O deputado social-democrata Miguel Santos juntou-se esta sexta-feira a um grupo de motociclistas para iniciar uma viagem até Bruxelas, onde será entregue no Parlamento Europeu uma petição que rejeita a imposição de inspeções técnicas obrigatórias para motociclos, proposta pela Comissão Europeia.
A iniciativa, da qual Miguel Santos é o primeiro subscritor, conta com o apoio da Federação de Motociclismo de Portugal, do Grupo de Ação Motociclista e da maioria dos motoclubes nacionais. O movimento ultrapassou fronteiras e já envolve também associações de outros países, como França e Holanda, que irão integrar o percurso.
Segundo o deputado, a comitiva tem início em Lisboa e atravessa Espanha e França, com uma paragem em Paris, onde está previsto um encontro na sede da Federação Francesa de Motociclismo. “O grupo é composto por 12 motociclistas. No dia 24 partiremos de Paris em direção a Bruxelas para entregar pessoalmente a petição. Estamos convictos da nossa razão e queremos contribuir para medidas que realmente salvem vidas”, afirmou Miguel Santos à TSF, defendendo que as inspeções não representam a solução para a segurança rodoviária.
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Até agora, a petição já recolheu mais de 100 mil assinaturas em vários países europeus. Só em Portugal, contam-se cerca de 14 mil subscrições online e outras sete mil em papel, recolhidas em concentrações motard durante o verão. Em França, os números rondam as 60 mil assinaturas e, na Holanda, 23 mil. O processo de recolha continua até ao dia 23, sendo a entrega agendada para o dia seguinte no Parlamento Europeu.
Na sexta-feira, pelas 14h30, Miguel Santos partiu da Assembleia da República acompanhado do também deputado Gonçalo Laje, de dirigentes federativos e representantes de motoclubes. Depois da passagem por Paris, haverá reuniões de trabalho e encontros com parlamentares franceses e lusodescendentes. Já em Bruxelas, os portugueses juntar-se-ão a grupos vindos da França e da Holanda para a entrega conjunta da petição.
Os promotores criticam a proposta da Comissão, considerando-a desproporcional e mal fundamentada. Recordam que a própria diretiva admite que os defeitos técnicos dos motociclos são responsáveis apenas por uma percentagem mínima dos acidentes rodoviários. Além disso, sublinham que não existem estudos independentes que justifiquem a medida.
Para os subscritores, as verdadeiras causas da sinistralidade estão no erro humano, nos comportamentos de risco e no mau estado das infraestruturas. Assim, defendem alternativas mais eficazes, como a melhoria das condições do piso, a adaptação da sinalização à condução de motociclos, a instalação de guardas de proteção específicas, bem como campanhas de sensibilização e formação especializada para motociclistas.
