O Super Pai, Morangos com Açúcar e muito mais
Numa tão extensa carreira como a de Luís Esparteiro e na vida de todos nós, como é óbvio, há momentos verdadeiramente marcantes e que acabam por nos marcar e deixar até um rótulo para toda a vida, o que não é necessariamente mau.
Com o Luís esse momento talvez tenha sido na série Super Pai, ela que marcou uma geração e, para muita gente, é a primeira associação que fazem quando ouvem o seu nome, apesar de ele participar em muitos outros programas de televisão.
Nesta novela da TVI, que se estreou em 2000, ele é Vasco Figueiredo. Um empresário de grande sucesso que fica viúvo e com três filhas menores para criar: a Clarinha (Filipa Maló Franco), a Carminho (Sofia Arruda) e ainda Camila (Madalena Brandão). Até 2003, num total de 174 episódios (duas temporadas) a carreira de Esparteiro renasce verdadeiramente e o seu papel dá-lhe uma projeção incrível.
Passaram-se mais de 20 anos, as três “Filhas” são já todas adultas e continuam a manter uma ligação próxima com o seu “Pai”, tal a intensidade desta novela que ajudou a cimentar Esparteiro como um dos melhores atores da sua geração.
Logo a seguir veio a fazer parte do elenco e da trama de “Morangos com Açúcar”, a telenovela que serviu de rampa de lançamento para vários atores e atrizes, alguns dos quais já referimos aqui, como Marta Ferreira ou Helena Costa.
Esparteiro é agora Daniel, pai da Joana e do Dani e o seu papel mostra bem o seu talento e capacidade de adaptação, inclusive com jovens atores em início de carreira e num ambiente mais jovem e descontraído. Com o seu perfil de galã até acaba por ser envolver com Carla (Filomena Cautela) melhor amiga da filha Joana…
Daí para a frente Esparteiro é imparável, sobretudo em novelas, “Dei-te Quase Tudo”, “Tu e Eu”, “Deixa-me Amar”, “Feitiço de amor”, “A Única mulher” ou “Ouro Verde” são apenas alguns exemplos…
Ainda assim, vai sobrando algum tempo para andar de moto e desafiar outras celebridades a fazer o mesmo, como a ex-modelo Mónica Sofia.
E as motos?
Não há como negar que também no que diz respeito às duas rodas Esparteiro começou cedo e muito por influência dos amigos. Contou o próprio que a sua primeira moto, quando tinha uns 15 ou 16 anos, foi uma Yamaha RD 50. Algo bem acima das comuns produções nacionais da época, caso das concorrentes Sachs V5 ou Famel X-17 e não ficou muito tempo por aí, fazendo depois o habitual salto para o escalão acima, para uma Yamaha RD 125!
Depois de algum tempo mais afastado das lides motociclísticas Esparteiro voltou em força e deu um grande pulo, indo logo para uma categoria bem mais acima para uma Honda VF 750. Ou seja, pular de uma singela 125 cc, a dois tempos para uma 750, com quatro cilindros é um passo de gigante!
Sendo uma cilindrada bastante equilibrada, que reúne qualidades como boa performance e resposta em todos os regimes, Luís voltou novamente a mudar e optou por comprar uma moto que, ainda hoje é apreciada por ser altamente fiável, mas também completa, fácil de conduzir e desportiva, mas sem exageros. Uma verdadeira sport tourer.
A Honda VFR 750 F chegou ao mercado em 1986 e foi sendo atualizada ao longo da sua extensa carreira que terminou em 1997. Daí para a frente passou a ter um novo motor de 800 cc, os carburadores deram lugar à injeção, mas mantendo sempre a tradicional arquitetura V4.
Esparteiro gostou tanto da VFR que lhe foi fiel como nunca, ou seja, depois da primeira, comprou a segunda e ainda uma terceira, tal a fidelidade ao modelo e o prazer que ela lhe proporcionava!
Embora não seja um motociclista de grandes viagens, daqueles para quem ir ao Cabo Norte ou aos Alpes é apenas uma pequena viagem, Esparteiro também fez algumas viagens, com destaque para a ida a Jerez de la Frontera, que era uma espécie de Meca para muitos motociclistas portugueses, mesmo que não chegassem a entrar no autódromo para ver a prova. Afinal de contas, muito do que melhor acontecia passava-se cá fora!
Atualmente, o ator continua a andar de moto, mas de uma forma diferente. Talvez fruto da menor disponibilidade, obrigações pessoais e familiares, alguns sustos ou qualquer outro motivo, é vulgar ver o Luís a andar de moto por Lisboa aos comandos de uma simpática Vespa e de cor amarela! É esta a sua simpática companheira para muitos dias, perfeita para viagens mais curtas ou ir às compras. Uma grande mudança, mas que mostra que o motociclista não se mede pelo tamanho da moto ou pela quilometragem que faz.
Para a semana teremos mais alguém bem conhecido, mas agora do universo do mundo gastronómico, com uma estreita ligação às motos. Quem será?