10 Perigos que podemos encontrar nas estradas: Independentemente de sermos mais ou menos cuidadosos, das velocidades a que circulamos, das nossas capacidades ou dotes de condução e dos veículos em que circulamos, a realidade, nua e crua, é muito simples: somos constantemente confrontados com perigos e “ratoeiras” de vária ordem que nos colocam alerta e podem colocar a nossa integridade física em risco.
A lista que se apresenta dá para ficar com uma panorâmica geral dos riscos que corremos todos os dias e dos imprevistos com que nos podemos deparar, mesmo em estradas ou vias que conhecemos bem e em condições climatéricas favoráveis. Muitos outros haverão, com certeza!
Esta enunciação também não deve servir para nos intimidar a deixar de andar de moto (ou ciclomotor, triciclo ou quadriciclo) ou mesmo noutros veículos. O objetivo é o oposto: fazer-nos desfrutar da nossa moto e do prazer da condução, mas sem nunca ignorar que os perigos estão sempre à espreita. Nunca podemos baixar completamente a guarda.
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1 – Gelo
Um inimigo traiçoeiro e, muitas vezes, praticamente invisível, caso do “gelo negro” que “vitrifica” sobre o asfalto. Gosta de temperaturas baixas e de alguma humidade, além de uma natural aversão ao sol, sendo que nem sempre tem sinalização na via a alertar da sua possível existência. Aliás, má sinalização, vandalizada, escondida pela vegetação ou a inexistência dela é um problema crónico das nossas estradas.
A existência de gelo na estrada, mais que água ou neve, pode ser fatal e mesmo os modernos sistemas eletrónicos de segurança das nossas motos são muitas vezes incapazes de evitar o acidente.
A melhor estratégia é circular mais devagar, sem manobras bruscas, fugir das zonas molhadas e a que o sol não chega, sempre que as temperaturas cheguem aos 3° ou abaixo disso. Não é à toa que muitas motos, nessas condições, têm um aviso luminoso no painel de instrumentos já a alertar-nos para essa possibilidade. Quem nos avisa…
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2 – Areia e gravilha
Fazem parte dos encantos na condução fora de estrada, mas no asfalto são uma perigosa “ratoeira” que nos pode fazer perder o controlo do veículo e, por conseguinte, sofrer uma queda. Zonas com obras na via, proximidade de estaleiros, pedreiras, extração de inertes ou próximo do mar devem ser alvo ainda de maior atenção.
A areia ou a gravilha, em contacto com as rodas do veículo, reduzem perigosamente a superfície de contacto dos pneus com o asfalto. Esta situação é ainda mais preocupante em curva, altura em que, por regra, a ligação dos pneus com o solo é ainda menor.
Mais uma vez, é de elementar segurança ser suave na condução e evitar a todo o custo o uso intensivo dos travões nestas circunstâncias, mesmo que a moto tenha sistemas de segurança ativa como ABS ou Unidade de Medição de Inércia (IMU). Fechar os olhos e rezar para não cair também não é solução!
3 – Vento forte
Quem anda de moto e nunca sentiu rajadas de vento forte, cruzado ou não, a verdade é que não perdeu nada pois é uma sensação de perigo, sobretudo se formos apanhados de surpresa e a nossa moto for mais alta e volumosa.
Não é à toa que, por exemplo, na Ponte Vasco da Gama ou na 25 de abril, com vento forte, a circulação é proibida para motociclistas. O perigo é real e facilmente somos arrastados de uma faixa para outra, como se de uma pena se tratasse. Se a chuva acompanhar… pior ainda!
Na medida do possível, a melhor solução passa por parar e esperar que amaine. Se tal não for possível circular mais devagar é da mais elementar segurança. Caso se transporte passageiro, o mesmo deve adotar uma atitude o mais neutra possível e pressionar os pousa-pés para baixar o centro de gravidade e ajudar a colar mais a moto ao solo.
10 Perigos que podemos encontrar nas estradas
4 – Animais na via
Esta situação é um clássico. Praticamente todos nós já nos deparámos com uma situação destas e estamos a referir-nos a animais de quatro patas, para que não restem dúvidas! Podem ser animais de pequeno porte em que o risco é menor, como um gato ou coelho, médio porte com um cão grande ou um javali e grande porte como um cavalo ou uma vaca.
O risco de embate é real e muito perigoso, aumentando sempre com o tamanho do animal. Mesmo uma manobra de desvio (algo parecido com o teste do alce nos automóveis) pode correr mal até porque não podemos prever o comportamento do animal.
Aqui fazer uso dos travões pode não ser de grande ajuda, sobretudo o dianteiro, porque ao comprimir a suspensão dianteira o embate pode ser ainda mais violento! O aumento de exemplares de espécies como o javali tem vindo a potenciar este tipo de acidentes e todo o cuidado é pouco, mais ainda em horas crepusculares, quando estes animais são mais ativos e o facto de andarem quase sempre em bando só potencia o risco.
5 – Tampas de esgoto, juntas de dilatação e carris
Estas armadilhas são típicas nomeadamente dos meios mais urbanos e pontes, sendo que o risco de algo correr mal é tremendo. Não é preciso ser na Formula 1 em Los Angeles! Pode perfeitamente ser na sua rua ou no seu bairro!
Situações como deixar a roda da frente da sua moto enfiar-se na estrutura metálica de um carril é muito perigosa e pode facilmente representar a perda de controlo do veículo, até porque costuma ser uma zona bastante suja da via e todo o cuidado é pouco.
Com as tampas de esgoto e juntas de dilatação o perigo tem muitas semelhanças, até porque a superfície metálica não amortece o impacto e costuma ser bastante escorregadia e até irregular, já para não mencionar a possibilidade de uma tampa de esgoto estar mal colocada ou, pior ainda, não estar lá! Uma vez mais, circular com a máxima atenção é a melhor coisa a fazer, mesmo sabendo que pode não ser suficiente, ainda que se circule mais devagar.