Com uma gama já bastante variado na Europa, a CFMOTO continua a apresentar mais modelos de forma a oferecer o máximo de opções aos seus clientes. Na edição passada falámos um pouco sobre a 675SR-R, já tendo também apresentado a 800MTX. E foi no mesmo lançamento global no Autódromo Internacional do Algarve que a marca chinesa nos brindou com as novidades do segmento naked, a 125NK e a 675NK.

Por: João Fragoso
Foto:s CFMOTO
Depois do segmento adventure, o segmento naked é o que mais se destaca no mercado nacional e europeu. Ciente disso, a CFMOTO tinha já nas suas fileiras dois importantes modelos, a 450NK e a 800NK, duas motos com características bem vincadas e com enorme potencial. Mas faltava algo para os mais “pequenos” e menos experientes, que agora podem contar com a 125NK. E se uma tricilíndrica de média cilindrada podia não fazer falta, a 675NK é muito bem vinda na mesma.

A pequenita
As 125 cc são sempre motos importantes para as marcas. Representam muitas vezes a primeira moto de alguém e podem ser o primeiro modelo que alguém procura dentro da mesma marca. Por esse motivo, esta 125NK é uma cartada muito importante por parte da CFMOTO. Com um estilo irreverente e dimensões que a fazem parecer maior do que é, esta moto conta com um motor de 124 cc e uma potência máxima de 11 kW às 10,500 rpm – o máximo permitido por lei para a carta A1. O motor é redondo, mas apresentou alguma falta de “ar” em baixos regimes, dando a clara ideia de que as restrições do EURO5+ estão a estrangular fortemente este bloco. Ao nível da ciclística, a moto sentiu-se bastante leve e ágil, e percebemos isso muito bem na pequena gymkhana que foi montada no paddock do Kartódromo Internacional do Algarve. A posição está claramente pensada para circular em estrada, mas isso não nos impediu de tocar com o joelho no chão e tentar encontrar o limite desta pequena naked, que não se negou a nada. Contudo, foi fácil perceber que a travagem não está preparada para, consecutivamente, ser solicitada no limite, apresentando alguma fadiga ao fim de três ou quatro travagens fortes – excessivamente fortes para o que será normal na estrada. A verdade é que gostaríamos também de ter testado esta moto em estrada aberta – onde certamente será mais utilizada e utilizável – até para perceber como funciona a navegação através do Google Maps no TFT de 5”. A moto vem também equipada com ABS e controlo de tração de série, o que pode ser uma ajuda importante na calçada portuguesa em dias de chuva para os recém encartados.

Sinfonia (quase) perfeita
Falámos primeiro da 125NK, mas a verdade é que a primeira moto do dia foi a 675NK. Estávamos – como todos os jornalistas presentes – desejosos de colocar as nossas mãos nesta tricilíndrica e ouvir a sinfonia que o sistema de escape tinha para oferecer. A verdade é que não desiludiu, apresentando um som fantástico, principalmente quando começamos a extrair todo o seu potencial. São 90 cv às 11.000 rpm e um binário máximo de 68 Nm às 8.250 rpm, apresentando ainda assim 75% desses 68 Nm abaixo das 4.000 rpm. Traduzindo estes números, ficou claro que onde este bloco se sente mais confortável é em médias rotações, revelando conforto em baixos regimes, apesar de uma injeção algo débil a baixa velocidade – um problema que temos reportado consecutivamente nos diversos modelos da CFMOTO, ainda que esteja a evoluir positivamente. Isto exigiu uma condução mais suave e uma melhor gestão do punho direito.

