A FK Motors é mais uma marca recém-chegada ao mercado português, sendo esta Streetfighter um dos três modelos para já em comercialização. Uma moto económica e fácil de conduzir, mas de linhas bastante agressivas, indo ao encontro do público mais jovem.
Por Fernando Neto / Fotos Paulo Calisto
É normal que não conheçam a FK Motors. Afinal de contas, são diversas as novas marcas que vão surgindo no continente europeu, muitas delas apostando também no nosso país até porque por cá as vendas continuam a subir! Esta é então uma marca alemã, mas de fabrico asiático, feita através de um dos maiores construtores de motos de baixa cilindrada, com uma capacidade de produção de motociclos e motores entre as 500.000 e as 600.000 unidades entre as várias fábricas na China. A FK Motors nasceu por forma a apresentar uma gama de produtos mais inovadora, especialmente na europa, algo surgido em parceria com equipas de Singapura e Filipinas que produzem motos de 125 cc com um design, boa qualidade e preços interessantes. Para já a marca chega ao nosso país com três modelos; Mini Scrambler, com esta Streetfighter e com a Scrambler, esta última a que tem despertado mais interesse pela estética “da moda”. Até ao final do ano, a Salgados Motos Lda, que representa a marca no nosso país, deverá adicionar à gama mais um modelo de 125 cc e ainda uma trail de 300 cc, pelo que ficamos à espera de mais desenvolvimentos.
Construção
A FK Motors pretende aliar as linhas modernas a alguma engenharia, e assim encontramos uma ignição sem chave na Mini Scrambler e luzes LED nos diversos modelos, com os motores, refrigerados por ar, a não serem muito diferentes de outros velhos conhecidos de outras marcas. Nesta Streetfighter temos também um gadget interessante, com a possibilidade de conetar a moto ao smartphone através da App da marca (IOS), permitindo a transferência de vários tipos de informação da moto em tempo real. Ainda em destaque nesta naked a vistosa forquilha invertida de 37 mm (mono-amortecedor na traseira com regulável na pré-carga da mola), o travão de disco nos dois eixos com funcionamento combinado e a instrumentação LCD bastante jovial e que incorpora taquímetro, parcial, indicador de mudança engrenada e nível de combustível no depósito, havendo outro pequeno painel digital de pequenas dimensões com luzes avisadoras. Quanto aos outros dados técnicos, estamos perante um motor monocilíndrico com refrigeração por ar, equipado com injeção de combustível e caixa de 5 velocidades. Este debita uma potência de 10,6 cv às 8.000 rpm e o binário máximo é de 9,6 Nm às 7.000 rpm.
Motor vivo
Com dimensões adequadas para agradar a todos, a SF apresenta uma excelente posição de condução, entre o utilitário e o desportivo, com o guiador a ter a largura ideal. O assento é excelente e o passageiro conta também com um bom assento e pegas, sendo tudo impecável no campo da ergonomia, embora o seletor de caixa estivesse demasiado elevado, a necessitar de afinação. Os comandos são simples mas bons, e também as manetes têm bom tato, mesmo sem afinação.
No geral os componentes são bastante aceitáveis, alguns melhores que outros, pois por exemplo os discos de travão deveriam ser flutuantes, sempre uma garantia de maior fiabilidade. No entanto, a travagem é potente, com o sistema combinado a funcionar bem. Quanto ao motor, mesmo sendo uma unidade refrigerada por ar e não muito potente, a vivacidade deste é a maior nota de destaque, apresentando sempre uma boa resposta mesmo a baixa rotação. Mas possuindo uma caixa de 5 velocidades, de relações curtas, a 55 km/h já podemos usar a relação mais longa, e a cerca de 95 km/h vemos que já estamos no red line, com a FK a continuar a desenvolver até aos 105 km/h, um pouco mais quando embalada. A estes regimes elevados sentem-se vibrações nos espelhos retrovisores, mas o restante conjunto até as absorve bem. Curiosamente, o escape é bastante ruidoso, o que poderá agradar aos mais jovens, ou talvez não.
Dinâmica
Em condução sente-se que a suspensão traseira é durinha, aguentando perfeitamente o peso de dois adultos, mas o funcionamento da forquilha invertida nunca nos agradou totalmente. Nesta unidade sentimos sempre bastante atrito, com o curso a ser feito sempre um pouco aos repelões, algo que melhorou com o tempo mas não ficou perfeito. Em travagem forte ou em pancadas maiores funciona bem, mas em passeio sentem-se essas prisões. Os pneus CST também não desiludiram, pelo menos a seco, sendo ainda de destacar a boa iluminação noturna, através de uma luz ampla e clara.
Com um desenho agressivo de vários componentes que faz lembrar motos streetfighter maiores, uma construção e qualidade de componentes de nível médio e prestações também medianas, o consumo médio (medido na bomba) de 3 l/100 km é também normal para a classe. É mais uma boa opção num mercado repleto de opções para todos os gostos!