São cada vez mais os estrangeiros que declaram abertamente o seu amor ao nosso País. Entre os que chegam para trabalhar ou para desfrutar do merecido descanso depois de uma vida de labor. E há aqueles que, por um motivo ou por outro, vão descobrindo os encantos deste ‘cantinho à beira-mar plantado’, acabando por render-se a uma paixão que se vai entranhando, para cá mudando ‘de armas e bagagens’.

Vem isto a propósito do número crescente de estrangeiros que apostam em descobrir as paisagens e pessoas, a natureza e gastronomia, os trilhos e os miradouros de norte a sul, utilizando o Portugal de Lés-a-Lés Off-Road como bilhete de entrada numa aventura ímpar. Na 10.º edição do evento organizado pela Federação de Motociclismo de Portugal, muitas eram os idiomas ouvidos no Parque das Termas, em Chaves, onde, com o apoio do Grupo Motard de Chaves, a Comissão de Mototurismo da FMP instalou o local das Verificações Técnicas e Documentais.
Fosse em inglês (mais britânico, irlandês ou americano) ou ucraniano; francês (com sotaque de França, Bélgica ou Luxemburgo) ou neerlandês; espanhol (seja da vizinha Espanha ou do México) ou alemão; algumas palavras sobressaiam pela intensidade com que eram ditas. Sol, paisagens bonitas, boa comida ou simpatia foram termos também repetidos na conversa com os belgas Vincent Lepiece e Sebastian Henriche.

E se este já está rendido aos encantos nacionais, tendo mesmo comprado uma casa em Loulé, o primeiro está a pensar mudar-se “com a mulher e os 3 filhos para aproveitar o bom tempo todo o ano, a tranquilidade e a boa comida. E poder ver os filhos a crescer num ambiente seguro. Uma mudança que ainda não se concretizou apenas porque o negócio de montagem de sistemas elétricos e de aquecimento vai muito bem e há que preparar os muitos colaboradores da empresa”.
Com duas Gas Gas EC 350F “leves e divertidas mas de autonomia algo curta”, esperam “voltar a encontrar, tal como no ano passado, muitos locais bonitos, poder conviver com as pessoas nos locais que vamos atravessando e desfrutar de uma boa passeata de moto”.
E, tal como todos os outros participantes, dos quatro cantos do Mundo, vão enfrentar 334 quilómetros entre Chaves, de onde começam a partir às 7 horas, e Penamacor, com chegadas por voltas das 17 h. Um dia longo através das paisagens transmontanas, durienses e beirãs, sem grandes obstáculos no percurso, mas com exigência de um ritmo vivo e poupança nas paragens. Tanto mais que a noite já começa a chegar cedo nesta altura do ano e rolar de noite em fora-de-estrada é tudo menos aconselhável.