacete) ou está parado no semáforo e dá uma “gazada” e foge! O mais giro é ver a reação dos motociclistas! Um verdadeiro clássico e que nunca se esquece!!!
Simplesmente imperdível e que nos levanta a questão: se fosse consigo, como iria reagir? Já agora, se o fizerem com Nilton, ele vai ficar parado a rir-se, contado pelo próprio!!!