Se ontem a 10.ª etapa foi exigente, com mais desistências, hoje não foi muito diferente. Ainda que de forma mais cautelosa, é uma etapa maratona, todos querem dar o seu melhor e lutar pelos lugares cimeiros ou, pelo menos, não ficar pelo caminho, agora que Dammam está cada vez mais perto!
Ontem o número de abandonos, 8 no total, sendo apenas 2 nas motos, não foi dos mais elevados, mas nos carros “caiu” mais um dos candidatos à vitória. A dupla espanhola Carlos Sainz e Cruz Lucas (Team Audi Sport) também terminou a sua participação, em definitivo, por acidente (capotanço). Lembramos que Sainz, lenda viva dos ralis e conhecido por “El Matador”, já tinha ganho a prova em 2020, 2018 e 2010! Aos 60 anos é um exemplo vivo de superação.
Como sempre, relembramos que as classificações apresentadas ainda podem ser alteradas.
Resumo da etapa
Nas motos, a vitória de hoje coube a um dos irmãos Benavides: Luciano (Husqvarna Factory Racing) que esteve magistral no meio das dunas e da areia e foi o mais rápido de todos na etapa, ocupando agora a 6.ª posição na geral. De destacar que já tinha vencido na 6.ª e a 9.ª etapas!
Eis que a liderança da prova mudou novamente de mãos. O seu detentor voltou a ser o norte-americano Skyler Howes (Husqvarna Factory Racing). Entretanto, o australiano Toby Price (Red Bull Ktm Factory Racing) subiu ao 2.º lugar, estando apenas a 28 segundos do líder. Já argentino Kevin Benavides (Red Bull Ktm Factory Racing) é agora 3.º a 2,44 minutos da liderança. Quando faltam 3 etapas nada está decidido e a emoção promete durar até ao final.
O luso-alemão Sebastian Buhler (Hero Motorsports Team Rally), teve mais um desempenho de relevo: hoje terminou em 6.º lugar está na 25.ª posição na geral. Mário Patrão (Credit Agricola Mario Patrao Motosport), a correr na Categoria Original by Motul, terminou em 36.º, logo à frente de um seu direto adversário nessa categoria, o espanhol Javi Vega (Pont Grup Yamaha), que ficou apenas a 7 segundos. Assim, Patrão é 36.º na geral e mantém o 3.º lugar na sua categoria, mesmo tendo-a vencido hoje.
Na categoria dos SSV protótipos (categoria T3) houve alterações nos lugares cimeiros: a liderança passou a ser da dupla do norte-americano Austin Jones e do brasileiro Gustavo Gugelmin (Red Bull Off-Road Jr Team Usa by Bfg). Em 2.º lugar está a dupla norte-americana-alemã Seth Quintero e Dennis Zenz (Red Bull Off-Road Jr Team Usa by Bfg) e a dupla belga-francesa Guillaume de Mevius e Francois Cazalet (Grallyteam) caiu para o lugar mais baixo do pódio.
Nos nacionais foi um dia (praticamente) perfeito! A equipa luso-argentina Ricardo Porém e Agusto Sanz (X-Raid Yamaha Supported Team) ganhou a etapa e ocupa agora a 14.ª posição, tendo subido 2 lugares. Em 2.º ficou João Ferreira e Filipe Palmeiro (X-Raid Yamaha Supported Team) que são 34.º na geral, tendo subido 2 posições.
A melhor posição nacional continua a ser ocupada pela dupla saudita-lusa, composta por Saleh Alsaif e João Pedro Vitória (Black Horse Team) que continuam num interessante 6.º lugar e terminaram hoje em 9.º. Entretanto, a dupla “endurista” Helder Rodrigues e Gonçalo Reis (South Racing Can-Am) terminaram em 12.º e ocupam agora o 28.º lugar na geral.
Relativamente aos SSV modificados (categoria T4), a liderança continua nas mãos da dupla lituano-espanhola composta por Rokas Baciuska e Oriol Montijano (Red Bull Can-Am Factory Team). No 2.º lugar está a equipa polaco-espanhola Eryk Goczal e Oriol Mena (Energylandia Rally Team) e em 3.º segue a dupla polaca Marek Goczal e Maciej Marton (Energylandia Rally Team). Assim, a disputa pelo o 2.º é entre irmãos!
Nos lusos o destaque vai para Cristiano Batista e Fausto Mota (BRP South Racing Can-Am), num sólido 6.º, eles hoje que terminaram hoje na 4.ª posição. Na 9.ª posição terminou a dupla brasileiro-portuguesa Bruno Oliveira e Bianchi Prata (South Racing Can-Am), que são rookies e continuam a ocupar a 7.ª posição na geral. Quanto à dupla moçambo-portuguesa composta por Paulo Oliveira e Miguel Alberty (Can-Am Mozambique 2023), que também são novatos, terminaram a etapa em 38.º e ocupam a 25.ª posição na geral!
Amanhã teremos a 12.ª etapa. Vai ligar Ardah (Empty Quarter Marathon) novamente a Sheybah. Novamente uma etapa bastante curta, com menos de 400 km previstos na soma da Ligação com a Especial, mas o grau de exigência é alto e as dificuldades muitas. É a segunda etapa do tipo maratona e ninguém quer ficar pelo caminho, sendo crucial a estratégia. Importa chegar ao fim e à tão desejada assistência, proibida na 11.ª e 12.ª etapas.
O Dakar, em todo o seu esplendor, na etapa de hoje:
Ainda temos mais 3 rondas até ao fim do rali! Muita coisa pode acontecer!
Texto: Pedro Pereira
Fotos e informações: https://www.dakar.com