7. A importância do calçado
Um pouco na lógica do que foi registado anteriormente, não vale a pena iludir-se com a esperança de que umas botas o vão servir bem ao longo de todas as estações. Não foram criadas e desenhadas para isso e os seus materiais estão destinados para uma gama ampla de temperaturas, mas não para todas.
A pensar no inverno a sugestão é optar por umas botas mais altas, não precisa de ser até ao joelho, impermeáveis, mas que não tenham rigidez excessiva. Em situações de mais frio umas cobre botas ou polainas também são uma boa ajuda e como são bastante altas, chegando próximo do joelho, ainda melhor!
Calçado técnico para andar de moto representa mais segurança, facilidade de utilização e conforto térmico. A velha estratégia de comprar fora da estação ou em saldos aqui também se aplica. Aqui faz todo o sentido comprar um tamanho ligeiramente acima, sobretudo se gostar de utilizar meias mais grossas e quentinhas, que representam uma proteção adicional contra o frio.
8. A roupa térmica é um excelente investimento
Muitos de nós, entre os quais me incluo, tem no seu guarda-roupa pelo menos uma camisola fininha e umas calças, ambas térmicas e sabe que são quase milagrosas com o tempo mais frio.
São o tipo de roupa que é acessível, bastante leve e fácil de vestir e despir, além de que ocupa pouco espaço e por debaixo da outra roupa nem se dá conta que estão lá, pelo que é altamente recomendável, mesmo quando as temperaturas não chegam a ser terrivelmente baixas.
Vestir uma balaclava, camisola, calças e meias térmicas é já meio caminho andado para que o frio fique mais longe e não deixemos a moto de lado só porque as temperaturas que nos rodeiam são um pouco mais agrestes que o habitual.
9. Atenção à manutenção da sua moto
O cuidado que temos para andar no tempo mais frio deve ser extensível à moto sendo que a bateria é o melhor exemplo já que é mais solicitada e sofre imenso com frio, até numa moto elétrica a sua autonomia é menor. Assim, o melhor mesmo é andar muito atento à bateria da moto, não vá ela acabar por o deixar apeado. Um otimizador de bateria faz milagres.
Verifique com mais frequência a pressão dos pneus. Assim como o tempo mais quente aumenta ligeiramente a pressão, o mais frio causa o fenómeno inverso. Já agora, quanto mais baixa for a temperatura exterior, mais tempo vai ser necessário para os pneus atingirem a temperatura normal de funcionamento.
As restantes recomendações ao nível da limpeza do sistema de iluminação, nível do óleo, lubrificação da corrente, prevenção da corrosão são mais ou menos transversais ao resto do ano, mas tenha sempre presente que o frio, nomeadamente o gelo, é um inimigo de plásticos, borrachas, cromados… e uma capa pode ser uma boa ajuda para quando a moto estiver em repouso, sobretudo se for num local sem cobertura.
10. Adaptar o estilo de condução
Com o tempo mais frio e “ensanduichados” em equipamento para nos proteger, faz todo o sentido que a condução continua a ser uma fonte de satisfação, mas seja necessário sermos cuidadosos até porque o piso pode estar gelado e os nossos reflexos serem um pouco mais lentos.
Outro aspeto interessante é que a sensação térmica pode ser bastante diferente da temperatura real, aumentando esse desfasamento com a velocidade. Por exemplo, podem até estar 10°, temperatura francamente razoável para andar de moto, mas a sensação térmica, mais ainda com vento, é que pareça estar bem menos e esta sensação agudiza-se se circularmos mais depressa. Se tiverem dúvidas, façam a experiência nessas condições! Basta fazer um trajeto a 50 km/h e depois repetir a 100 km/h que se sente nitidamente a diferença na perceção térmica.
Tudo somado, é fundamental uma maior adequação ao meio ambiente circundante, conduzir de forma mais cautelosa e defensiva, com a moto devidamente afinada e cuidada e o equipamento correto para que o frio, o vento e a humidade não tornem a experiência num suplício.
Afinal de contas, mesmo com temperaturas mais baixas, circular de moto pode e deve ser uma fonte de prazer, alegria e faz bem à saúde!