Tal como vós, também já esperava que fosse uma grande festa, mas não estava preparado para que fosse A FESTA! Sem dúvida que foi o maior evento do ano em termos de motociclismo! Não apenas pelo número incrível de participantes, mas também pela forma animada e civilizada como decorreu, sendo que o bom tempo também deu uma ajuda!
Ainda durante o evento fiz um pequeno vídeo, ali a 2 passos da Basília da Santíssima Trindade, e já dava para perceber a grandiosidade desta peregrinação, sendo que os/as motociclistas compareceram em força, vindos do Norte e do Sul, do Leste e do Oeste e também vários de fora do país, nomeadamente emigrantes que aproveitam para regressar às suas origens… de moto!
Dimensão e impacto desta Peregrinação
A pergunta é quase inocente, mas a resposta não é fácil. Seríamos 100.000? 150.000? Estavam lá 80.000 motos de todos os tamanhos, idades e feitios ou eram 100.000?
São questões legítimas, para os 10 motoclubes que organizaram este ano, para as forças de segurança (presença muito musculada da GNR e Polícia Municipal em todo o evento, mas sem complicar) e até para o próprio santuário muito habituado a enchentes destas, mas a das motos é mesmo peculiar. O mais importante é não saber quanto fomos, mas antes que participámos!
Quem vai com alguma regularidade a Fátima, seja por que motivo for, está habituado a multidões nos dias 13 entre maio e outubro ou noutras datas mais especiais como o 10 de junho (peregrinação das crianças) ou a dos emigrantes, mas como esta não há mais nenhuma!
Milhares de participantes com o capacete na mão ou acondicionado no respetivo saco (melhor solução, até para proteção do mesmo), equipamento de motociclista (alguns…), parques de estacionamento (e passeios) cheios de motos… só mesmo nesta peregrinação!
Ainda por cima, coincidiu com a peregrinação das Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue (FEPODABES) e juntos a festa foi ainda maior, até porque muitos motociclistas também são dadores e até organizam colheitas nos respetivos motoclubes! Já agora, se cumprirem os critérios podem e devem experimentar e inscreverem-se também para potenciais dadores de medula óssea!
O colorido das motos é único, o cantar dos motores não tem paralelo e o momento em que se elevam os capacetes rumo ao céu mais parece um hino de vitória e mesmo aqueles que não têm fé, seja lá isso o que for, sabem que são bem-vindos e que vão ter um dia fascinante!
Na prática, a Fátima e ao respetivo Santuário convergiram pessoas de todos os lados em peregrinação, montadas nos seus cavalos de duas rodas (alguns com mais) em busca de algo que dê mais sentido à sua caminhada e a bênção dos capacetes é isso mesmo. Proteção divina para quem anda de moto, que o risco está sempre à espreita!
O lema “Somos moldados e guiados pelo que amamos” assenta-nos como um bom capacete! Não demasiado apertado, nem demasiado folgado, ou seja, à medida justa! O que importa, acima de tudo, é o amor! Santo Agostinho até disse: ama e faz o que quiseres!
Toda a gente sorria e mostrava um ar de satisfação, mesmo que não prestasse grande atenção à cerimónia religiosa, que estivesse cá fora numa esplanada a apreciar as motos ou já a praguejar enquanto esperava na longa fila para adquirir uma recordação do evento junto ao “Coração de S. Francisco” e assim ajudar solidariamente.
Foi um dia muito bem passado passeado, também porque muitos vieram de bem longe, saíram cedo ou vieram logo de véspera e desfrutaram da viagem, mas o importante é que todos marcámos presença, demos um brilho especial a Fátima e aproveitámos para pedir proteção para nós e para os nossos!
Como dizia solenemente o celebrante, D. Rui Valério: Sobre eles e os seus veículos derramai a vossa bênção, para que percorram o seu caminho com precaução e segurança.
Afinal de contas, acreditando ou não, um pouco mais de ajuda para os/as motociclistas nunca é demais!!!
Texto e fotos: Pedro Pereira