Nacional 222: Junta Vila Nova de Foz Côa a Vila Nova de Gaia
Já foi várias vezes galardoada como “A Estrada mais Bonita do Mundo” e não é difícil de perceber porquê. Se percorrerem os seus cerca de 226 km vão ver como dificilmente uma estrada pode ser tão fiel a um rio.
Todo o seu trajeto é moldado pelo Rio Douro, sempre na margem sul e segue todas as suas irregularidades, fazendo inúmeros “S”, ora mais perto da margem, ora mais longe, consoante o relevo do terreno.
Fazendo a viagem a partir de Gaia ficamos mais afastados do rio que no sentido oposto e pode implicar ir para o lado da faixa contrária para aceder aos vários miradouros. Em contrapartida a perspetiva é, em vários troços, ainda mais gratificante e arrebatadora.
Naturalmente que o troço mais popular é o que liga o Peso da Régua e o Pinhão e há boas razões para isso, mas não se deixe enganar porque toda a estrada é encantadora, mesmo naqueles troços em que se afasta um pouco mais do rio. Ótima para ser visitada em qualquer altura do ano (as tonalidades e cores alteram-se bastante) pode haver, nomeadamente no Inverno, alturas em que o nevoeiro e a neblina lhe retiram alguma magnificência porque o que a nossa vista alcança acaba por ser menor, mas continua a ser um espetáculo de beleza delirante.
Nacional 301: Aproxima S. Gregório (na fronteira com Espanha) a Caminha
Esta estrada, ainda que fantástica, não tem o sucesso e reconhecimento das anteriores e nem será fácil, até porque o seu comprimento é manifestamente inferior: apenas 52 km e “parece” que falta um troço entre o Extremo e Melgaço.
É conhecida, muitas vezes, por ser a “estrada do rock” ou a “estrada dos festivaleiros” e não é para menos. No irregular percurso passa por Vilar de Mouros e Paredes de Coura, locais de culto para os amantes do rock e da música em geral, sendo local de passagem obrigatória há mais de 50 anos. Aliás, a primeira Edição do Vilar de Mouros foi em 1971 e era cabeça de cartaz um jovem de nome Elton John!
Toda a estrada é de um verde sublime e a destacar um troço, é logo o que une Caminha até Ribeirinho, sempre com o Rio Coura por perto. A beleza natural é de tal forma intensa que quase somos esmagados.
A destacar mais um troço, é inevitável apontar para toda a região da Peneda-Gerês, um parque da biosfera que continua a ser motivo de orgulho para todos nós e mostrar que, apesar de tudo, ainda somos capazes de respeitar a natureza e de a preservar num estado quase puro. Para os amantes da natureza em todo o seu esplendor esta região é verdadeiramente imperdível, tanto ou mais que a estrada para lá chegar.
Estrada Nacional 230: Liga Covilhã (Tortosendo) a Aveiro
Uma nota prévia, de acordo com a informação recolhida, esta estrada sofreu alterações em termos de regionalização e, na atualidade, considera-se que apenas une a Covilhã a Oliveira do Hospital.
É, nesta perspetiva, uma matéria pouco relevante até porque começar ou terminar a viagem na “Veneza de Portugal” é sempre uma excelente opção, embora os troços mais idílicos da N230 sejam mais para o Interior, já dentro da magnífica área que compõe o Parque Natural da Serra da Estrela.
Começando a partir de Tortosendo, bem no concelho da Covilhã, o troço até Unhais da Serra é esplendoroso, no mínimo. São menos de 20 km, mas é perfeitamente natural que se sinta tentado a parar mais que uma vez, tal a beleza da paisagem e as vistas… a perder de vista, sobretudo se não existir nevoeiro!
Daqui em direção a Oliveira do Hospital, tendo sempre o maciço da Serra da Estrela por companhia, há um troço muito interessante para percorrer, sendo que a Ponte das Três Entradas é paragem obrigatória. Se for com algum tempo, um desvio para ir a Piódão justifica cada metro percorrido, mas atenção às curvas que vai encontrar no trajeto.
Nacional 230, 338 e 339: aproxima Seia da Covilhã
O Parque natural da Serra da Estrela é demasiado bonito e espetacular para referir apenas uma só estrada pelo que a N 230 não era suficiente, tal como a N 338 também não chega e se socorre da N 339 para abarcar mais do maciço central que é toda esta magnífica região.
Tomando como ponto de partida o ponto mais alto de Portugal Continental (conhecido simplesmente pela “Torre”) existem três trajetos que servem para mostrar a natureza em todo o seu esplendor e em qualquer estação do ano, exceto se as estradas estiverem cortadas devido à neve.
O troço que liga a Torre a Seia é de uma beleza sobrenatural. Se o percorrer, não se esqueça de aproveitar os vários miradouros e de uma paragem mais que obrigatória na Aldeia Mais Alta de Portugal, ou seja, no Sabugueiro.
Da Torre em direção a Manteigas a beleza não é inferior, nem as curvas que vai encontrar. A ter de destacar um ponto de paragem pelo caminho, a sugestão é mesmo no local onde se situa a nascente do Rio Zêzere. Deixe o seu veículo e faça uma caminhada, talvez até um picnic e não se esqueça de deixar tudo tão limpo como encontrou.
Por último, vá da Torre em direção à Covilhã. Também neste trajeto as vistas são sublimes, mas muita atenção à estrada e aos travões do seu veículo, mesmo que esteja bom tempo vão ser muito solicitados e usar o motor para ajudar na travagem é uma decisão sensata, tal como fazer uma paragem, por exemplo, no Miradouro da Varanda dos Carquejais.