Gestão mais cuidada foi algo que também foi necessário com a caixa de velocidades, que se revelou um pouco rija e áspera nas reduções, mas rápida e suave nas passagens de caixa com Quickshifter, que apenas funciona para cima. Já a travagem não mostrou qualquer debilidade, oferecendo uma ótima potência e sensibilidade na manete direita, graças ao duplo disco de 300 mm com pinças radiais de 4 pistões J.Juan, sendo também muito constante, mesmo com exageros repetidos. O travão traseiro cumpre, com um disco de 240 mm, também ele com pinças J.Juan. No que diz respeito às suspensões, a dianteira, com uma forquilha invertida KYB de 41 mm totalmente ajustável trabalha bem, mas devido à posição de condução mais pensada para circular na estrada – elevada e mais direita com pouco peso na frente – revelou-se algo vaga quando procuramos o limite. O mono amortecedor traseiro, apesar de ser apenas ajustável em pré-carga e extensão mostrou-se competente e com boa capacidade de nos comunicar o que se passava durante a fase de aceleração, e também em travagens fortes, graças também a uns pneus CST com um composto bastante macio e com boa aderência ao asfalto. Tecnologicamente, conseguimos testar o Quickshifter de série – que funciona apenas para cima, como referido – e os dois níveis de controlo de tração, sendo que este se revelou pouco intrusivo e muito assertivo quando necessário. O ABS mostrou ser algo intrusivo em circuito, mas com o limite bastante alto, o que nos faz querer que em estrada a sua intervenção em estrada deverá ser mínima.

Progressão natural
A CFMOTO apresenta agora uma gama de motos naked que abrange todo o espectro de cilindradas, ou pelos menos que permite uma iniciação na cilindrada mais baixa, chegando até aos 800 cc. A 125NK permite um primeiro contacto com a marca chinesa, sendo possível “saltar” para a 450NK com a carta A2, estando depois disponíveis mais dois modelos com a carta A, a 675NK e a 800NK. Esta vasta gama é importante para fidelizar clientes, mas também para concorrer com as restantes marcas mais cimentadas no mercado. A evolução da marca chinesa tem sido assinalável em termos de qualidade, e mesmo com algumas correções a serem necessárias em futuras versões da 125NK e da 675NK, a base é sólida e não foram poucas as notas tiradas pelos engenheiros chineses presentes no Algarve.

CONCLUSÃO
A 125NK quer concorrer com as 125 cc mais maduras, tendo ela de amadurecer um pouco mais. Já a 675NK, parece ter nascido já “crescida” e com muita vontade e, acima de tudo, capacidade, para concorrer com as naked de média cilindrada presentes no mercado. E mais uma vez, a relação qualidade-preço da CFMOTO é abismal.

FICHA TÉCNICA
CFMOTO 675NK
Motor Três cilindros em linha, 4T, refrigerado por líquido
Cilindrada 675 cc
Potência Máxima 89.7 cv às 11.000 rpm
Binário Máximo 68 Nm às 8.250 rpm
Versão limitada A2 Não
Embraiagem Multidisco em banho de óleo, deslizante
Final Por corrente
Caixa 6 velocidades
Quadro Estrutura tubular em aço
Suspensão Dianteira Forquilha invertida, 41 mm, totalmente ajustável
Suspensão Traseira Monoamortecedor, ajustável
Travão Dianteiro Duplo disco, 300 mm, pinça J.Juan
Travão Traseiro Disco 240 mm
Pneu Dianteiro 120/70-17”
Pneu Traseiro 180/55-17”
Comprimento Máximo 2.020 mm
Largura Máxima 849 mm
Distância entre eixos 1.400 mm
Altura Máxima 1.155 mm
Altura do Assento 810 mm
Depósito 15 litros
Peso (a cheio) 189 kg
Cores Cinzento; Branco
Garantia 3 anos
Importador CFPT – Multimoto Portugal
PVP 6.590€
Consumo 4
Preço 5
FICHA TÉCNICA
CFMOTO 125NK
Motor Monocilíndrico, 4T, refrigerado por líquido, DOHC
Cilindrada 124.2 cc
Potência Máxima 14.4 cv às 10.500 rpm
Binário Máximo 10.2 Nm às 8.500 rpm
Embraiagem Multidisco em banho de óleo, deslizante
Final Por corrente
Caixa 6 velocidades
Quadro Estrutura tubular em aço
Suspensão Dianteira Forquilha telescópica, 37 mm
Suspensão Traseira Monoamortecedor central
Travão Dianteiro Disco 292 mm, ABS
Travão Traseiro Disco 220 mm
Pneu Dianteiro 110/70-17”
Pneu Traseiro 140/60-17”
Comprimento Máximo 1.990 mm
Largura Máxima 800 mm
Distância entre eixos 1.360 mm
Altura Máxima 1.065 mm
Altura do Assento 780 mm
Depósito 12.5 litros
Peso (a cheio) 155 kg
Cores Preto; Azul
Garantia 3 anos
Importador CFPT – Multimoto Portugal
PVP 3.490€