Puro músculo
A Ducati entra em força no segmento cruiser com um imponente modelo em termos estéticos, e carregado de tecnologia e prestações. A denominação XDiavel junta a condução relaxada com os poisa-pés adiantados, típica de uma custom, com a adrenalina e a intensidade de uma condução desportiva, típicas da Ducati. Dois universos diferentes, na mesma moto.
POR Jesse Mach • Fotos Ducati
Larga, baixa e preta, proporções extremas numa moto desenhada para chamar a atenção, mantendo intactas as faculdades desportivas intrínsecas de uma Ducati. Extrema nas suas proporções, a XDiavel foi propositadamente desenhada elemento a elemento. O quadro tubular, curto e com motor auto-portante, segue as linhas clássicas dos modelos da marca bolonhesa. O depósito de aço, em forma de lágrima, inevitavelmente faz-nos lembrar o mundo cruiser mas mantém o ADN das Monster e da Diavel. O farol redondo é uma re-interpretação do clássico farol naked das Monster dos anos ’90, e conta agora com a inovadora luz LED durante o dia, a DRL. Também a parte posterior, escape e assento, todos os elementos, observados um a um, têm o seu traço próprio e juntos, proporcionam um conjunto extremamente harmonioso e equilibrado, do mesmo modo que um grupo de músicos experientes compõem uma orquestra.
A Ducati resume algumas das caraterísticas da sua XDiavel numa cifra: 5.640. A tradução é a seguinte: 5000 é o regime de rotações que o motor alcança para obter o valor máximo de binário (128,9 Nm), uma cifra extremamente baixa para uma Ducati mas a ideal para uma custom. Na XDiavel é usada uma evolução do motor de distribuição variável utilizado na Multistrada, agora com 1.262 cc e transmissão final por correia; 60 é o número das diferentes configurações ergonómicas para o condutor (quatro posições diferentes para os pousa-pés, cinco para o assento e três para o guiador); e 40 é o ângulo máximo de inclinação que se pode alcançar em curva.
Eletrónica SBK
Temos que falar naturalmente da eletrónica da XDiavel. Esta usa a plataforma da Bosch IMU (Inertial Measurement Unit) que é capaz de medir o movimento da moto em todos os ângulos possíveis, e as mudanças de velocidade. Além disso, dispõe de acelerador eletrónico, 3 modos de condução (Sport, Touring e Urban), ABS Bosch para curva (3 níveis), controlo de tração (8 níveis, sendo o 1 o mais permissivo) e controlo de arranque DPL. Cada modo de condução entrega a potência de uma forma mais ou menos direta, enquanto que no Urban a potência desce dos 156 para os 100 cv. A “Dragster” que existe em cada XDiavel pode ser revelada através do Ducati Power Launch (DPL), um sistema estreado neste modelo e que garante arranques impressionantes de acordo com o modo selecionado (existem três disponíveis). É ligado através de um botão no punho direito e desliga-se automaticamente quando a moto alcança os 120 km/h, quando se engrena a terceira velocidade ou quando a velocidade é inferior aos 5 km/h.
O painel de instrumentos consiste num ecrã TFT com quatro modos diferentes de visualização da informação. Conta com items retro-iluminados de cor vermelha, além do módulo Bluetooth; ligando um smartphone pode ser visto no ecrã as chamadas que são feitas e as mensagens de texto, assim como a música que se ouve. E é possível arrancar sem usar uma chave mecânica, esta apenas tem que estar presente num raio de 2 metros da moto, com o sistema a ler automaticamente o código da chave eletrónica.
Customizável
A Ducati Performance oferece um catálogo com uma ampla gama de acessórios para a XDiavel. À parte das peças em separado, também estão disponíveis três pacotes de personalização exclusivos: Sport (guiador adiantado, pesos de guiador, tampão de gasolina e jogo de jantes em alumínio forjado), Touring (assento confort, pousa-pés do passageiro, saco de depósito magnético e ecrã transparente) e Urban (tampa do depósito da bomba de travão dianteiro e peças em alumínio maquinado, poisa-pés, proteções de quadro, pesos de guiador, tampas do depósito das bombas de travão e embraiagem, tampa da distribuição e cúpula). Em andamento, é uma moto mais ágil do que as suas dimensões fariam prever. Os pés bem à frente fazem as delícias dos amantes das custom e, seguindo bem confortável, é possível seguir a bom ritmo em secções de estrada de curvas de média velocidade. A suspensão é “durinha”, a repartição de pesos carrega bastante no trem traseiro e o centro de gravidade é baixo. Com mais de metro e meio de distância entre eixos, não podes alcançar a agilidade de uma moto naked, mas desde que não baixes dos 50 km/h, a XDiavel move-se com muita desenvoltura. Uma moto impactante, surpreendente e tecnológica, dirigida a um tipo de cliente muito sofisticado.