Nesta edição da “Moto do Leitor”, viajamos até à longínqua Índia, apesar das origens da marca serem britânicas. Falamos da Royal Enfield, uma marca com um historial riquíssimo e marcante que tem estado a renascer das cinzas, com uma presença e um charme intemporais. Damos a palavra ao Mauro Serra, para perceber melhor a paixão que o une à sua Interceptor.
Fala-nos de ti e da tua experiência no mundo das motos…
Desde bem pequenino que me senti atraído por motos, lembro-me como se fosse ontem, com 13 anos, de férias no Algarve, um vizinho turista tinha vindo de Honda CBR 1000 e ver 300km/hora no conta km deixou-me hipnotizado. Sempre andei de moto, primeiro dos amigos e depois nas minhas. Tive a “sorte” dos meus pais terem sido intransigentes em nunca me terem dado uma moto, com um sentimento de injustiça enorme quando sabia que o podiam fazer tranquilamente e além do mais, todos os meus amigos tinham motos oferecidas pelos seu pais.
Na realidade até agradeço! Só tive moto quando consegui e entendi comprar. E tenho de concordar que aos 29 anos foi a maturidade certa para que o meu “sangue na guelra” não se tenha tornado num problema.
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Que tipo de motociclista és?
Sou uma pessoa completamente apaixonada por andar de moto.
Não uso todos os dias por motivos profissionais já que sou coordenador de projetos e necessito muitas vezes de levar volumes e materiais para a obra que não são fáceis de transportar de moto.
Sou um motociclista que tenho realmente puro prazer em conduzir e quem me vir dentro do capacete vê que vou sempre com um sorriso de orelha a orelha nas minhas viagens.
Porquê esta moto em particular? O que mais e menos gostas nela?
Pode parecer estranho, mas o que mais gosto nela, ou melhor o que me fez optar por ela, foi o facto de ser uma moto calma, de passeio e segura para o meu gosto de rodar o punho (tinha uma R1 apalavrada pelo mesmo valor desta, mas imperou o bom senso).
O que menos gosto é mesmo a falta de 15 ou 20 cavalos a mais para quando queremos um pouquinho mais de adrenalina.
Prevês sucessora? Qual?
Vai acontecer, mas não consigo visualizar a sucessora neste momento, talvez uma mais turística com malas.
Que conselhos dás a quem anda de moto? E a quem não anda?
A que anda, tenham muito cuidado e não confiem em nada nem ninguém na estrada, e que aproveitem um dos maiores prazeres que podemos ter nesta vida, curva e contracurva no meio da floresta verde, montanha ou marginais.
A quem não anda, experimentem sem preconceitos e com alguém que respeite a vossa inexperiência e depois digam de vossa justiça.