Ponto de enorme simbolismo na campanha de sensibilização “Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés”, local onde, em setembro de 2017, arrancou a iniciativa da Federação de Motociclismo de Portugal, Vila Pouca de Aguiar recebe esta terça-feira mais de 400 carvalhos-negrais e pinheiros silvestres.
Árvores autóctones que serão entregues nos Paços do Concelho, às 16 horas, antes de serem plantadas nas freguesias de Alvão e Telões, forma de ajudar a ultrapassar o drama de um ano marcado por fortes e trágicos incêndios e preparar o futuro, com as espécies mais adequadas a cada região.
No dia seguinte, quarta-feira, será a vez do presidente da Câmara Municipal de Boticas, receber, às 10 horas, centenas de castanheiros e sobreiros das mãos dos elementos da FMP, com a segunda fase desta campanha, que visa a sensibilização das populações e do poder local para as vantagens das espécies autóctones em vez das árvores de origem ‘forasteira’, a terminar em Silves. Na quinta-feira às 11 horas, em S. Bartolomeu de Messines, momento para a plantação de cinco emblemáticas espécies locais, dos medronheiros aos choupos-brancos, passando pelos pinheiros-mansos, sobreiros e azinheiras.
Iniciativa que além das árvores, vai deixando a explicação das vantagens de plantar uma árvore autóctone em detrimento de uma espécie não natural da região, como a maior resistência a incêndios, promoção de solos mais férteis, de nascentes com mais água e melhores paisagens e de qualidade vida às pessoas que aí vivem. Espécies escolhidas, com o apoio do biólogo Nuno Gomes Oliveira e parceria com o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), em lista que inclui ainda carvalhos-negrais, cerejeiras-bravas, bordos e carvalhos-robles, ajudando a devolver o verde a oito concelhos fortemente flagelados por incêndios florestais nos últimos anos, de Trás-os-Montes ao Algarve, e atravessados pela última edição do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road, em setembro de 2017.
E, depois de Góis, Mação, Covilhã e Belmonte, foi a vez de Pedrógão Grande receber de forma entusiástica a carrinha da FMP que, em viagem que leva já milhares de quilómetros, vai transportando para cada local as árvores mais adequadas à região. Na vila beirã, autêntico banho de multidão agradeceu de forma emocionada a ajuda, entendendo claramente as mais-valias destas árvores e lamentando apenas que não fosse maior, muito maior, a carrinha que transportou a esperança para estas populações, fartas de viver no meio do negrume dos incêndios.