Honda CBR 600RR de 2005
Este bonito exemplar da segunda geração facilmente se distingue de um da geração anterior. A estética não se altera significativamente e mantém, por exemplo, a saída de escape por debaixo do assento, mas as suspensões dianteiras são agora invertidas e as pinças de travão dianteiras passaram a ter montagem radial, em vez de axial. Duas diferenças facilmente visíveis a olho nu.
Para 2005 o motor perdeu um pouco de potência (agora 106,6 cv às mesmas 13.500 rpm), mas ganhou em binário e mais cedo (65 Nm às 10.750 rpm). Muito importante também e mais nivelado com a concorrência, foi a cura de emagrecimento: perdeu cerca de 7 kg, graças ao uso abundante de alumínio, o que fez muita diferença no comportamento e agilidade.
Mesmo nos dias de hoje continua a ser uma moto com uma estética bem conseguida e arrebatadora, mas não deixa de ser uma moto radical, logo na posição de condução que nos obriga a estarmos “deitados” sobre o depósito e com os braços bem lá à frente, as pernas cá para trás e muito fletidas.
Apesar de existir selim para passageiro este é pouco mais que figurativo. Mais que 5 minutos só por amor ou necessidade. É uma moto verdadeiramente egoísta e assume isso sem complexos. Mesmo a sua condução no dia-a-dia não é recomendável a todos. Além da posição, as suspensões, mesmo reguláveis, transmitem todas as irregularidades do asfalto e o motor vive lá em cima, se possível próximo das 10.000 rpm ou mesmo mais! Aliás, a zona vermelha começa apenas às 15.000 rpm!
Nos regimes inferiores, até às 5.000 ou 6.000 rpm, nada acontece, o motor mal se ouve e é preferível a versão F, mais civilizada e com um motor mais cheio e um conforto aceitável. Daí até às 10.000 rpm são relativamente parecidas, sendo que daí para a frente, onde já nem todos conseguimos chegar com facilidade, começando por mim, a RR mostra os seus genes de moto de corrida.
Ainda sobre este exemplar, está francamente bonito e mesmo algumas alterações, como ao nível dos piscas, manetes ou do ecrã dianteiro, não comprometem a sua originalidade e estilo.
Uma moto muito acarinhada, nas suas diferentes gerações e que a Honda, a dada altura desistiu de comercializar na Europa, mas que regressa agora ao mercado e à ribalta, já como modelo de 2024, mas essa história fica para outra vez.
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