Neste momento falta pouco mais de um mês para a 24.ª edição do LaL. A FMP divulga mais uma série de informações que, em boa medida, vão servir para aguçar o apetite a todos/as que vão participar nesta grande aventura. Mesmo os horários devem estar para ser divulgados muito em breve, mantendo-se o princípio da ordem de inscrição.
Aproveitamos a oportunidade para deixar alguns lembretes, nomeadamente para os mais distraídos/as, aqueles/as que deixam tudo para a última da hora ou que fazem agora a sua primeira participação.
Preparar atempadamente a moto, nomeadamente em termos mecânicos. Serão, tudo somado, cerca de 2000 km e ninguém quer correr o risco de uma avaria na sua moto ou de ter pneus que não suportem devidamente a viagem. Já agora, para as motos com transmissão final por corrente e sem sistema automático de lubrificação levar um spray para a mesma é fundamental.
Não descurar o equipamento adequado. Não basta levar um capacete e umas luvas. É de todo recomendável que se vá equipado dos pés à cabeça, tendo ainda presente que, mesmo sendo em junho, a meteorologia nos pode causar surpresas e, sobretudo no início das etapas, pode estar fresco. Já agora, um batom para os lábios e protetor solar são recomendáveis, tal como uma embalagem de spray para limpar a viseira ao capacete diariamente (vamos enfrentar milhares de insetos).
Quanto ao alojamento, muita atenção até porque será “fim de semana grande”. Na região do Algarve não será complicado, mas se ainda tiver por resolver onde vai pernoitar na zona de Castelo Vide apresse-se e esteja preparado para ir ficar a dormir bem longe. Está tudo praticamente lotado num raio de muitos km’s.
Na zona da Covilhã poderá ser um pouco melhor, mas não muito e é previsível que a oferta seja inferior à procura “obrigando” a deslocações que, por exemplo, podem chegar ao cume da Serra da Estrela, ao Fundão ou mesmo Castelo Branco.
No último dia, se vier bastante para Sul, pondere ficar uma noite pelo caminho. Dia 13 é feriado em muitas cidades ou pode valer a pena gastar um dia de férias. Por exemplo, Covilhã – Bragança – Santarém serão facilmente 850 km’s e se vier para Beja passam a ser perto de 1000 km, com a agravante de já termos muitas horas em cima da moto e cansaço acumulado de vários dias!
Da nossa parte vamos marcar presença e contar-lhe tudo, diariamente no site e na nossa rede social e depois na nossa revista mensal!
Oásis e controlos secretos na aventura de Lés-a-Lés
Paragens de animação absoluta
“O Lés-a-Lés caracteriza-se por um conjunto de pontos de interesse que são maiores que a soma das suas partes. Além dos quilómetros, dos caminhos escolhidos, dos monumentos e das diversas curiosidades que a organização é exímia em escolher para enriquecer a experiência dos participantes, o convívio e a boa disposição são fatores que nunca são descurados. Para isso existem os oásis e os controlos secretos.
Os Oásis são pontos de paragem programados para que, entre uma água e uma peça de fruta, um café ou um doce típico, se vão trocando as emoções vividas ao longo de cada troço da longa estrada que completa o Portugal de Lés-a-Lés.
Nesta que é a 24.ª edição da grande maratona motociclística organizada pela Federação de Motociclismo de Portugal, vai haver mais de uma dezena de Oásis, dispersos ao longo das três etapas, em locais estratégicos, onde uns minutos de paragem permitirão esticar as pernas ao mesmo tempo que se apreciam algumas belezas únicas deste nosso Portugal.
Do concelho de Faro, de onde parte a longa e heterogénea caravana no dia 10 de junho rumo a norte, depois do Passeio de Abertura na véspera, até Bragança, onde estará instalado o pórtico de chegada, muitos serão os pontos de interesse.
Ainda nos quilómetros iniciais, o primeiro momento forte está marcado para em Alcoutim, com promessa de grande animação, seguindo-se Mértola, com paragem em local muito fotogénico, logo após a passagem do rio Guadiana.
Continuando a adentrar terras alentejanas, a autarquia de Moura em parceria com a União de Freguesias de Safara e Santo Aleixo da Restauração, recebe os mototuristas em Safara.
