Vamos Viver na Estrada by Seguro Directo é uma iniciativa da Seguro Directo, marca do Grupo Ageas Portugal, que promove a Segurança Rodoviária.
Por isso, nada melhor do que rever alguns conceitos básicos sobre segurança. Todos os conhecemos…mas não é demais recordá-los.
OS 3 PILARES DA SEGURANÇA RODOVIÁRIA
Estes 3 pilares são:
• O CONDUTOR
• O VEÍCULO
• O MEIO AMBIENTE QUE OS RODEIA – MEIO ENVOLVENTE
A maior ou menor segurança – ou, melhor dito, o risco para a sua integridade física e/ou material – que cada um enfrenta no seu dia-a-dia tem a ver com a relação entre estes três fatores.
a) Condutor e veículo
Quanto ao primeiro, é válido referir que o aforismo, “o bom julgador por si se julga”, não funciona aqui! Se nos consideramos “bons condutores!” (quem não pensa assim?), em nenhuma circunstância deveremos supor que os outros o são. O mais seguro é achar que são uns “nabos da pior espécie” e dessa forma ter o máximo de cuidado “com eles”.
Já quanto ao próprio, que sentido faz tentar ultrapassar as suas próprias capacidades? Que, para mais, até variam de momento para momento. Uma noite mal dormida, uma irritação no trabalho, uma preocupação familiar, podem reduzir o discernimento em alguma situação durante a condução.
Quanto ao veículo, cabe ao condutor, pela sua própria segurança, garantir que está sempre nas melhores condições possíveis. E se, por qualquer motivo, isso não acontecer, adaptar a condução e a forma como circula perante essa realidade. E, já agora, logo que possa, resolver o problema.
Na relação entre ambos, vale uma adaptação daquela regra da matemática do “menor múltiplo comum”:
– Se os limites do veículo (pelas suas características ou por algum problema ocasional) são inferiores aos limites do condutor (a sua destreza a conduzir, os seus conhecimentos sobre o veículo, as condições da via e de circulação, entre outros), então, devem ser respeitados os limites do veículo.
– Se os limites do condutor (os já referidos) são inferiores aos do veículo (maior potência, níveis de aderência excecionais, maiores dimensões, entre outros.) então devem prevalecer os limites do condutor.
b) Condutor, veículo e meio envolvente
O único elemento desta trilogia capacitado com inteligência e discernimento é o condutor. Pode e deve utilizar essas capacidades em seu próprio benefício… e dos outros, já agora!
O veículo é, em geral, o elemento previsível, porque o condutor o conhecerá e dominará (de acordo com o referido em a)) .
O meio envolvente é o elemento imprevisível!
Nenhum condutor sabe o que pensam os outros que o rodeiam. Mas pode tentar perceber e antecipar as respetivas ações. Não o conseguirá fazer em todas, mas já minimiza o seu risco. E com a prática, esse nível de previsão tende a aperfeiçoar-se – mas requer treino!
Assim, e para garantir que a relação entre estes três pilares flui de forma conveniente, o condutor deve assegurar-se que:
1. É VISÍVEL: se os que o rodeiam o virem, se souberem que ele ali está, não terão qualquer interesse em provocar alguma situação que ponha ambos em risco. Pode até suceder… seja por falta de jeito, seja por mau feitio. Nesse caso, atuam os princípios seguintes;
2. É PREVISíVEL: não adota comportamentos inesperados ou irrefletidos que, de alguma forma, possam provocar surpresa ou susto nos outros condutores próximos, porque tendem a gerar uma reação em cadeia de comportamentos imprevistos. A estrada não é um local de combate em que seja necessário surpreender algum inimigo. Até porque aqui não há inimigos, mas sim pessoas com o mesmo objetivo: chegar bem ao destino;
3. É PREVISTO: mas se ao lado, à frente, ou mesmo à retaguarda, algum condutor faz uma manobra inopinada que surpreenda, se o condutor for capaz de a antecipar – não se trata de adivinhar, mas sim de estar atento a pequenos sinais que a podem indiciar – então quando sucede já estará preparado e poderá minimizar as suas consequências. Alguns indicadores: cruzar o olhar através dos espelhos retrovisores para garantir que se estão a ver, perceber pela posição da cabeça se o outro condutor está atento ou se vai a olhar para algo (o telemóvel, uma rua que procura, um lugar vago para estacionar, entre outros.), avaliar pela linearidade da condução do outro se está seguro do que está a fazer, estar atento à sinalização e às condições da via e prever alguma reação mais extemporânea (a presença de um radar, a existência de obras ou de um desvio, algum buraco no pavimento, a existência de lombas, entre outras situações).
OS DOIS TIPOS DE PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA
Existem dois tipos de segurança:
– SEGURANÇA ATIVA: inclui todas as medidas que podemos tomar no sentido de evitar o acidente. O que atrás foi referido inclui-se neste âmbito.
Alguns exemplos:
• usar equipamento refletor que melhore a visibilidade perante os outros;
• garantir que o veículo está convenientemente mantido e nas melhores condições de utilização mecânica, com destaque para os pneus, suspensões e travões;
• assegurar que os sistemas de iluminação estão em perfeitas condições de funcionamento e garantem que vê e é visto
• ter, se possível, um veículo com sistemas de segurança e apoio à condução – por exemplo: ABS, controlo de tração, sistemas de alerta (saída da faixa de rodagem, veículos em aproximação nos ângulos mortos de visibilidade, entre outros);
• melhorar os conhecimentos de condução através da frequência de cursos de aperfeiçoamento;
• adotar a condução – prática de condução defensiva – às condições de circulação, ao estado da via, às condições meteorológicas e a todas as outras circunstâncias que possa afetar a segurança;
• ser suficientemente pessimista para antecipar o pior, mas não demasiado que o faça ter medo. E ser moderadamente otimista para ter confiança em si próprio mas não em excesso que o torne imprudente.
– SEGURANÇA PASSIVA – todas as medidas tomadas que se destinem a evitar ou minimizar as consequências de um acidente. São raras as circunstâncias em que um motociclista tem um acidente e não sofre qualquer tipo de lesão.
Alguns exemplos:
• utilização de capacete (homologado, ajustado à medida do utilizador e conveniente apertado) e demais equipamento de segurança: luvas, blusão, calças, botas. Todos eles adequados à função, com proteções homologadas e corretamente colocadas;
• todo o equipamento deve, quando em utilização, ser suficientemente confortável para não gerar cansaço acrescido e adaptado à morfologia do utilizador para garantir a proteção nos locais adequados;
• utilização de colete AIRBAG. Apesar de dispendiosos, proporcionam proteção acrescida em zonas vitais, como sejam o tórax e a coluna vertebral;
• utilização de sistemas de proteção adicionais adaptados à estrutura do veículo: barras de proteção laterais (crash-bars), barras protetoras dos punhos, entre outros.
Fácil se torna perceber que um motociclista não tem muitas formas de garantir a sua segurança passiva que não sejam a de utilizar o equipamento correto. Por isso, a extrema importância de, não descurando esta vertente de nenhuma forma, ter particular atenção a todos os fatores que lhe podem ajudar a evitar o acidente.
A estrada é, por natureza, um meio hostil, por isso toda a atenção é necessária e todos os cuidados são poucos.
Com o esforço de cada um, ela pode e deve ser aquilo para que existe: para ser um lugar de vida. O caminho que nos leva a conseguir os nossos objetivos: viajar e conhecer paisagens e locais fantásticos, chegar ao local de trabalho, visitar familiares, conviver com amigos, ir procurar aquela coisa de última hora… e no final, regressar a casa são, salvo e feliz!