Bodas de Prata: A beleza do sudoeste alentejano e a homenagem ao campeão
Depois de Viana do Alentejo, Ferreira do Alentejo e Aljustrel, fletindo para sudoeste, por estradas desconhecidas, panorâmicas e bem asfaltadas, começava a 3.ª fase da etapa, entre medronheiros, sobreiros e azinheiras. Mas antes de virar para Monchique e daí, por Marmelete, descer rumo à costa, o Oásis BP montado em amplo espaço nas margens do rio Mira, em Santa-Clara-a-Velha, tempo para duas ou três notas. Primeiro: a presença de elementos do MC Porto, sempre prontos a ‘picar’, mesmo tão longe de casa; Segundo: a coincidência com as festas da vila que impediu a travessia do pequeno pontão que já serviu em outras ocasiões, obrigando a uma volta maior; Terceiro: a saída, numa íngreme e curta subida em terra batida assustou os menos experientes, com motivos de receio que se revelaram infundados.
Continuando por estradas de serra recheadas de deliciosas curvinhas até à Fóia, onde a temperatura fez jus aos 902 metros do ponto mais alto do Algarve, tempo para uma fotografia junto à estátua que celebra o triunfo de Remco Evenepoeel, o atual campeão do Mundo de ciclismo, na Volta ao Algarve de 2020 e 2022. Tempo também para apreciar a ampla vista sobre o horizonte, abarcando o Atlântico, ganhando alento para a ponta final e despertando para as maravilhas que aí vinham. E, aconselhados pelos animados elementos do MC Albufeira naquele que era o último controlo em estrada, lá foram os motociclistas até Aljezur, Vila do Bispo e Sagres, onde a terra acaba e o mar começa.
Descida belíssima em direção a praias fabulosas, com falésias e paisagens de cortar a respiração e uma tranquilidade que não se encontra nas superlotadas praias voltadas a sul. Em aconselhada visita opcional, os mais regulares participantes tiveram tempo para pensar nas férias verão, passando pelas praias da Bordeira e do Amado, a meca do surf, ou o Pontal da Carrapateira. E outras, praticamente desertas como Cordoama ou Castelejo, antes de subir ao palanque que marcava o ponto final de 1085 quilómetros de descoberta e aventura. Foi a 25.ª edição da maior maratona mototurística da Europa, edição Bodas de Prata, ao longo de algumas das mais belas estradas nacionais, municipais e regionais. As autoestradas e vias rápidas, essas ficaram para o regresso a casa dos 2500 motociclistas extremamente satisfeitos e de alma cheia depois de mais um extremamente elogiado Portugal de Lés-a-Lés.
Para o ano, certamente, que haverá mais LaL, mas antes ainda se vai realizar a versão off-road, que tem data prevista para o início de outubro.