Em Mourão, cuja câmara determinou a inversão do trânsito para facilitar a subida ao castelo, será possível desfrutar de uma visão ímpar sobre a vila e a albufeira do Alqueva, podendo mesmo vislumbrar-se os participantes na 3.ª Concentração Motard – Moto Livres Club.
Monsaraz e os vestígios arqueológicos de Xerês, Belhoa ou Outeiro, ou o paisagístico Monumento de Homenagem ao Cante Alentejano, antecedem a visita a Vila Viçosa, terra de mármores famosa, também, pelo esplendoroso Paço Ducal.
Depois de Borba, a mais pequena cidade alentejana que, além dos mármores, ganha destaque pela qualidade dos vinhos, é curta de população, mas grande de alma, a vila de Arronches vai garantir espaço suficiente para parar as muitas centenas de motos, no airoso Jardim do Fosso, bem no centro da vila raiana.
Segue-se Castelo de Vide, famosa pela judiaria, pelo castelo e, mais recentemente, pela Casa da Cidadania Salgueiro Maia, núcleo museológico inaugurado a 1 de julho de 2021, no dia em que ‘capitão de abril’ completaria 77 anos.
Uma das curiosidades da 24.ª edição do Lés-a-Lés prende-se com o constante saltitar entre os dois lados da fronteira, com nada menos de 8 travessias entre Portugal e Espanha.
Uma delas levará a caravana a Valverde del Fresno, com um Oásis montado nas enormes instalações da Motoval, patrocinador desde há vários anos da aventureira travessia portuguesa que atrai cada vez mais espanhóis.
No Sabugal, concelho que o Lés-a-Lés já visitou por diversas vezes ao longo de 23 anos de história do evento, com várias visitas aos cinco castelos, à Ponte de Sequeiros ou às Termas do Cró entre muitos outros lugares sabugalenses.
Mas ainda há sítios por descobrir como a nascente do Côa em plena Serra das Mesas, integrada na Reserva Natural da Serra da Malcata. Serranias que antecipam a chegada à maior de todas as elevações em território continental, com a visão da Serra da Estrela na chegada à Covilhã, final da segunda etapa.
No último dia, sempre com território espanhol no horizonte e a agulha virada a norte, é Mogadouro que espera pelos motociclistas, oferecendo a arrebatadora beleza do Parque Natural do Douro Internacional no caminho até Miranda do Douro.
Depois de mais de duas décadas de ausência desta região, um regresso em grande com dois controlos no concelho onde nasceu a segunda língua oficial de Portugal, forma de garantir que mesmo os mais apressados não perdem pitada da beleza cénica proporcionada. Por falar em cenários teatrais, fica a aposta de como estes serão dois dos mais marcantes controlos!
Pelo meio, um dos últimos Oásis e também dos furos na tarjeta, será feito no concelho de Vimioso, num sítio deveras aprazível nas margens do Rio Angueira. E onde não faltará, além de algo para trincar e para beber (sem álcool, claro…), uma ponte românica, moinhos comunitários ou uma igreja paroquial do Séc. XVIII, além da muito cuidada praia fluvial.
Tempo de um mergulho – se o tempo ajudar – antes da chegada a Bragança e ao último dos Controlos Secretos onde os 2000 motociclistas, que muito rapidamente esgotaram a lista de inscritos, vão reviver as pantominices criadas pelos vários motoclubes que colaboram com a Comissão de Mototurismo da FMP neste grande evento internacional.
É o caso dos MC Albufeira, Moura, Motards do Ocidente (Sintra), Arronches, Conquistadores (Guimarães), MK Mákinas (Tábua), Porto ou Moto Galos (Barcelos) que, por momentos, conseguem transportar a caravana para um universo paralelo.
Boa disposição contagiante em quadros alegóricos de enorme riqueza pictórica, com figuras e evocações devidamente enquadradas nos locais onde são montados estes pontos, e onde os participantes assinalam a sua passagem, com marcação na tarjeta que garante o cumprimento na íntegra do percurso entre Faro e Bragança, com passagem por Castelo de Vide e Covilhã.
No programa resume-se mais de um milhar de quilómetros de viagem aventureira, entre os dias 9 e 12 de junho de 2022, cumpridos ao longo da zona raiana, sempre com um pé do lado espanhol da fronteira.
E com a garantia de paisagens soberbas, agradáveis estradas com pouco trânsito, monumentos dos mais variados períodos da História, a riquíssima fauna e flora de uma região agreste e pouco humanizada, e uma gastronomia ímpar.”