Ainda com lembranças do muito calor da edição de 2022, o 25.º Portugal de Lés-a-Lés está a ser marcado por uma chuva intensa. De água e de emoções! Quase paradoxalmente, as condições meteorológicas adversas parecem proporcionar uma alegria maior na caravana dos 2500 motociclistas que, por estes dias, ligam Bragança a Sagres. Com ‘apenas’ 240 quilómetros de extensão, a segunda tirada, entre Viseu e Ourém, voltou a mostrar essa boa disposição, associada ao desejo de superação e muito companheirismo, num dia em que até a neve fez a sua aparição. Uma jornada muito trabalhosa e exigente.
De Viseu, começou a sair caravana ainda noite escura, com fortes aguaceiros que tornaram alguns pequenos troços de terra mais complicados. Mas ninguém deu por mal empregue o primeiro esforço do dia, para visitar duas das antas que existem no Circuito Pré-Histórico Fiais/Azenha, parte do importante roteiro megalítico de Carregal do Sal. E logo na primeira, a bem conservada Lapa da Orca apesar de ter mais de 5500 anos, uma enorme surpresa com a descoberta de que os nobres que na véspera ‘picavam o ponto’ em Torre de Moncorvo tinham regredido à pré-história transformando-se em aguerridos, mas simpáticos Cro-Magnon. É a história dos Moto Clubes, neste caso o do Porto, que são, desde o primeiro momento, a alma e o corpo por detrás da grande aventura organizada pela Federação de Motociclismo de Portugal.
Mais um troço de terra, facílimo, depois de ter sido alisado pela autarquia tabuense, para descobrir as surpreendentes cascatas de Sevilha, formadas pelo pequeno rio Cavalos, afluente do Mondego, recuperando das primeiras emoções em Tábua. Onde o MK Makinas foi… uma verdadeira máquina, distribuindo fruta, água, sandes e sumos junto à curiosa Capela do Sr. dos Milagres, de planta octogonal.