Depois de na semana termos apresentado o popular cantor Berg, eis que esta semana regressamos às artes e ao espetáculo com uma cara bem conhecida e dona de uma gargalhada contagiante e um sorriso aberto.
Mais conhecido apenas por Manel é um jovem de 45 anos de idade, sendo que nasceu a 6 de março de 1980 em Lisboa e ainda tem muito para dar, seja na televisão, no teatro, no cinema ou na vida.
O seu plano inicial na vida estava longe da representação e chegou mesmo a estudar arquitetura, mas depois tudo mudou e ainda bem! O seu talento, perseverança e boa energia fazem dele uma cara conhecida e apreciada no nosso país.
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Como tudo começou
A nossa vida é feita de circunstâncias várias e muitos acasos sendo que quando somos pequenos nos imaginamos a ter profissões como polícias, médicos, enfermeiros e talvez até coisas mais arrojadas como astronauta, mas ser ator ou atriz é algo que muitos de nós nunca se imaginaram a ter como futuro.
Teve uma adolescência e juventude perfeitamente normal, sendo que a paixão do surf chegou cedo e continua omnipresente. O seu plano inicial era ser arquiteto e chegou a iniciar o curso, mas depois tudo mudou e a aprendizagem da arte de representar acabou por tomar conta da sua vida e acabou por deixar a faculdade quando estava já no terceiro ano.
A sua aposta passou a ser a representação e chegou a estudar em Nova Iorque no Lee Strasberg Theatre and Film Institute e mais tarde também em Berlim, onde chegou a residir. Ou seja, a arquitetura acabou por ficar pelo caminho, algo que certamente deve ter causado alguma tristeza aos seus pais.
A sua estreia foi em 2000, quando tinha cerca de 20 anos, como ator de teatro na peça infantil As Viagens de Tomé e daí para a frente nunca mais parou. O bichinho estava lá e também na dança mostrou ter talento e os trabalhos em publicidade já não chegavam para o preencher, nem ao seu dom!
Em 2002 participou na curta-metragem Dois e em 2004 entrou no mundo das telenovelas com Maré Alta e Mistura Fina e foi quando começou a ser conhecido do público. O seu sorriso traquina e ar de miúdo, misturados com muito talento, conquistaram o grande público e abriram-lhe as portas para muitos outros trabalhos.
Para variar, em 2006, tornou-se também mais um membro da geração Morangos com Açúcar, tal como outros atores e atrizes que aqui já apresentámos, casos de Alexandre Silva, Pedro Teixeira, Ana Marta Ferreira ou Helena Costa.
Daí por diante nunca mais foi capaz de abandonar a televisão, o cinema, teatro ou até a dança, mas há outras paixões que não largam este apaixonado pelo surf, sendo que já teve a oportunidade de o praticar fazer em várias partes do mundo. Acima de tudo, o Manel assume-se como um apaixonado pela vida e dá a cara também por causas solidárias.
A ter de referir um dos pontos mais altos da sua carreira, está o filme de 2020 Terra Nova (também deu origem a uma série televisiva). Baseado na obra “O Lugre”, de Bernardo Santareno. A história de um barco bacalhoeiro (lugre) de seu nome Terra Nova é um excelente filme realizado/produzido por Artur Ribeiro e Ana Costa.
Aqui Manel contracena com outros grandes nomes lusos do cinema, casos de Virgílio Castelo, Pedro Lacerda, João Catarré, Vitor D´Andrade ou Vítor Norte. Um filme verdadeiramente épico que, nos emociona do princípio ao fim e mostra bem como era dura aquela de vida de seis meses no mar e o risco omnipresente de não mais voltar a casa.
E as motos?
Partilhado pelo próprio, o Manel não foi um daqueles motociclistas muito precoces mesmo tendo um irmão mais velho que já andava de moto, apesar de os pais não gostarem muito da ideia, sobretudo por causa dos riscos inerentes.
As suas primeiras experiências de motociclista devem-se a uma namorada que teve quando ainda era bastante jovem. Ela tinha uma Yamaha BWS e foi nessa que deu as suas primeiras voltinhas, apesar de ainda nem sequer ter licença para o fazer. Era algo secreto e totalmente à revelia dos pais e da lei. Quem não tiver pecados…
Durante alguns anos (bastantes) as motos ficaram algo adormecidas para depois despertarem, muito por causa do lado prático e da sua utilidade, nomeadamente como forma de deslocação em meio citadino, nomeadamente como forma de ir de A para B de maneira rápida, prática e acessível. A sua ligação estreita à marca Yamaha também deu uma boa ajuda…
Apesar de não ser um daqueles motociclistas que faz grandes viagens ou passeatas regulares com os amigos, Manel assume que já tem pensado nisso, embora tenha uma simpatia por scooters e melhor ainda se forem de perfil mais clássico, como a Vespa.
Só recentemente decidiu tirar a carta de condução e, desse modo, poder aceder a motos com mais de 125 cc, o que lhe permite fazer parte de um novo mundo nas motos, incluindo a possibilidade de viajar com passageiro com mais conforto, rapidez e segurança.
Aliás, é com o seu filho Miguel, com cerca de 10 anos, que anda bastantes vezes de moto, sempre com muito cuidado. Afinal de contas, as motos também comportam riscos e todos temos de ser agentes de segurança rodoviária.
E daqui para a frente?
O futuro é sempre uma incógnita. Como diz o povo “O futuro a Deus Pertence” e Manel tem a plena consciência disso e sabe também que, muitas vezes, a cultura e o espetáculo no nosso país podem ser madrastos, mesmo para aqueles que se lhe dedicam de alma e coração.
No pior dos cenários, tem sempre a possibilidade de retomar o curso de arquitetura que deixou para trás há décadas, mas esperemos que, se acontecer, seja apenas por ser uma escolha pessoal e não por força das circunstâncias.
O Manel tem talento, uma energia positiva, especial apetência por papéis cómicos e muita capacidade de trabalho, tudo elementos essenciais na representação e na vida. Basta ver o seu desempenho nos vários episódios dos sketches Camada de Nervos para perceber isso.
Terminamos com o trailer do filme Terra Nova, da Cinemate. Talvez sirva para desafiar a ver (ou rever) esta bela obra do cinema português: