É chegada a altura de atravessarmos o Atlântico e apresentarmos a Harley-Davidson Sportster XL883 Low. Mas vamos deixar o Filipe Ferreira contar a sua história na primeira pessoa.
Fala-nos de ti e da tua experiência no mundo das motos..
A minha experiência no mundo das motos vem desde miúdo, quando “roubava” a Vespa do meu pai (que não precisava de chave para pegar) para dar umas voltas no bairro onde vivia, em Monte Gordo. Mais tarde nas motos que a malta construía cheios de carinho, para mais tarde ir destruí-las para o mato e para as dunas algarvias.
Apenas tive moto própria aos 23 anos, uma Keeway Superlight 125, onde pude ganhar experiência numa grande cidade e com a qual fiz bastantes viagens até ao Algarve, só mesmo pela teimosia de fazer km em “estrada aberta”. Cinco anos depois transitei de imediato para a Harley-Davidson sem passar por nenhuma outra moto de calibre mais baixo.
Que tipo de motociclista és?
Sou um motociclista de todos os dias. Ando de moto praticamente todos os dias, em deslocações dentro da cidade, para ir trabalhar.
Sou também motociclista de fazer viagens de média distância. Gosto bastante de pegar na moto e fazer quilómetros até doer as costas. Já viajei inúmeras vezes de Lisboa ao Algarve de onde sou natural, pois o maior entusiasmo é mesmo o de rolar tranquilamente e desfrutar da viagem, das paisagens, os aromas dos campos que a viagem de moto proporciona.
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Porquê esta moto em particular? O que mais e menos gostas nela?
O modelo em particular foi por uma questão de negócio e por se tratar da minha primeira HD. Mas sempre fui apaixonado pelas choppers e pela Harley-Davidson em particular desde miúdo, pois lembro-me bem das imagens do James Dean, Elvis Presley, mais tarde Schwarzenegger naquela FatBoy que usa no Terminator, entre outros.
Depois, houve um ponto-chave deste amor: quando tinha cerca de 17 anos houve um encontro internacional dos HOG’s (Harley Owners Group) em Monte Gordo e a vila ficou literalmente recheada de máquinas lindas e imponentes, cada uma mais fixe que a outra. Logo pela manhã, até à noite só se ouvia o som bruto e descompassado dos motores, era como se andasse nas nuvens.
Aqui disse a mim mesmo que era um sonho, e que tinha de ser realizado, e assim foi. Na primeira oportunidade de adquirir uma Harley após ter experiência a conduzir motos, nem hesitei.
Nenhuma outra moto me seduz como a Harley Davidson, apesar de gostar sempre do custom e da cena mais old school.
Prevês sucessora? Qual?
Sim, prevejo que exista uma sucessora, no entanto não sei dizer quando. Não me consigo ver a conduzir outra moto que não chopper, pelo que será sempre uma outra Harley-Davidson, talvez daqui a uns anos transite para uma Road King, ou uma Glide… o objetivo é ir por etapas até ter uma Trike quando for velhote.
Que conselhos dás a quem anda de moto? E a quem não anda?
A quem anda de moto, deixo o conselho que sejam mais cuidadosos com eles próprios e com os outros. De um modo mais filosófico, o melhor de chegar a algum lado é mesmo o caminho que se faz para lá chegar.
Então, desfrutem desse caminho e sem pressas de chegar onde seja.
A quem não anda de moto, se existe paixão, então que comecem a andar, seja em que moto for.
Fotos: José Filipe Cruz