Por coincidência do destino, Joaquim Horta, alfacinha de nascimento, veio ao mundo em abril de 1974, uns dias antes da Revolução. Nasceu exatamente três semanas antes do 25 de abril que mudou as nossas vidas. Se este ano o 25 de abril de 74 comemorou meio século, também o Joaquim Horta atingiu o seu cinquentenário.
Provavelmente o teatro e a representação já lhe estavam no sangue desde muito cedo, mas quando iniciou a formação académica foi na Faculdade de Letras da Universidade Lisboa (FLUL), no Curso de Geografia e Planeamento Regional., que tudo começou de verdade…
Foi aí que o jovem universitário começou a fazer parte do Grupo de Teatro de Letras, sob a direção de Ávila Costa, integrando o elenco em peças como Os Carnívoros de Miguel Barbosa (1996) e Cerimonial para Um Massacre de Jorge Lima Alves (1997). Só depois é que decide matricular-se na Escola Superior de Teatro e Cinema e daí para a frente a sua ligação à representação conhece um incremento incrível, fruto do talento natural, mas também de muito trabalho e dedicação.
Trabalha em várias companhias de teatro, participa num número quase incontável de novelas da televisão, em vários filmes… tornando-se presença assídua nas nossas vidas, sempre com um sorriso enigmático e uma enorme capacidade de se adaptar a diferentes personagens de forma quase camaleónica. Neste momento faz parte da direção de atores, juntamente com Sílvia Filipe, da novela da SIC “Senhora do Mar”.
Talvez algumas pessoas não saibam é que Horta tem uma forte ligação ao mundo das motos e faz questão de a divulgar, nomeadamente nas suas redes sociais. Tão forte que é comum vê-lo no Portugal de Lés-a-Lés ou a andar de moto em Lisboa, nomeadamente a caminho do ginásio. Se for durante o Lisbon Motorcycle Film Festival, de que é um dos criadores, é garantido que vai estar por lá e também vai participar no Nigh Ride de sábado à noite.
Neste vídeo, que é o episódio 4 da série “EstradaFora”, é o próprio Joaquim a narrar-nos os encantos da Estrada do Douro, a popular Nacional 222, mas nada como ver. São cerca de 3,5 minutos que valem bem a pena, mesmo para quem já percorreu esta estrada várias vezes:
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A culpa das motos na vida de Joaquim Horta é da novela da TVI “Deixa-me amar”
Ao que consta, ao contrário de muitos de nós, as motos não chegaram cedo à vida de Horta. Enquanto muitos, como é o meu caso, começaram a andar de veículos de duas rodas sem sequer ter idade legal para o fazer, com o Joaquim foi mais tarde, só por volta dos 30 anos, mas essa paixão veio para ficar e ser transmitida também aos três filhos.
Na novela da TVI, de 2007, “Deixa-me amar”, temos uma história de amor sem limites entre Lara (Paula Lobo Antunes) e Martim (Paulo Pires) que são de mundos diferentes, mas o amor vence (quase) tudo. Num vasto leque de atores temos também outro que já aqui apresentámos: o motociclista Vítor Norte.
Nesta novela Horta é Chico Novais, vive com a mãe Conceição Novais (papel interpretado por Delfina Cruz) no típico bairro de Alfama e são eles que acolhem Lara, a sonhadora e lutadora de kickboxing, que vai “namoriscando” com Chico. Porém, tudo muda quando conhece Martim, o viúvo que perdeu a mulher há vários anos num acidente de viação e ainda não recuperou do trauma, embora tenha também uma namorada: Madalena Seabra (interpretada por Bárbara Norton de Matos).
A personagem de Chico obriga a que tenha de andar de moto e é aqui que tudo começa. Joaquim Horta decide interpretar o papel a sério e que a melhor forma de o fazer é aprender a andar de moto e, como bem sabemos, geralmente quem começa a andar, depois já não deixa, já que a paixão vai crescendo e não costuma esmorecer.
Conta ainda Horta que, por regra, apenas tem uma moto de cada vez (o que não invalida que vá tendo a oportunidade de experimentar muitas outras, até por questões de trabalho. Contou que a sua primeira moto foi uma Yamaha FZ6, equipada com um fantástico tetracilíndrico em linha, capaz de 98 cv às 12000 rpm e um binário de 63 Nm às 10000 rpm. Ou seja, uma escolha interessante.