Estivemos à conversa com Andrea Dovizioso que nos explicou como passa os dias em casa à espera de poder correr e falou-nos daquilo que e preciso para ser campeão.
À medida que a quarentena continua, o piloto da Ducati Team explica nesta entrevista como passa o tempo em casa e fala sobre os teste de pré-época de 2020.
A situação do Coronavirus colocou em espera o início do mundial de 2020 de Moto GP e, durante estes meses, os diferentes países estão a adotar as suas medidas de confinamento e restrições de viagens para prevenir o contágio do novo virus.
A Itália é precisamente um dos países mais afetados pela doença Covid-19 e desde o passado 9 de março, todos os cidadãos têm de estar em casa, a lutar por si contra este virus que surgiu na China no final de 2019.
A morar em Forli, Andrea Dovizioso também está a respeitar as medidas da direção geral de saúde da Itália e falou sobre os seus sentimentos e sobre o que lhe vai na alma nesta entrevista.
“Ninguém esperava esta situação e que a coisa se complicasse, por isso é tudo estranho. Agora é crucial ficar por casa. Sei que é difícil, mas todos temos de tentar sair apenas quando é estritamente necessário, até porque parece que estas medidas deconfinamento estão a funcionar, por isso é preciso continuar a mantê-las.”
Dovizioso explicou como tem passado os últimos dias. “No início foi complicado. A minha namorada e eu fizemos algumas limpezas e tratamos da casa, mas agora as coisas mudaram um pouco. A minha filha está connosco, e com ela é sempre mais difícil e trabalhoso.
Para além de passar algum tempo em família, Dovizioso explicou como tem “treinado”.
“Estou a treinar mais do que nunca. Normalmente a minha agenda é apertada. Tenho de treinar, mas ter tempo para descansar para estar pronto para a corrida do fim-de-semana. Agora posso treinar o que quiser.”
Falando sobre a sua paixão sobre motorcross, Dovi acrescentou: “estou a tentar seguir o motocross tanto quanto posso, até porque nos EUA podem continuar as suas atividades, por isso posso ver o que estão a fazer. Para mim, isto é uma espécie de tempo para recarregar baterias”.
Antes do cancelamento do Moto GP de abertura da época 2020 no Qatar, no dia 8 de março, os pilotos da Ducati, Dovizioso e Petrucci, ainda fizeram dois testes oficiais de pré-época em fevereiro, na Malásia e no Qatar, onde trabalharam no projeto de desenvolvimento final das suas Desmosedici GP20 Bikes. Analisando aqueles dois/três dias de testes, o piloto da Ducati referiu, “os dois testes de pré-época não foram suficientes.
O meu corpo não está pronto para pilotar durante três dias consecutvos. Passei grande parte do tempo a testar coisas novas e precisamos de decidir que caminho levar para continuar o desenvolvimento. Por isso é que não fui suficientemente rápido nos testes. Tento sempre perceber os materiais, a sua qualidade e durabilidade para dar o meu feedback à equipa.”
Falando sobre a nova solução de pneus introduzida pela Michelin este ano, acrescentou, “no início, parecia que estes novos pneus não se estavam a adaptar ao nosso estilo de condução, mas penso que afinal foi possível estabelecer um relaçaõ muito interessante com a moto nos testes do Qatar.
Infelizmente, não significa que vamos estar bem em todas as corridas. Os pneus traseiros são diferentes e afetam bastante a performance dos pneus dianteiros. Fizemos várias voltas, mas durante o teste, é difícil encontrar as mesmas condições que na corrida”.
Dovizioso falou ainda nos objetivos para 2020… se é que se pode falar nisso. Não mudou comparativamente com o dos outros anos. “Claro que vamos entrar na época a pensar no título. Se tal for possível, quero lá chegar, mas só ao longo da época vai ser possível perceber, até porque há muitos bons pilotos e é difícil ser o melhor, mas tenho de estar focado e tornar essa possibilidade numa obsessão para lá chegar.”