Ainda que tendo “petiscado” alguma coisa na sempre encantadora cidade de Bragança, aproveitei para iniciar a viagem rumo ao Sul, mesmo sabendo que o calor não dá tréguas. Aliás, o calor foi nota dominante em todos os dias e a principal razão de queixa de muitos participantes…
Prometi a mim mesmo, na medida do possível, continuar a evitar as autoestradas e acabei por pernoitar em Torre de Moncorvo, cerca de 100 km’s a Sul de Bragança. Um turismo de habitação chamado Casa da Avó, bem no centro da vila e um bom pequeno-almoço (pena o sumo de laranja ser de pacote e não verdadeiro) foram o necessário para retemperar forças e encetar a viagem rumo a casa. Vejam a vista da janela do quarto.
Pela primeira vez, em muito tempo, não pude disfrutar da noite de Santo António em lisboa, mas como não tenho o dom da ubiquidade… fiquei pelo caminho! As sardinhas na broa vão ter que esperar e o bailarico também!
O resto da viagem decorreu sem grandes aspetos a destacar. Fui revendo mentalmente toda a aventura e só vos posso dizer que a alegria que sentia era imensa. Mesmo dentro do capacete tenho a certeza que sorri muitas vezes!
Ainda assim, não resisti à tentação de fazer um desvio: o blusão da RSW Motowear que estreei no LaL é o modelo N222 e para mim era um sinal! Tive que, depois do Pocinho, ir fazer o troço da N222 até à Régua. A primeira parte, sobretudo até S. João da Pesqueira é uma delícia de curvas para me por à prova e à Leoncino. A parte final, mais badalada e à beira rio, é mesmo um deleite para os olhos.
Na véspera tínhamos feito um belo troço da N221 de Barca de Alva em diante pela margem norte do Douro e agora foi pela margem sul. Mais democrático que isto é impossível!
Também me fui encontrando com outros motociclistas pelo caminho que não resistiram ainda à tentação de manter os autócolantes… afinal de contas, a aventura ainda não acabou! É tão boa esta sensação de cumplicidade, de saber que fazemos parte de algo maior que nós!
Esta 24.ª edição foi mesmo cativante! Tenho uma ideia do que estão a planear para a próxima (25 anos, Bodas de Prata) e imagino que nos vão presentear com algo especial, como não podia deixar de ser!
Reafirmo o meu palpite pessoal sobre o trajeto e que irá recuperar muito do original, que começou em Rio de Onor (concelho de Bragança) e acabou em Sagres. Cheguei até a falar com o Ernesto sobre o assunto, mas não se abriu muito, embora tenha admitido que não estou completamente errado!
Aos nossos patrocinadores e aos leitores/as que nos acompanharam nesta viagem, muito obrigado pela vossa presença! Na Revista Motos de julho apresentaremos a crónica com alguns dos destaques deste Portugal Lés a Lés, mas deixo já uma certeza: foi uma edição que superou as minhas expetativas, tal como o pequeno leãozinho.
Aliás, para ser sincero, agora reconheço que talvez até tenha sido melhor a Benelli Leoncino 800 não estar disponível! Talvez andasse um pouco mais rápido, mas iria disfrutar menos da viagem, perder alguma agilidade e gastar mais um bocado do precioso néctar!
Pena que o desconto adicional, acordado entre a FMP e a BP, a vigorar apenas durante o LaL, já não abranjesse o dia 13. Ia ser útil para o regresso a casa de muitos de nós…
Esta foto já é próxima de chegar a casa, num dos muitos baloiços que agora se encontram um pouco por todo o país, tal como os passadiços e fica no concelho de Loures, próximo de Fanhões. São uma nova moda! Veremos até quando! Até têm a sua graça, mas o que é demais…
Quando fui deixar a Leoncino à Rame Moto, tirei esta “foto de família” sendo que, ao lado, está uma Leoncino 800 praticamente nova! Espero que a 500 não tenha ciúmes e foi por isso que “escondi” na foto a 800, dando o merecido destaque à mana mais nova!
Contamos voltar a marcar presença na edição das Bodas de Prata do Lal que vai começar em Bragança, rumo ao Sul, previsivelmente para o Barlavento Algarvio, cuja capital é Portimão, sendo que dali até Sagres são pouco mais de 50 km’s.
Faço votos que, daqui a 1 ano, a guerra na Ucrânia seja já coisa do passado, tal como a Covid-19 e que a vida de todos tenha já retomando a normalidade possível. Espero ainda que todos/as os/as participantes tenham tido um bom regresso e que as suas máquinas tenham estado à altura dos acontecimentos.
Relativamente aos km’s percorridos, venho aqui e agora apresentar os valores globais. A minha estimativa inicial apontava para 2200 km! Afinal foram percorridos um total de, sensivelmente, 2400 km’s! Equivale a uma derrapagem de cerca de 10%! Podia ser pior!!!
Pedro Pereira