Depois de na semana termos apresentado a artista Mónica Sofia esta semana trazemos até vós alguém bem conhecido do meio musical, com uma presença pujante em palco e uma voz singular que todos conhecemos e apreciamos.
De seu nome Teófilo Sonnenberg (apelido do avô, alemão), mais conhecido simplesmente pelo diminutivo Berg, que é também o seu nome artístico e fica no ouvido, é um músico muito popular e que faz espetáculos não apenas em Portugal, mas um pouco por todo o mundo, nomeadamente onde existem comunidades portuguesas.
Nasceu em Angola, veio para Portugal com três anos, viveu no Porto e na Suíça, para depois regressar a Portugal. É um verdadeiro cidadão do mundo e hoje, com uns simpáticos 52 anos de idade já construiu uma sólida carreira a solo, sendo que durante muitos anos fez parte de vários projetos e bandas, estando ligado a nomes como Rui Veloso, Boss AC, Rita Guerra, Nuno Guerreiro, Pedro Abrunhosa e os GNR.
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Uma longa carreira, com uma voz única
Diz-se com muita piada que o sucesso é cerca de 90% de transpiração e 10% de inspiração e Berg reforça esse facto.
Desde muito miúdo começou a interessar-se pela música, mas não foi logo a sua primeira prioridade, até porque chegou a ser praticante profissional de snowboard, fazendo parte da equipa nacional de snowboard suíça e ali gravou o primeiro álbum, aos 15 anos, com a banda Pacemaker, mas o sucesso só iria chegar muito mais tarde.
Regressou a Portugal, mas nunca deixou de se interessar e de estudar música, incluindo aprender a tocar diversos instrumentos com mestria, com especial destaque para a guitarra, mas verdade é que os anos passavam e Berg continuava à sombra de outros artistas, sem o merecido destaque.
Em 1999 edita o primeiro a solo “Berg” e depois, em 2008, segue-se “Mundo”, mas ainda não é desta que o sucesso lhe bate à porta. Para muitos seria altura de baixar os braços e talvez até mudar de rumo, mas Berg não é assim e ainda bem!
É preciso chegarmos a 2014 para que tudo mude na vida do artista. Enche-se de coragem, inscreve-se na primeira edição do programa de talentos Fator X e a magia acontece! Foi o seu Grito de Ipiranga e a sua voz maravilhou não apenas os jurados, mas também o público que rapidamente se rende ao seu talento!
Num Inglês perfeito primeiro cantou «At Last» de Etta James e aceitando o desafio do júri a seguir vem com um tema, em português. Nada mais, nada menos que «Chuva», de Jorge Fernando.
Cantou, encantou e deslumbrou e daí à vitória na competição foram apenas mais alguns passos. Sempre com humildade, um sorriso rasgado e sincero e uma ótima presença em palco, incluindo as suas rastas, Berg venceu a final do concurso e não mais parou.
Aliás, logo após vencer a final, Berg apresenta o seu single original “Tell me” e daí para a frente nunca mais parou, embora continuando sempre envolvido com outros nomes da música nacional, caso de Rui Veloso, de quem é grande amigo.
E as motos?
Contado pelo próprio, as motos entraram, tal como com muitos de nós, bem cedo na vida de Berg e fez o percurso “de baixo para cima”: por lá passou, por exemplo, uma Casal Boss, uma Yamaha RZ, uma Vespa ou uma Yamaha DT 125R, motos que também fizeram parte da vida de muitos de nós, onde me incluo. A culpa, no bom sentido, foi também de um seu primo que lhe deu as primeiras luzes, mesmo não tendo ainda idade legal para conduzir. Outros tempos e quem não tiver pecados que atire a primeira pedra…
Com o passar dos anos, a chegada da vida adulta, o casamento com Ana e a chegada dos filhos Mariana e Pedro as motos acabaram por ficar um pouco esquecidas, mas foi temporário. O gérmen estava lá e era uma questão de tempo até despertar e foi isso mesmo que aconteceu e Berg tem recuperado o tempo perdido e de que maneira! Como afirma o próprio:
– Uma vez motard, sempre motard!
Experimentou várias motos, desenvolveu algumas habilidades também no fora de estrada (chegou a ter uma Yamaha YZ, pura moto de motocross) e descobriu as maxi-trail, caso da BMW 1200 GS da qual se tornou fã, embora seja um apreciador das motos Yamaha, nomeadamente da Ténéré 700 que tem sido a sua parceira de muitas aventuras, incluindo um furo e ter que chamar um reboque. Faz parte das aventuras da vida de um motard.
Refere que não é condutor de grandes velocidades e tenta não correr riscos. Andar de moto é, para Berg, como que uma terapia. Algo para ser desfrutado com tempo. Afinal de contas, a vida não é uma corrida e há que ter muito cuidado e promover a segurança rodoviária.
Por vezes até vai a andar de moto e tem momentos de inspiração e tem de parar urgentemente para registar a música, a letra ou ambas. Ou seja, vai a andar de moto e é também uma forma de inspiração e gosta de todas as motos, sendo até sócio do Moto Clube de Setúbal.
É um daqueles motociclistas que anda sempre de moto o ano inteiro e não apenas nos dias de verão ou quando está bom tempo. Não abre mão de usar o equipamento adequado, sendo que o facto de ter vivido na Suíça, onde as regras são mais rigorosas e também andava de moto, o tornassem ainda mais consciente dos riscos.
E daqui para a frente?
Berg, agora já com uma carreira de créditos firmados, dedica-se a muitas outras atividades além das motos e da música. Ou seja, tem vários interesses que lhe preenchem o pouco tempo livre, incluindo a participação no Portugal de Lés-a-Lés eu adorou.
É um ótimo cavaleiro e tem uma especial adoração pelos cavalos, mas gosta muito de vida no campo e dos seus cães com quem passa todo o tempo possível em intermináveis brincadeiras.
Ainda sobre a moto, assume que não é fã da ideia dos filhos andarem de moto, dado o risco envolvido, embora os filhos gostem imenso de motos. Parece um contrassenso, mas de acordo com Berg o risco é omnipresente e Berg não se perdoaria se algo acontecesse a um dos filhos. Um verdadeiro pai galinha!
Terminamos com uma partilha do vídeo na sua participação no Factor X, Gala 11, e final que venceu. Para matar saudades ou descobrir. Se ficarem emocionados e sair uma lágrima é normal e ninguém precisa de saber. A música, tal como a moto, também são emoções!