Na última semana apresentámos Closer to the Edge, um filme/documentário que nos leva bem fundo ao mundo da competição e nos deixa a pensar nas prioridades e no valor da vida de cada um. O eleito desta semana, que em bom português podemos traduzir por Porcos Selvagens ou, mais simples ainda, Javalis é algo distinto de todos os anteriores. Um misto de comédia e de aventura que junta 4 atores consagrados, desejosos de partir à aventura e de fugirem às suas vidas aborrecidas e aos seus problemas.
Tim Allen (o dentista Doug), John Travolta (o advogado Woody), Martin Lawrence (o fracassado escritor bobby) e William Macy (o programador Dudley) são 4 amigos, todos na “crise da meia-idade”, rodeados dos seus problemas familiares, pessoais e profissionais que têm um desejo comum: fazer algo diferente! Qualquer coisa que lhes permita fugir das suas rotinas e sentir que estão vivos, falta agora saber o que será isso!
Quantos de nós, seja ou não na meia-idade, não sentiu já algo assim? Imagino que todos/as! A forma de combater este tédio é que cada um tem que tentar resolver da melhor forma possível. Um belo passeio de moto, com ou sem destino, pode ser uma boa opção e nem sequer necessitam de ser 2 mil milhas (cerca de 3.200 kms) ou de se juntarem a um grupo motard.
Aliás, mesmo as motos para essa viagem não têm que ser Harley Davidson, como no filme: XL1200C Sportster Custom para Dudley, FXSTS Springer Softail para Bobby, Fatboy preta com a roda da frente dourada para Doug e Screamin’ Eagle Fatboy para Woody. Podem até ser 50 cc ou motos alugadas! Podem ir até à pendura!
Wild Hogs
Esta produção de Hollywood chegou às salas de cinema em 2007, sob direção de Walt Becker e conheceu um discreto sucesso, em boa medida graças ao leque de atores onde, além dos 4 já mencionados, merece destaque Ray Liotta (que nos deixou fisicamente há poucos meses) ou uma breve incursão do “eterno” Peter Fonda, que já vimos antes em Easy Rider e Ghost Rider.
Um filme divertidíssimo para ver em família, até com crianças pequenas, onde as gargalhadas são umas atrás de outras! Aliás, é muito complicado não se rir com os momentos hilariantes que vão surgindo, uns atrás de outros, a maior parte deles com os disparates de Dudley que para além de ter medo de falar com mulheres ou mal saber andar de moto… consegue coisas incríveis como incendiar a tenda onde dorme ou deixar que lhe roubem a moto!
Também são de ir às lágrimas com tanto rir as cenas em que os quatro amigos têm que empurrar as suas motos por falta de gasolina (sei bem o que isso é na primeira pessoa), são abordados por um polícia gay ou quando decidem ir dar um mergulho, todos nus, numa praia fluvial e aparece uma família que também quer ir tomar banho nesse mesmo local…
No final, depois de muitas confusões e peripécias, incluindo confrontos com um grupo motard temível: os Del Fuego, tudo acaba em bem e tem um final mais ou menos feliz e há cenas de reconciliação e carinho, com a certeza de que a viagem valeu a pena para todos.
Curioso que esteve prevista a realização de um Wild Hogs 2: Bachelor Ride. Chegou até a ser anunciado, mas nunca se veio a concretizar e a Disney cancelou o projeto. Por questões de visibilidade? Críticas negativas ao primeiro? Outras prioridades? Uma coisa é certa: para um filme de baixo custo a receita do primeiro Wild Hogs não foi nada má: cerca de 250 milhões de dólares, só nos cinemas!
Para a próxima semana, teremos o último filme. O acordo que fiz convosco era de 10 semanas e 10 filmes e tenho planos de cumprir. O derradeiro exemplar é também um misto de filme/documentário e que durou mais de 3 meses, começando em Londres e terminando em Nova Iorque. Já sabem a que me refiro? Até quarta-feira.
Texto: Pedro Pereira